Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Foi publicado nesta segunda-feira (11/1), em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), o decreto presidencial com a nomeação de Nísia Trindade Lima para o cargo de presidente da Fiocruz, para a gestão 2021-2024. Nísia foi eleita em primeiro lugar na lista tríplice homologada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz e entregue ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em novembro do ano passado. A Eleição Fiocruz 2020 foi a mais expressiva da história da instituição, com a participação de 4.400 eleitores - 91,6% dos 4.847 servidores aptos a votar.
Na manhã desta segunda, Nísia
esteve reunida com o ministro chefe da Casa Civil, General Braga Netto, em
Brasília, para tratar da finalização do processo de nomeação para presidente da
instituição. Na ocasião, a presidente apresentou os resultados e realizações de
sua gestão, bem como perspectivas e propostas para o próximo mandato, com
ênfase no sistema de ciência e tecnologia e inovação da Fiocruz e seu papel
para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A reunião, conduzida pelo
Ministro Chefe da Casa Civil, General Braga Netto, acompanhado pelo
secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, representando o
Ministro Eduardo Pazuello, teve a participação de quadros dirigentes do governo
federal, dentre eles o Secretário Executivo da Casa Civil, Secretário Executivo
da Secretaria de Governo, Chefe de Gabinete da Casa Civil , Secretário
Executivo da Secretaria de Geral, Subchefe da Subchefia de Articulação e
Monitoramento/SAM, Subchefe da Subchefia de Ação Governamental/SAG,
Subchefe da Secretaria Especial de Relações Governamentais/ SERG, e
Subchefe da Secretaria Especial para Relacionamento Externo/SEREX.
Nísia Trindade Lima recebeu
3.784 votos para o primeiro lugar (87% dos votos válidos). “Mais uma vez serei
presidente de todas e todos, ampliando o diálogo interno e com as esferas de
governo, dos poderes da República e da sociedade civil. Prometo continuar
conduzindo a nossa instituição com o mesmo comprometimento, serenidade e
firmeza dos últimos quatro anos”, afirmou a presidente na carta de
agradecimento enviada à comunidade Fiocruz.
Fortalecimento da democracia
A presidente considera que a
eleição foi resultado do fortalecimento da democracia na instituição. “Saímos
desse processo mais unidos e conscientes do nosso papel na sociedade,
principalmente neste momento tão difícil que passamos”, afirmou. “Aproveito para
manifestar os meus sentimentos aos familiares das vítimas da Covid-19 e reitero
o compromisso da Fiocruz, instituição de Estado e patrimônio da sociedade, em
ter a ciência, a tecnologia e a inovação a serviço da vida e do Sistema Único
de Saúde como a sua diretriz principal”.
“Agradeço a confiança e as
mensagens de apoio, carinho e ânimo que recebi de toda comunidade Fiocruz, com
seus servidores, profissionais terceirizados, bolsistas, estudantes e
estagiários; aos integrantes do Conselho Deliberativo e do Conselho Superior.
Agradeço também aos representantes da sociedade civil que estiveram juntos à
nossa comunidade nesta trajetória”, declarou a presidente na carta aberta.
Plataforma de campanha
Em sua plataforma de campanha,
a presidente se comprometeu a promover a sinergia do sistema Fiocruz e a
integralidade institucional mediante a adoção de arranjos de gestão que
promovam o fortalecimento das capacidades das unidades e a ação coordenada
entre elas para o alcance de resultados para o SUS e para a ciência e
tecnologia; a reforçar o elo integrador e indissociável entre Ciência,
Tecnologia e Inovação (CT&I), educação e o SUS, como dimensões essenciais
para o fortalecimento do Estado Nacional; e atualizar a infraestrutura
científica, de educação, de informação e comunicação e as plataformas de
conhecimento do futuro, com vistas a colocar a Fiocruz em compasso com a 4ª
Revolução Tecnológica, entre outras diretrizes.
Também estão entre os
compromissos assumidos para o segundo mandato incorporar formas contemporâneas
de organização e gestão da CT&I, voltadas para atender necessidades
sociais; fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde como elemento
essencial para a redução da vulnerabilidade do SUS; promover a inovação na
gestão pública, mediante valorização da capacidade criativa dos trabalhadores e
gestores da Fiocruz; promover a valorização do trabalho e dos servidores
públicos, mediante ações de incentivo ao desenvolvimento na carreira e de
proteção aos direitos; e avançar na perspectiva do trabalho digno, promovendo
melhorias permanentes nas condições de vida e trabalho na Fiocruz, em especial
no que diz respeito à saúde do trabalhador.
Perfil
Primeira mulher eleita
presidente na história da Fiocruz, Nísia Trindade Lima é doutora em Sociologia
e servidora da Fundação desde 1987. Ingressou na instituição como pesquisadora
da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), assumindo a direção da unidade de 1999 a
2005. Atuou como integrante do conselho editorial da Editora Fiocruz, do comitê
científico e da comissão executiva do 4º Congresso Mundial de Centros de
Ciência e da comissão organizadora de eventos integrantes da comemoração do
centenário da descoberta da Doença de Chagas.
De 2011 a 2016, à frente da
Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz), tornou-se
integrante do Conselho Consultivo do Sistema Universidade Aberta do Sistema
Único de Saúde (UNA-SUS). Já em 2012, passou a integrar o grupo de trabalho
para implementação da Fiocruz Piauí e iniciou o trabalho de negociação para implementar
a Rede SciELO Livros - hoje no ar com milhões de downloads e com forte
protagonismo da Fundação.
No contexto do compromisso com
a democratização do conhecimento e do acesso à informação, sob sua gestão,
foram lançados o Programa de Apoio às Bibliotecas Virtuais em Saúde, o
Repositório Institucional da Fiocruz (Arca) e as políticas institucionais de
acesso aberto e de comunicação. Em 2015, Nísia recebeu o prêmio Nise da
Silveira, na categoria mulher cientista, pela Secretaria Especial de Políticas
para as Mulheres da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Nísia é integrante da Zika
Alliance Network desde 2018, um consórcio de pesquisa multinacional e
multidisciplinar formado por 54 parceiros em todo o mundo. Recentemente assumiu
a copresidência da Rede de Saúde para Todos da UNSDSN e a copresidência do
Grupo Diretor de Recuperação Econômica para aconselhar sobre o desenvolvimento
de um Roteiro de Pesquisa das Nações Unidas para a Recuperação Covid-19. Em
setembro de 2020, Nísia recebeu o título de professora honoris causa da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em dezembro do ano passado, foi
eleita membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na categoria
Ciências Sociais.
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