Destaques

sábado, 4 de agosto de 2018

Começa na segunda vacinação contra poliomielite e sarampo


Mais de 11 milhões de crianças devem buscar as 36 mil salas de vacinação. Objetivo é reduzir a possibilidade de retorno da pólio e reemergência de sarampo, doenças já eliminadas no Brasil

A partir desta segunda-feira (06), todas as crianças de um ano a menores de cinco devem se vacinar contra a pólio e sarampo, independentemente da situação vacinal. A nova Campanha Nacional de Vacinação Contra a poliomielite e sarampo vai até o dia 31/08. O dia D de mobilização nacional será no próximo sábado, 18 de agosto, quando os mais de 36 mil postos estarão abertos. A meta do Ministério da Saúde é vacinar, pelo menos, 95% das 11,2 milhões de crianças dessa faixa etária e diminuir a possibilidade de retorno da pólio e reemergência do sarampo, doenças já eliminadas no Brasil. A madrinha da campanha deste ano é a Xuxa, eterna rainha dos baixinhos. 

“Às vezes enfrentamos uma situação como essa de baixa cobertura vacinal que nos traz um alerta, porque temos uma falsa impressão de que a doença foi eliminada do país. Mas é a cobertura vacinal elevada que faz a doença desaparecer. E é por isso que devemos continuar vacinando nossos filhos, para manter essas doenças longe do Brasil”, ressaltou o ministro da Saúde Gilberto Occhi no lançamento da campanha. 

Neste ano, a campanha de vacinação será feita de forma indiscriminada para manter coberturas homogêneas de vacinação. Para a poliomielite, as crianças que não tomaram nenhuma dose durante a vida, receberão a VIP. Já os menores de cinco anos que já tiverem tomado uma ou mais doses da vacina, receberão a VOP, a gotinha. Em relação ao sarampo, todas as crianças receberão uma dose da vacina Tríplice viral, independentemente da situação vacinal, desde que não tenham sido vacinadas nos últimos trinta dias.

“Vacinando desta forma criarmos uma barreira sanitária, uma imunidade de grupo. Rapidamente teremos a oportunidade de garantir que, mesmo que os vírus da pólio e sarampo entrem no país, não encontrem uma fonte de infecção”, explica a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues. Ela também ressalta que é uma oportunidade de corrigir falhas vacinas. “ As crianças, por terem o sistema imunológico mais frágil, podem não responder imunologicamente à vacina”, esclarece a coordenadora.

Nos estados que registraram surtos de sarampo, a vacinação foi antecipada como medida de bloqueio para interromper a circulação do vírus. Em Roraima, a campanha iniciou em março e envolveu pessoas de 6 meses a 49 anos. Já em Manaus (AM), aconteceu em abril e o público vacinado foi de 6 meses a 29 anos de idade. E, em Rondônia, a vacinação está em andamento para crianças de 6 meses a menores de cinco anos. Durante a mobilização nacional, esses estados devem convocar novamente as crianças, na mesma faixa etária, de um a menores de cinco anos. O Ministério da Saúde oferta todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que estão disponibilizadas no SUS. Ao todo, são 19 para combater mais de 20 doenças, em todas as faixas etárias. Por ano, são cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos distribuídos em todo o país. 

CAMPANHA PUBLICITÁRIA 
Para mobilizar a população, o Ministério da Saúde conta, neste ano, com o apoio da Xuxa, a eterna rainha dos baixinhos. Não é a primeira vez que ela é madrinha de uma campanha de vacinação do Ministério da Saúde. Nos anos 1980, Xuxa também estrelou uma campanha de vacinação que bateu recordes e foi reconhecida até pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As peças para TV, rádio, impressos e redes sociais, serão exibidas de 1º a 31 de agosto. O filme, gravado em 3D, faz uma viagem ao passado, nas décadas de 80/90, quando nasceu o Zé Gotinha e também quando o Brasil assumiu o compromisso de eliminar o sarampo e a poliomielite. Xuxa e o Zé Gotinha contarão com o apoio da Galinha Pintadinha e dançarinos do game Just Dance. 

QUEDA NA VACINA
Desde que observou redução nas coberturas vacinais do país, o Ministério da Saúde tem alertado sobre o risco da volta de doenças que já não circulavam no Brasil, como é o caso do sarampo. Entre as principais causas, pode-se apontar o próprio sucesso do Programa Nacional de Imunizações, que conseguiu altas coberturas vacinais durante os seus 44 anos de existência. Outros fatores são: desconhecimento individual de doenças já eliminadas; horários de funcionamento das unidades de saúde incompatíveis com as novas rotinas da população; circulação de notícias falsas na internet e WhattsApp causando dúvidas sobre a segurança e eficácia das vacinas; bem como a inadequada alimentação dos sistemas de informação.

