Programa de desenvolvimento de
liderança para profissionais do campo das tecnologias de radiação pela primeira
vez no Brasil
Com apoio da Agência
Internacional de Energia Atômica, treinamento conta com profissionais de vários
países e tem como objetivo formar lideranças mundiais na área
Começa hoje (16/10), no IPEN,
a 4th WNU School on Radiation Technologies Field,
promovida pela World Nuclear University, com apoio da Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA). O evento, que vai até o próximo dia 27, é um
treinamento voltado para profissionais que atuam na área de tecnologia das
radiações ionizantes e tem como objetivo formar novas lideranças nos países
membros da AIEA em todos os continentes.
Pela primeira vez na América
Latina, o curso visa fornecer uma ampla visão geral do campo de produção de
radioisótopos e tecnologias de radiação, bem como as tendências e principais problemas
encontrados pelos profissionais nesta área. Também pretende desenvolver
habilidades essenciais para liderança, comunicação e gerenciamento de projetos,
além de oferecer uma oportunidade única para desenvolver uma rede mundial de
especialistas em radiação.
O programa intensivo de duas
semanas da RT School contará com palestras de proeminentes especialistas em
radioisótopos e tecnologias de radiação e falantes ilustres, trabalho de grupos
pequenos liderados por mentores, em que os participantes analisam estudos de
caso e desenvolvem propostas para resolver problemas relacionados à RT e
visitas técnicas a sites relacionados à RT, no caso do IPEN, o Centro de
Tecnologia das Radiações (CTR).
O IPEN sediará o treinamento
pelo fato de ser reconhecidamente uma referência continental em pesquisa e
desenvolvimento nas áreas de radiofarmácia, ciência e tecnologia nuclear,
reatores nucleares e ciclo de combustível, energias renováveis, materiais e
nanotecnologia, biotecnologia e tecnologias de laser, entre outras. A
expectativa, segundo o superintendente Wilson Calvo, é estreitar a parceria com
a WNU e consolidar ações de internacionalização no Instituto.
"É muito importante essa
aproximação com a World Nuclear University, uma referência no mundo para a formação
de líderes na área nuclear”, afirmou Calvo. Ele explica que a da WNU é que
esses cursos sejam itinerantes, organizados em centros de excelência. As duas
primeiras edições, em 2010 e 2012, foram no Korea Atomic Energy Research
Institute (KAERI), na Coréia, e a última, em 2014, foi no Hamad Medical
Corporation, em Doha, no Qatar.
"O fato de ser o primeiro
organizado no continente americano, e principalmente no IPEN, é um marco
importante para nós”, acrescentou Calvo. O superintendente destaca também que é
mais um passo à consolidação do programa de internacionalização do Instituto.
"Estamos provocando os gerentes [de Centros de Pesquisa] para que tragam
eventos internacionais. A ideia é fortalecer ainda mais a nossa pós-graduação,
mantendo a sua excelência”.
Calvo também considera
"de suma importância” a aproximação do IPEN com a AIEA, que está
financiando a participação de um profissional por país, dos 16 países que
estarão presentes nesta quarta edição. "Inclusive, uma das nossas metas de
trabalho apresentadas ao Conselho Superior do IPEN é tornar o Instituto um
Centro Colaborador da Agência. Ainda estamos avaliando se serão nucleadas
várias áreas ou apenas indústria e saúde”, adianta o superintendente.
De acordo com Calvo, a vinda
da diretora de Divisão de Ciências Físicas e Químicas da AIEA, Meera Venkatesh,
é muito importante porque ela vai conhecer as instalações e dar o aval ao
Instituto como Centro Colaborador. "Funciona assim: a instituição se candidata,
os diretores da Agência fazem uma avaliação do potencial do País e do
candidato, e depois, se previamente aprovado, é elaborado o Plano de Trabalho
para uma análise mais detalhada”, explica Calvo.
Nesses Centros Colaboradores –
prossegue – a AIEA fomenta treinamento e capacitação, viabiliza o envio
de experts do Instituto para outros países e, principalmente,
alavanca novos projeto em áreas que são de interesse da Agência. "Por
isso, quando a instituição faz a proposta, a Agência quer saber em que área é
excelência, para, inclusive, verificar se já não existe em outro país, e só
então é aprovada, e os projetos são direcionados para o novo Centro. No caso do
IPEN, eu diria que o nosso foco imbatível é a medicina nuclear, saúde e
indústria. Na região aqui, está consolidada há muito tempo”.
Sobre a WNU– A World Nuclear
University (WNU), sediada em Londres (Reino Unido), foi inaugurada em 2003 e
abrange várias instituições de ensino nuclear em 30 países. Além da AIEA, a
rede da WNU conta com apoio da Agência de Energia Nuclear da OCDE, da
Associação Nuclear Mundial e da Associação Mundial de Operadores Nucleares. Sua
missão é desenvolver a educação internacional e liderança na área das
aplicações pacíficas da energia nuclear por meio de treinamento para líderes
nucleares.
O evento é coordenado por
Patricia Wieland, doutora em engenharia industrial pela PUC-Rio, que por mais
de três décadas foi servidora do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), unidade
vinculada à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Participam
profissionais de China, Cuba, Irã, Egito, Cazaquistão, Namíbia, Polônia,
Portugal, África do Sul, Canadá, Vietnã e Brasil.
Com informações do site
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