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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Brasil apresenta experiência no enfrentamento às Doenças Não Transmissíveis

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, participou nesta quarta-feira (18) da Conferência Global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre Doenças Não Transmissíveis (DNTs).

O evento, realizado em Montevidéu (Uruguai), aborda experiências nacionais dos países em ações multisetoriais relacionadas às DNTs. O objetivo é fornecer orientações aos Estados-Membros sobre como enfrentar essas doenças e lançar um conjunto de iniciativas globais em apoio aos países.

A queda da mortalidade prematura por doenças crônicas no Brasil, nos últimos anos, foi destacada pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante a Conferência Global
O encontro conta também com a participação do presidente do país, Tabaré Vásquez; do diretor da OMS, Tedros Adhanom; da diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne, além de Ministros da Saúde de outros países. Durante o encontro, o ministro Ricardo Barros expôs as experiências brasileiras no enfrentamento às DNTs.

“O Brasil é um dos seis países que cumpriu a meta da OMS de organizar um sistema de indicadores para o monitoramento e avaliação de doenças não transmissíveis. Para se ter uma ideia, nos últimos cinco anos, ganhamos seis anos de expectativa de vida. Isso se deve a diversos fatores, como a redução por doença cardiovascular, diminuição do consumo de tabaco, aumento do consumo de frutas e hortaliças, 30% de redução do consumo de refrigerantes e detecção oportuna do câncer de mama, onde 78% das mulheres entre 50 e 69 anos têm acesso ao exame preventivo. Reduzimos, portanto, 4% ao ano as mortes por doenças crônicas não transmissíveis”, destacou Ricardo Barros.

QUEDA DA MORTALIDADE - Um dos exemplos é a queda da mortalidade prematura por doenças crônicas no Brasil, que tem acometido menos a população brasileira com idade entre 30 e 69 anos. A conclusão é de um dos capítulos do Saúde Brasil 2015, levantamento realizado anualmente pelo Ministério da Saúde do Brasil. Em 14 anos, o índice caiu de 449 óbitos por 100 mil habitantes para 347,4 óbitos por 100 mil habitantes, uma redução média de 4,2% ao ano.

Os maiores percentuais de decréscimo ocorreram no Sudeste e no Sul do país, taxa de 5,3% ao ano, para ambas as regiões. As taxas de mortalidade para os homens são superiores as das mulheres durante todo o período analisado. Em 2000, os índices para homens e mulheres eram de 543,9 óbitos por 100 mil e 365,4 óbitos por 100 mil habitantes, respectivamente. Em 2014, os números caíram para 423,1 mortes para eles e 280,9 para elas.

Este é um dos pontos principais da Conferência Global que tenciona auxiliar os Estados-Membros a alcançarem a meta 3.4 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas de reduzir, até 2030, em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento e promover a saúde mental e o bem-estar. Em 25 anos, a população brasileira ganhou 6,6 anos de expectativa de vida, 30% desse ganho foi devido à redução da mortalidade por doença cardiovascular (2,3 anos a mais de vida).

PLANO DCNTE- Em 2011, o governo brasileiro, sob a coordenação do Ministério da Saúde, construiu o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil 2011-2022, com a definição de metas para o controle das DCNTs e a prevenção dos principais fatores de risco. Entre as ações, estão o programa Academia da Saúde, a política antitabaco, a expansão da atenção básica, incentivo ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável. O plano tem como meta principal a redução das taxas de mortalidade prematura em 2% ao ano até 2022.

No período de 2000 a 2014, foram registradas, no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), 4.265.038 mortes prematuras decorrentes dos quatro grupos de DCNT: doenças do aparelho circulatório (DAC), doenças respiratórias crônicas (DRC), neoplasias e diabetes. A mortalidade prematura por DCNT é um problema mundial. De 1990 a 2013, o número de óbitos por DCNT no mundo aumentou em 42% (de 27 milhões em 1990 para 38,3 milhões em 2013), enquanto houve diminuição do número de óbitos por doenças transmissíveis, causas maternas, neonatais e nutricionais.

 Por Amanda Mendes e Victor Maciel, Fotos: Bruno Rezende/MS da Agência Saúde 


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