Os óbitos pela
doença também aumentaram 67%, entre 30 de dezembro e 16 de março de 2019, em
comparação ao mesmo período de 2018, sendo a maior concentração no estado de
São Paulo
O sistema de vigilância de estados e municípios e
toda a população devem reforçar os cuidados para combater o Aedes
aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. O alerta
do Ministério da Saúde é devido ao aumento de 264,1% dos casos de dengue no
país, que passaram de 62,9 mil nas primeiras 11 semanas de 2018 para 229.064 no
mesmo período deste ano (até 16 de março). A incidência, que considera a
proporção de casos em relação ao número de habitantes, tem taxa de 109,9
casos/100 mil habitantes até 16 de março deste ano. O número de óbitos pela
doença também teve aumento, de 67%, sendo grande parte no estado de São Paulo.
O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério
da Saúde, Wanderson Kleber, reforça que a melhor forma de evitar o agravamento
e as mortes por dengue é com diagnóstico e tratamento oportunos. “O Brasil vem
de dois anos seguidos com baixa ocorrência de dengue, portanto é necessário que
os profissionais de saúde estejam atentos a esse aumento de casos. É preciso
que eles estejam mais sensíveis e atentos para a dengue na hora de fazer o
diagnóstico. Quanto mais cedo o paciente for diagnosticado e der início ao
tratamento, menor o risco de agravamento da doença e de evoluir para óbito”,
explica Wanderson.
Ainda de acordo com
o secretário, apesar do aumento expressivo no número de casos, a situação ainda
não é considerada uma epidemia. No último ano de epidemia no país, em 2016,
foram registrados 857.344 casos da doença no mesmo período. Contudo, ele
reforça que é preciso intensificar as ações de combate ao Aedes
aegypti para que o número de casos de dengue não continue avançando no
país.
Alguns estados têm situação mais preocupante, por
apresentarem alta incidência da doença, ou seja, estão com a incidência maior
que 100 casos por 100 mil habitantes: Tocantins (602,9 casos/100 mil hab.),
Acre (422,8 casos/100 mil hab.), Mato Grosso do Sul (368,1 casos/100 mil hab.),
Goiás (355,4 casos/100 mil hab.), Minas Gerais (261,2 casos/100 mil hab.),
Espírito Santo (222,5 casos/100 mil hab.) e Distrito Federal (116,5 casos/100
mil hab.).
A região Sudeste apresentou o maior número de casos
prováveis (149.804 casos; 65,4 %) em relação ao total do país, seguida das
regiões Centro-Oeste (40.336 casos; 17,6 %); Norte (15.183 casos; 6,6 %);
Nordeste (17.137 casos; 7,5 %); e Sul (6.604 casos; 2,9 %). As regiões
Centro-Oeste e Sudeste apresentam as maiores taxas de incidência, com 250,8
casos/100 mil hab. e 170,8 casos/100 mil hab., respectivamente.
Em relação aos óbitos, os profissionais devem ficar
atentos. O aumento neste ano é de 67% em relação ao mesmo período de 2018,
passando de 37 para 62 mortes. Destaque para o estado de São Paulo, que
registrou 31 óbitos, o que representa 50% do total registrado em todo o país.
COMBATE AO AEDES -
DENGUE
As ações de
prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti são permanentes
e tratadas como prioridade pelo Governo Federal. Todas as ações são gerenciadas
e monitoradas pela Sala Nacional de coordenação e Controle para enfrentamento
do Aedes, que atua em conjunto com outros órgãos, como o
Ministério da Educação; da Integração, do Desenvolvimento Social; do Meio
Ambiente; Defesa; Casa Civil e Presidência da República. A Sala Nacional
articula com as Salas Estaduais e Municipais (2.166) as ações de mobilização e
também monitora os ciclos de visita a imóveis urbanos no Brasil, que são
vistoriados pelos agentes comunitários de saúde e agentes de combate às
endemias.
