Luiz Carlos Hauly defende a
extinção de diversos tributos incidente sobre o consumo e o fim da guerra
fiscal entre estados
Um dos temas mais debatidos e
com menos consenso no Congresso é a reforma do sistema tributário.
Especialistas, no entanto, são unânimes em dizer que é preciso simplificar a
legislação e acabar com a chamada guerra fiscal entre os estados, tudo isso sem
aumentar a carga de impostos que os brasileiros pagam, hoje em torno de 35%
do PIB.
Na primeira quinzena de
fevereiro, logo depois do fim do recesso parlamentar, mais uma proposta de
reforma tributária será apresentada na Câmara, dessa vez pelo deputado Luiz
Carlos Hauly (PSDB-PR).
Hauly quer que o IOF seja usado para financiar a
Previdência Social
Ele foi nomeado relator
da Comissão Especial da Reforma Tributária em outubro, no lugar do
deputado Andre Moura (PSC-SE), que já tinha apresentado um parecer preliminar.
A proposta de Moura, por falta de acordo, não chegou sequer a ser votada.
Menos impostos
Luiz Carlos Hauly acha que, dessa vez, a reforma tributária conseguirá avançar.
Ele já apresentou os pontos principais de sua proposta, que inclui menos
tributos e o fim da guerra fiscal, nome que se dá aos incentivos concedidos
pelos estados para atrair empresas, o que virou uma disputa em que todos perdem
arrecadação.
Para isso, Hauly pretende
extinguir o ICMS e outros tributos, como ISS, IPI, Pis e Cofins.
Todos eles seriam substituídos por dois impostos, o Imposto sobre Valor
Agregado (IVA) e outro, que o relator chama de seletivo, que incidiria sobre
determinados produtos. Quanto maior a alíquota do imposto seletivo, menor a do
IVA.
Fim da guerra fiscal
Com o IVA, a arrecadação estadual passaria a fazer parte de um sistema nacional, com cobrança no destino, o que, segundo o deputado, acaba automaticamente com a guerra fiscal.
Com o IVA, a arrecadação estadual passaria a fazer parte de um sistema nacional, com cobrança no destino, o que, segundo o deputado, acaba automaticamente com a guerra fiscal.
"Ao eliminarmos tributos
incidentes sobre a base de consumo e criar um imposto de valor adicionado, as
27 unidades da Federação passarão a compor um único sistema de tributação,
arrecadação e fiscalização. Só o fato de existir isso e cobrar destino acabará
com a guerra fiscal da noite para o dia", disse.
De acordo com a proposta de
Hauly, toda a arrecadação seria distribuída depois, de modo a não haver perdas
para nenhum estado.
O parlamentar também prevê que
o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) seja usado para financiar a
Previdência Social, no lugar da contribuição previdenciária paga hoje por
empregados e empregadores.
Afonso Florence: oposição propõe texto alternativo, com a
criação do imposto sobre grandes fortunas
Além disso, a proposta que ele
vai apresentar desonera produtos da cesta básica e torna mais progressivo o
Imposto de Renda. Ou seja, quem ganha mais, vai pagar mais. "Resolvendo o
problema do financiamento da Previdência, melhoraríamos a empregabilidade,
diminuiríamos a carga tributária sobre a base do consumo, quase zerando imposto
sobre medicamentos, alimentos e máquinas, tornando assim o sistema mais enxuto,
eficiente e permitindo inclusão social", resumiu o relator.
Oposição
A bancada da oposição tem uma proposta alternativa, que inclui medidas como uma tributação maior sobre os lucros das empresas, o imposto de renda progressivo e o aumento do financiamento do Fundo de Participação dos Estados.
A bancada da oposição tem uma proposta alternativa, que inclui medidas como uma tributação maior sobre os lucros das empresas, o imposto de renda progressivo e o aumento do financiamento do Fundo de Participação dos Estados.
Essa proposta é defendida pelo
líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA). "Queremos tributar o
lucro de grandes empresas, criar o imposto sobre grandes fortunas, aumentar o
Imposto de Renda dos mais ricos e diminuir a alíquota para a classe média, ou
seja, revisar a tabela do IR, e aumentar o Fundo de Participação dos Estados em
1% em 2017 e 1% em 2018", explicou.
Reportagem – Antonio Vital,
Edição – Marcelo Oliveira, Foto - Lucio Bernardo Junior , Billy Boss - Câmara
dos Deputados
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