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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

GIARDÍASE - Estudos alertam para alta frequência da em crianças

O Rio de Janeiro, segunda maior metrópole do país, e Santa Isabel do Rio Negro, município do Amazonas com apenas 20 mil habitantes aproximadamente, apresentam um problema comum: a alta frequência de giardíase, infecção intestinal que afeta principalmente as crianças e pode prejudicar o seu desenvolvimento. A situação é destacada em duas pesquisas lideradas pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) publicadas em revistas científicas internacionais. Na capital fluminense, exames de fezes realizados em 89 crianças menores de quatro anos frequentadoras de uma creche em uma comunidade detectaram infecção por giárdia em quase 50% dos casos. Já na cidade amazonense, foram contempladas 433 crianças e adolescentes menores de 14, e a prevalência da doença chegou a 17%.

Além de exame parasitológico de fezes para diagnóstico da infecção, os estudos envolveram análises moleculares para caracterização do perfil genético dos parasitos. No Rio de Janeiro, o resultado foi considerado surpreendente: em 15 casos, foi identificada a presença do chamado genótipo E, considerado por muito tempo como causador de infecções unicamente em animais de produção, como cavalos, bois e porcos. Uma vez que a transmissão da giardíase ocorre a partir da ingestão de cistos de giárdia, que são liberados nas fezes de pacientes e animais infectados, os dois estudos ressaltam que a falta de saneamento básico e a deficiência no fornecimento de água tratada nas regiões estudadas são fatores que contribuem para a disseminação da doença.

Saiba mais sobre as pesquisas:

Desafios no combate à giardíase

Pesquisa no Rio de Janeiro identifica em humanos tipo de giárdia até então associada a animais. Especialistas alertam para a importância do saneamento e tratamento adequado

Problema esquecido

Em município do norte do Amazonas, 17% dos menores de 14 anos apresentam infecção intestinal por giárdia. Estudo reforça necessidade de políticas públicas contra a doença

Por: Maíra Menezes (IOC/Fiocruz)


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