O Ministério da Saúde também oferece continuamente
aos estados e municípios apoio técnico e fornecimento de insumos, como
larvicidas para o combate ao vetor, além de veículos para realizar os fumacês,
e testes diagnósticos, sempre que solicitado pelos gestores locais. Entre
janeiro e março deste ano, a pasta já enviou mais de 90 mil reações do teste
Elisa para diagnóstico de dengue aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública
(LACENs) estaduais. Para o diagnóstico das doenças zika e chikungunya, e também
dengue, todos os laboratórios do país estão abastecidos com o teste em Biologia
Molecular. Também são investidos recursos em ações de comunicação, como
campanhas publicitárias e divulgação nas redes sociais, junto à população.
Para estas ações, a
pasta tem garantido orçamento crescente aos estados e municípios. Os recursos
para as ações de Vigilância em Saúde, incluindo o combate ao Aedes
aegypti, cresceram nos últimos anos, passando de R$ 924,1 milhões, em 2010,
para R$ 1,73 bilhão em 2018. Este recurso é destinado à vigilância das doenças
transmissíveis, entre elas dengue, zika e chikungunya e é repassado mensalmente
a estados e municípios.
ZIKA
Em 2019, até 02 de março, foram registrados 2.062
casos de Zika, com incidência de 1,0 caso/100 mil hab. Em 2018, no mesmo
período, foram registrados 1.908 casos prováveis.
Entre as Unidades da Federação, destacam-se
Tocantins (47,0 casos/100 mil hab.) e Acre (9,5 casos/100 mil hab.). Em 2019,
não foram registrados óbitos por Zika.
CHIKUNGUNYA
Em 2019, até 16 de março, foram registrados 12.942
casos de chikungunya no país, com uma incidência de 6,2 casos/100 mil hab. Em
2018, foram 23.484 casos – uma redução de 44%.
Na análise dos estados, destacam-se entre as
maiores incidências o Rio de Janeiro (39,4 casos/100 mil hab.), Tocantins (22,5
casos/100 mil hab.), Pará (18,9 casos/100 mil hab.) e Acre (8,6 casos/100 mil
hab.). Em 2019, não foram confirmados óbitos por chikungunya. No mesmo período
de 2018, foram confirmadas nove mortes.
DADOS
REGIONALIZADOS
Tocantins tem aumento
de 1.809% nos casos de dengue e está entre os estados com maior incidência do
país
Minas Gerais tem
aumento de 734% nos casos de dengue e está entre os estados com maior
incidência do país
Espírito Santo tem
aumento de 501% nos casos de dengue e está entre os estados com maior
incidência do país
São Paulo tem aumento
de 2.124% nos casos de dengue e está entre os estados com maior incidência do
país
Mato Grosso do Sul
tem aumento de 912,6% nos casos de dengue e está entre os estados com maior
incidência do país
Distrito Federal tem
aumento de 528% nos casos de dengue e está entre os estados com maior
incidência do país
Apesar de menos casos
em relação ao ano passado, Goiás está entre as maiores incidências de dengue no
país, com 335,4 casos/100 mil habitantes
Rondônia tem queda de
41,9% nos casos de dengue
Amazonas tem aumento
de 3,5% nos casos de dengue
Roraima tem aumento
de 6.566% nos casos de dengue
Pará tem queda de
20,9% nos casos de dengue
Amapá tem queda de
81,5% nos casos de dengue
Maranhão tem aumento
de 37,9% nos casos de dengue
Piauí tem queda de
55,8% nos casos de dengue
Ceará tem aumento de
81,8% nos casos de dengue
Rio Grande do Norte
tem queda de 39,9% nos casos de dengue
Paraíba tem queda de
6,9% nos casos de dengue
Pernambuco tem
aumento de 6,9% nos casos de dengue
Mato Grosso tem
redução de 39% nos casos de dengue
Rio Grande do Sul tem
aumento de 170% nos casos de dengue
Santa Catarina tem
aumento de 587% nos casos de dengue
Paraná tem aumento de
1.424% nos casos de dengue
Rio de Janeiro tem
queda de 36% nos casos de dengue
Bahia tem aumento de
281% nos casos de dengue
Sergipe tem aumento
de 331% nos casos de dengue
Alagoas tem aumento
de 145,3% nos casos de dengue
Por Camila Bogaz,
da Agência Saúde
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