O
ministro da Saúde, Ricardo Barros, participou nesta quarta-feira (18) da
Conferência Global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre Doenças Não
Transmissíveis (DNTs).
O
evento, realizado em Montevidéu (Uruguai), aborda experiências nacionais dos
países em ações multisetoriais relacionadas às DNTs. O objetivo é fornecer
orientações aos Estados-Membros sobre como enfrentar essas doenças e lançar um
conjunto de iniciativas globais em apoio aos países.
A
queda da mortalidade prematura por doenças crônicas no Brasil, nos últimos
anos, foi destacada pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante a
Conferência Global
O
encontro conta também com a participação do presidente do país, Tabaré Vásquez;
do diretor da OMS, Tedros Adhanom; da diretora da Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS), Carissa Etienne, além de Ministros da Saúde de outros países.
Durante o encontro, o ministro Ricardo Barros expôs as experiências brasileiras
no enfrentamento às DNTs.
“O
Brasil é um dos seis países que cumpriu a meta da OMS de organizar um sistema
de indicadores para o monitoramento e avaliação de doenças não transmissíveis.
Para se ter uma ideia, nos últimos cinco anos, ganhamos seis anos de
expectativa de vida. Isso se deve a diversos fatores, como a redução por doença
cardiovascular, diminuição do consumo de tabaco, aumento do consumo de frutas e
hortaliças, 30% de redução do consumo de refrigerantes e detecção oportuna do
câncer de mama, onde 78% das mulheres entre 50 e 69 anos têm acesso ao exame
preventivo. Reduzimos, portanto, 4% ao ano as mortes por doenças crônicas não
transmissíveis”, destacou Ricardo Barros.
QUEDA
DA MORTALIDADE - Um dos exemplos é a queda da mortalidade prematura por
doenças crônicas no Brasil, que tem acometido menos a população brasileira com
idade entre 30 e 69 anos. A conclusão é de um dos capítulos do Saúde Brasil
2015, levantamento realizado anualmente pelo Ministério da Saúde do Brasil. Em
14 anos, o índice caiu de 449 óbitos por 100 mil habitantes para 347,4 óbitos
por 100 mil habitantes, uma redução média de 4,2% ao ano.
Os
maiores percentuais de decréscimo ocorreram no Sudeste e no Sul do país, taxa
de 5,3% ao ano, para ambas as regiões. As taxas de mortalidade para os
homens são superiores as das mulheres durante todo o período analisado. Em
2000, os índices para homens e mulheres eram de 543,9 óbitos por 100 mil
e 365,4 óbitos por 100 mil
habitantes, respectivamente. Em 2014, os números caíram para 423,1 mortes para eles
e 280,9 para elas.
Este
é um dos pontos principais da Conferência Global que tenciona auxiliar os
Estados-Membros a alcançarem a meta 3.4 dos Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas de reduzir, até 2030, em um terço a mortalidade
prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento e promover
a saúde mental e o bem-estar. Em 25 anos, a população brasileira ganhou 6,6
anos de expectativa de vida, 30% desse ganho foi devido à redução da
mortalidade por doença cardiovascular (2,3 anos a mais de vida).
PLANO
DCNTE- Em 2011, o governo brasileiro, sob a coordenação do Ministério da Saúde,
construiu o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças
Crônicas Não Transmissíveis no Brasil 2011-2022, com a definição de metas para
o controle das DCNTs e a prevenção dos principais fatores de risco. Entre as
ações, estão o programa Academia da Saúde, a política antitabaco, a expansão da
atenção básica, incentivo ao aleitamento materno e à alimentação complementar
saudável. O plano tem como meta principal a redução das taxas de mortalidade
prematura em 2% ao ano até 2022.
No
período de 2000 a 2014, foram registradas, no Sistema de Informações sobre
Mortalidade (SIM), 4.265.038 mortes prematuras decorrentes dos quatro grupos de
DCNT: doenças do aparelho circulatório (DAC), doenças respiratórias crônicas
(DRC), neoplasias e diabetes. A mortalidade prematura por DCNT é um problema
mundial. De 1990 a 2013, o número de óbitos por DCNT no mundo aumentou em 42%
(de 27 milhões em 1990 para 38,3 milhões em 2013), enquanto houve diminuição do
número de óbitos por doenças transmissíveis, causas maternas, neonatais e
nutricionais.
Por
Amanda Mendes e Victor Maciel, Fotos: Bruno Rezende/MS da Agência Saúde
0 comentários:
Postar um comentário