Para os estados que estão abaixo da meta de vacinação, o Ministério da Saúde tem orientado os gestores locais que organizem suas redes, inclusive com a possibilidade de readequação de horários mais compatíveis. Outra orientação é reforçar as parcerias com creches e escolas, ambientes que potencializam a mobilização sobre a vacina por envolver professores e a família. A Pasta ainda alerta para a importância de manter os sistemas de informação devidamente atualizados. 

SARAMPO
O Brasil recebeu, em 2016, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo, e atualmente empreende esforços para manter o certificado, principalmente por meio do fortalecimento da vigilância epidemiológica, da rede laboratorial e de estratégias de imunização.

No mundo, há registros de casos de sarampo em alguns países da Europa e das Américas. Em 2017, foram 173.330 casos registrados. Em 2018 (até maio), 81.635 casos confirmados, a maioria em países do Sudeste Asiático e Europa. Atualmente, o Brasil enfrenta dois surtos de sarampo: em Roraima e no Amazonas. Até o dia 25 de julho, foram confirmados 822 casos no Amazonas e em Roraima. Além disso, alguns casos isolados foram identificados nos estados de Rio de Janeiro (14); Rio Grande do Sul (13); Pará (2), Rondônia (1) e São Paulo (1). O reaparecimento da doença está relacionado às baixas coberturas e a presença de venezuelanos no país, comprovado pelo genótipo do vírus (D8) identificado, que é o mesmo que circula na Venezuela.

POLIOMIELITE 
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), três países ainda são considerados endêmicos (Paquistão, Nigéria e Afeganistão). O Brasil está livre da poliomielite desde 1990. Em 1994, o país recebeu, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem.

Dados da Campanha de Vacinação contra a Poliomielite por UF

Público-alvo
Quantitativo de doses das vacinas

UF
TOTAL
VIP
VOP
TRÍPLICE VIRAL
TOTAL

RO
104.978
8.130
131.300
126.000
265.430

AC
63.573
5.130
79.500
76.300
160.930

AM
304.907
23.720
381.200
365.900
770.820

RR
40.663
3.250
50.900
48.800
102.950

PA
594.518
41.830
743.200
713.500
1.498.530

AP
58.705
4.720
73.400
70.500
148.620

TO
99.049
7.240
123.900
118.900
250.040

 NORTE
94.020
1.583.400
1.519.900
3.197.320

MA
499.042
34.500
623.900
598.900
1.257.300

PI
197.366
13.930
246.800
236.900
497.630

CE
509.183
37.470
636.500
611.100

RN
188.861
14.040
236.100
226.700
476.840

PB
232.889
17.060
291.200
279.500
587.760

PE
544.178
42.440
680.300
653.100
1.375.840

AL
213.391
15.750
266.800
256.100
538.650

SE
133.395
10.270
166.800
160.100
337.170

BA
849.361
61.010
1.062.000
1.019.300
2.142.310

 NORDESTE
3.367.666
246.470
4.210.400
4.041.700
8.498.570

MG
1.027.305
77.600
1.284.500
1.232.800
2.594.900

ES
201.833
16.220
252.300
242.200
510.720

RJ
811.853
67.210
1.015.000
974.300
2.056.510

SP
2.202.964
183.270
2.754.000
5.580.870

 SUDESTE
4.243.955
344.300
5.305.800
5.092.900
10.743.000

PR
581.309
46.730
726.700
697.600

SC
339.800
26.970
424.800
407.800
859.570

RS
528.938
42.410
661.200
634.800
1.338.410

 SUL
1.450.047
116.110
1.812.700
1.740.200

MS
158.083
12.690
197.700
189.700
400.090

MT
202.216
15.920
252.800
242.700
511.420

GO
364.626
28.450
455.800
437.600
921.850

DF
160.292
13.360
200.400
192.400
406.160

 CENTRO-OESTE
885.217
70.420
1.106.700
1.062.400
2.239.520

 BRASIL
11.213.278
871.320
14.019.000
13.457.100


Por Amanda Mendes, da Agência Saúde



0 comentários:

Postar um comentário

Calendário Agenda