As
tendências de consumo do segmento de medicamentos isentos de prescrição (MIPs),
a tomada de decisão sobre a própria saúde e o impacto econômico de promover o
autocuidado foram alguns dos temas discutidos no 2º Seminário sobre Medicamentos
Isentos de Prescrição. Realizado nesta quinta-feira (21/3), na sede da Anvisa,
em Brasília (DF), o evento reuniu diversos especialistas dos setores
farmacêutico, econômico e público para expor as perspectivas futuras do
ramo.
Na
abertura do evento, Alessandra Bastos Soares, diretora da Anvisa, reforçou que
a educação e o debate construtivo, tanto com os profissionais de saúde quanto
com a população, que faz uso desses produtos dentro de casa, são a chave para
melhorar a utilização dos MIPs. “A Agência está construindo um caminho mais
eficiente no diálogo entre todas as partes, para que o acesso aos medicamentos
aconteça com segurança, qualidade e eficácia”, completou a
diretora.
O
presidente da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de
Prescrição (Abimip), Rodrigo Garcia, afirmou que as discussões são valiosas
para todo o setor. “Estar aqui é uma oportunidade, de acordo com a nossa
missão, de envolver todos os protagonistas do setor em discussões que
enriqueçam o debate sobre os temas relevantes que estão em pauta”, finalizou.
Tendência
de consumo
O
cenário do consumo do mercado dos medicamentos isentos de prescrição no Brasil
foi apresentado por Julian Frenk, gerente de Consumer Intelligence da empresa
IQVIA. Ele destacou os hábitos de compras do consumidor no autosserviço da
farmácia. De acordo com dados divulgados recentemente, os MIPs já são o
primeiro recurso da população brasileira para enfrentar sintomas menores, uma
vez que 63% dos consumidores declararam recorrer a esse tipo de
medicamento.
MIP
e economia
O
diretor geral da Associação Regional de Medicamentos de Venda Livre da América
Latina (Ilar), Juan Thompson, falou da importância dos MIPs para a economia de
recursos públicos na América Latina e no Brasil. A palestra focou em uma
pesquisa realizada pela Associação que se concentrou em doenças comuns de maior
impacto, como o resfriado comum, a diarreia, a candidíase e a lombalgia.
De
acordo com o estudo, estima-se que seria possível economizar cerca de US$ 2
bilhões em assistência médica e em qualidade de produtividade dos profissionais
de saúde pública se 50% desses casos fossem tratados com MIPs. Intitulado
Utilização de medicamentos isentos de prescrição e economia gerada para os
sistemas de saúde, o estudo, realizado pela Fundação Instituto de Administração
(FIA), mostra que o uso de MIPs gera uma economia de R$ 364 milhões para o
Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o levantamento, para cada R$ 1,00 gasto
com essa categoria de remédios, são economizados até R$ 7,00 pelos cofres
públicos.
Intoxicação
Dando
continuidade ao Seminário, Sérgio Graff, mestre em Toxicologia e Análises
Toxicológicas pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São
Paulo (USP), abordou o tema Avaliação sobre dados de intoxicação por MIPs.
Segundo Graff, é necessário realizar uma análise de dados mais eficiente, com
maior divulgação sobre MIPs para profissionais de saúde e aperfeiçoamento da
captação dos relatos e dos sistemas de notificação, para obter informações mais
contundentes e segmentadas para o setor.
Análise
de marcas
A
coordenadora de Assuntos de Regulamentação Brasileira do Brand Institute,
Domenica Redeschi, apresentou a metodologia de segurança nas análises de marcas
de MIPs. A palestrante destacou o roteiro de análise, realizado pelo Instituto,
baseado nos critérios das normas vigentes que devem ser observados pelas
empresas para escolha dos nomes dos medicamentos cujos registros serão
pleiteados.
Diálogo
Encerrando
o 2º Seminário sobre MIPs, foi realizada uma mesa-redonda que contou com representantes
das áreas de Medicamentos e Farmacovigilância da Anvisa e com a participação
dos inscritos presentes, que puderam contribuir com sugestões e questionamentos
sobre os temas debatidos no evento.
O
que são os medicamentos isentos de prescrição?
Medicamentos
isentos de prescrição são medicamentos disponíveis no autosserviço em farmácias
e drogarias e que, dessa forma, não necessitam de prescrição médica para
compra. Esses medicamentos cumprem, no entanto, todos os demais requisitos de
qualidade, segurança e eficácia preconizados pela legislação sanitária em
vigor.
0 comentários:
Postar um comentário