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sábado, 30 de março de 2019

AUTISMO - CÂMARA VAI CELEBRAR O DIS NACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE


 Sessão na Câmara vai celebrar o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo
O tema é pauta para projetos e deputados já apresentaram 48 propostas relacionadas ao autismo

Especialistas afirmam que é fundamental o convívio de estudantes autistas com os outros alunos que não têm esse problema neurológico. Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais: inabilidade para interagir socialmente; dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos; e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

Na Câmara tramitam 48 propostas relacionadas ao autismo. Uma dessas propostas (PL 1473/19), apresentada pelo deputado Amaro Neto, do PRB do Espírito Santo, estabelece a garantia de atendimento educacional especializado gratuito aos estudantes com transtorno do espectro autista e, em casos de comprovada necessidade, o autista terá direito a acompanhante especializado.

"Eu tenho algo muito próximo dentro de casa. Os meus filhos não têm [autismo]. Mas os meus filhos convivem com uma criança com autismo severo, e eu vi que como a inclusão e como estar perto de crianças que não são especiais ajudam essas crianças tão especiais no desenvolvimento da sua vidinha logo no início dos primeiros anos de vida."

O termo abrangente é espectro autista porque os seus portadores têm graus de comprometimento de intensidade variável: vai desde quadros mais leves, como a síndrome de Asperger, na qual não há comprometimento da fala e da inteligência, até formas graves em que o paciente se mostra incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é portador de comportamento agressivo e retardo mental.

Presidente da Frqente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista, o deputado Célio Studart, do PV do Ceará, afirma que há muito trabalho a ser feito:

"É comum nós vermos, por exemplo, vagas em colégios que são negadas a pessoas com autismo, porque o colégio se vê em dificuldade de incluir aquela pessoa. Isso está muito errado. É preciso rever essa questão. É preciso também mostrar que essas pessoas têm o mesmo direito de qualquer pessoa com deficiência na hora de ocupar vagas no mercado de trabalho. Então a lei tem que valer para os autistas também."

O estudante Igor Andrade, de 20 anos, é autista e está cursando a faculdade de design gráfico. Mas para chegar até aí, ele teve que superar turmas que não entendiam as suas peculiaridades:
"É porque as pessoas não conseguem relacionar ao meu respeito, a minha atitude, a minha sociedade, a minha aparência... (...) Eu estudei nas 900 numa escola muito chata, que eu sofria bullying, que as crianças me agrediam e os professores não souberam trabalhar comigo direito."

A psicóloga Ana Maria Bereohff, especializada em autismo, defende o convívio com os outros alunos não autistas:

"Então é muito importante como modelo comportamental, como socialização. Então ela tem condição de frequentar, sim. Óbvio a gente também tem que falar que as escolas têm estar preparadas, com professores especializados, com adequação curricular, com adaptação curricular. Porque o autismo, muitas vezes, traz uma dificuldade na atenção, uma agitação motora, uma dificuldade até na própria compreensão dos comandos."

Para celebrar o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, em 2 de abril (terça), a Câmara dos Deputados fará uma sessão solene no Plenário Ulysses Guimarães nessa data, a partir das 9 horas da manhã.

Reportagem – Newton Araújo, Agência Câmara 


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