O
que os novos medicamentos podem mudar no tratamento da hemofilia?
Muda
bastante. Para os pacientes que têm inibidor, atualmente há dois tipos de
tratamento. Oitenta por cento dos sangramentos dos pacientes com inibidor
respondem a esses tratamentos, mas 20% desses sangramentos não conseguem ser
controlados. Então teríamos mais opções a partir de agora. São medicações
novas, que precisamos avaliar mais e também vai depender do custo.
Podemos
estar perto da cura?
Se
a terapia gênica (inserção de um pedaço do gene responsável pela produção do
fator dentro do vírus e posterior inoculação no paciente, para que o próprio
organismo volte a produzir o fator) conseguir manter o nível estável dos
fatores homeostáticos, podemos pensar em cura, sim.
O
Hemorio vai participar desses estudos?
Vamos
participar da fase 3 do estudo do emicizumabe, uma etapa mais avançada que
amplia o número de pacientes testados na primeira etapa da fase 3. Do Hemorio
participarão pacientes com inibidor.
A
crise pela qual o país passa afetou o repasse de verbas para o tratamento da
hemofilia?
O Ministério
da Saúde até o momento não mudou nada. Hoje, o tratamento de hemofilia
no Brasil é bom. Estamos perto de 4 unidades per capita (UPC, quantidade de
fator usada pela população), temos profilaxia primária e secundária. Não somos
a Suécia, que tem 7 UPC, mas lá são 300 pacientes e aqui, 12 mil. Temos
conseguido fazer muita coisa
Mônica
Cerqueira é coordenadora do grupo de coagulopatias hereditárias do Hemorio
O
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