Criança
que recebe medicamento contra tuberculose no Sudão do Sul.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou
novas orientações para melhorar o tratamento da tuberculose multirresistente
(MDR-TB), recomendando a mudança para regimes totalmente orais. Medicamentos
injetáveis não são mais considerados prioridade no desenho de regimes de
tratamento contra esse tipo de tuberculose.
Segundo
a OMS, a nova abordagem é mais eficaz e tem menor probabilidade de provocar
efeitos colaterais adversos. O organismo internacional recomenda o
acompanhamento dos cuidados, monitorando ativamente a segurança dos
medicamentos e garantindo apoio e aconselhamento para ajudar os pacientes a
concluírem o tratamento.
As
recomendações, divulgadas às vésperas do Dia Mundial da Tuberculose (24 de
março), fazem parte de um pacote mais abrangente de ações destinadas a ajudar
os países a acelerar o ritmo de progresso para pôr fim à tuberculose.
Tedros
Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, revelou o tema da campanha deste
ano: “É hora de pôr fim à tuberculose”. “Estamos ressaltando a necessidade urgente
de traduzir os compromissos assumidos na Reunião de Alto Nível das Nações
Unidas sobre TB, em 2018, em ações que permitam que todas as pessoas que
precisam de cuidados possam obtê-los”, disse.
Desde
2000, 54 milhões de vidas foram salvas e o número de mortes pela doença caiu em
um terço. Contudo, 10 milhões de pessoas ainda adoecem com tuberculose a cada
ano e muitas delas não recebe os cuidados necessários.
O
pacote da OMS foi elaborado para apoiar os países a suprir lacunas no
atendimento, garantindo que ninguém seja deixado para trás.
Entre
os principais elementos, estão uma estrutura de prestação de contas para
coordenar ações entre setores e monitorar e revisar progressos; um painel para
ajudar os países a conhecer mais sobre suas próprias epidemias por meio do
monitoramento em tempo real – adotando sistemas eletrônicos de vigilância da
tuberculose.
Outros
elementos incluem um guia para a priorização efetiva do planejamento e da
implementação de intervenções de impacto, com base em análises das vias do
paciente no acesso aos cuidados; novas diretrizes da OMS sobre controle de
infecção e tratamento preventivo para pessoas com infecção latente; uma
força-tarefa da sociedade civil para garantir seu engajamento efetivo e
significativo.
“Este
é um conjunto de ações pragmáticas que os países podem utilizar para acelerar o
progresso e atuar nos compromissos de alto nível feitos em setembro passado”,
disse Tereza Kasaeva, diretora do Programa Mundial de TB da OMS.
No
dia 22 de março, os principais parceiros se reunirão em um simpósio para
celebrar o Dia Mundial da Tuberculose na OMS, em Genebra, e desenvolver uma
plataforma colaborativa multissetorial e com diversas partes interessadas para
acelerar ações que possam pôr fim à doença. A Organização apresentará o novo
pacote na ocasião.
A
tuberculose está entre as doenças infecciosas que mais mata no mundo, com 500
vidas perdidas por dia. A maior carga é suportada pelas comunidades que
enfrentam desafios socioeconômicos e pessoas que trabalham e vivem em locais de
alto risco, mais pobres e marginalizados.
Foto:
PNUD Sudão do Sul/Brian Sokol


0 comentários:
Postar um comentário