Aprovado pela Câmara, projeto aguarda
votação pelo Senado. Estudo realizado pelo TCU mostra que 60,5% dos
diagnósticos do câncer do SUS são em estágio avançado, em que as chances de
cura são menores.
Parlamentares e representantes da
sociedade realizaram o ato em frente ao Congresso Nacional, pedindo a aprovação
do projeto.
Um ato realizado no gramado do
Congresso Nacional na manhã desta quarta-feira (20) pediu a aprovação da
proposta que garante aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) o direito à
realização dos exames necessários para diagnóstico do câncer em no máximo 30
dias, contados a partir do pedido médico.
O evento foi promovido pela
Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília (Recomeçar) em parceria com
a Frente Parlamentar Mista da Saúde e da Frente Parlamentar em Prol da Luta
contra o Câncer.
Aprovado pela Câmara em dezembro de
2018, o Projeto de Lei 275/15, da deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), determina que
o limite de até 30 dias será válido nos casos em que a neoplasia maligna (termo
médico que se refere aos tumores malignos) seja a principal hipótese do médico.
A proposta aguarda votação pelo Senado (PLC 143/18).
A presidente da ONG Recomeçar, Joana
Jecker, espera que o projeto possa ser aprovado em regime de urgência pelo
Senado, ainda neste mês – quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, em
8 de março. Ela afirma que a proposta pode salvar vidas, já que o câncer não
espera. “A evolução da doença é muita rápida, progressiva, e as chances de cura
são muito grandes quando descoberta no início”, disse.
Cura e economia
Joana Jeker cita relatório do Tribunal de Contas da União de 2010 que mostra que 60,5% dos diagnósticos do câncer do SUS são em estágio avançado, em que as chances de cura são menores e o tratamento é mais caro.
Joana Jeker cita relatório do Tribunal de Contas da União de 2010 que mostra que 60,5% dos diagnósticos do câncer do SUS são em estágio avançado, em que as chances de cura são menores e o tratamento é mais caro.
Segundo o Instituto Oncoguia, quando
o câncer de mama é diagnosticado precocemente, a chance de cura é de 95%. Já
quando descoberto mais tarde essa taxa cai para 50%.
Também presente ao ato, o subdefensor
público-geral federal, Jair Soares, disse que apoia o projeto não só porque a
Constituição garante o direito fundamental à vida, como porque acredita que a
proposta pode proporcionar economia significativa. Ele destacou que o SUS,
quando trata a pessoa em estágio avançado, gasta até oito vezes mais do que em
estágio inicial.
E ressaltou ainda que pessoas que são
diagnosticadas previamente se recuperam mais rápido e retornam mais cedo ao
mercado de trabalho. Isso, conforme o defensor, proporciona inclusive economia
para a Previdência Social, por conta do pagamento de auxílio-doença por período
menor.
Tempo para exames
Autora da proposta, Carmen Zanotto salientou que hoje a legislação já estipula o início do tratamento pelo SUS em no máximo 60 dias a partir do diagnóstico do câncer (Lei 12.732/12). Mas o tempo para se chegar ao diagnóstico no SUS, de acordo a parlamentar, muitas vezes é de mais de seis meses, conforme a região.
Autora da proposta, Carmen Zanotto salientou que hoje a legislação já estipula o início do tratamento pelo SUS em no máximo 60 dias a partir do diagnóstico do câncer (Lei 12.732/12). Mas o tempo para se chegar ao diagnóstico no SUS, de acordo a parlamentar, muitas vezes é de mais de seis meses, conforme a região.
Coordenadora da Frente Parlamentar em
Prol da Luta contra o Câncer, a deputada Silvia Cristina (PDT-RO) já passou por
mastectomia – cirurgia de remoção completa da mama – e conta que em seu estado
muitas vezes o diagnóstico da doença no SUS demora mais de um ano.
Prevenção
Também presente ao ato, o deputado Dr. Frederico (Patri-MG), médico oncologista, observou que a prevenção do câncer envolve dieta equilibrada, atividade física e realização de exames. Segundo ele, para mulheres com caso de câncer de mama na família, a consulta médica com ginecologista ou mastologista e a mamografia devem ser feitas anualmente a partir dos 35 anos. Para mulheres sem casos de câncer de mama na família, a recomendação é de mamografia a partir dos 50 anos de idade, a cada dois anos, e consulta médica anual com ginecologista ou mastologista.
Prevenção
Também presente ao ato, o deputado Dr. Frederico (Patri-MG), médico oncologista, observou que a prevenção do câncer envolve dieta equilibrada, atividade física e realização de exames. Segundo ele, para mulheres com caso de câncer de mama na família, a consulta médica com ginecologista ou mastologista e a mamografia devem ser feitas anualmente a partir dos 35 anos. Para mulheres sem casos de câncer de mama na família, a recomendação é de mamografia a partir dos 50 anos de idade, a cada dois anos, e consulta médica anual com ginecologista ou mastologista.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA: PL-275/2015
Reportagem – Lara Haje, Edição –
Roberto Seabra, Luis Macedo/Câmara dos Deputados
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