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sábado, 21 de outubro de 2017

Ninguém fará doação de sangue sem passar por todos os exames antes', afirma o ministro da Saúde

Pela regra atual, homens homossexuais não podem doar sangue no Brasil

Ricardo Barros comenta polêmica sobre proibição de doação de sangue por homossexuais.

Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, mesmo que a Justiça libere a doação de sangue de homens gays, o risco de contaminação de doenças como HIV e hepatite não aumenta. O voto do relator Edson Fachin sinalizou que há chances da suprema corte concordar com o fim da regra. Para Fachin, a proibição adotada há mais de 20 anos para proteger quem recebe a doação é uma forma de discriminação, diante do avanço científico.

Em entrevista à CBN, o ministro explicou que, desde o agravamento de outras doenças como dengue e zica, o Brasil adotou uma tecnologia nova de "inativação viral". Isso permite que pessoas que tenham sido alvo do vírus do mosquito Aedes aegypti também possam doar sangue. Barros afirma que é possível fazer o mesmo com o sangue de quem está exposto a doenças como a AIDS:
"Ninguém fará doação sem todos os exames garantirem a qualidade do sangue. Toda doação de sangue é precedida de detalhado exame de qualidade do produto doado. Então, não há riscos dentro do processo. Evidentemente existem novas tecnologias que podem garantir ainda mais essa segurança. De qualquer forma, temos que aguardar o final do julgamento", afirmou.

O STF retoma o julgamento na quarta-feira da semana que vem. O ministro explicou que o processo de inativação viral funciona para esterilizar o plasma, que é a parte liquida do sangue. Alguns países tem restrição a receber plasma de países onde há manifestação de doenças como o zica virus.

A regra atual imposta pelo Ministério da Saúde, e seguida pela Anvisa, proíbe a doação de sangue de homens gays que tenham tido relação sexual com outros homens nos últimos 12 meses. Países como Espanha e Colômbia já flexibilizaram a legislação para liberar esse tipo de doação. No ano passado, porém, homossexuais continuaram proibidos a doar sangue nos Estados Unidos mesmo dispostos a ajudar quem saiu ferido de um atentado a uma boate gay em Orlando.

Por Basília Rodrigues, Crédito: Fernando Frazão / Agência Brasil


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