Destaques

domingo, 6 de setembro de 2015

Análise de Mídia - REVISTAS

Temas que repercutiram durante a semana são aprofundados pelas revistas que circulam neste fim de semana.
 
Noticiário internacional se sobressai, com reportagens focadas na crise migratória que atinge a Europa. 
 
Com foto do menino sírio-curdo Ayslan Kurdi, de 3 anos, que morreu durante a viagem da Turquia para a Grécia, parte dos veículos destaca o fato como símbolo da tragédia dos refugiados do Oriente Médio.
 
Reportagem de capa da ISTOÉ afirma que “o grito silencioso do cadáver de Ayslan Kurdi em uma praia turca fez o mundo despertar para a tragédia humanitária dos refugiados que agora chegam à Europa”.
 
Também na capaVEJA avalia que “há uma pequena chance de que a morte de Aylan seja o marco do limite máximo do descaso com a maior tragédia humanitária de nosso tempo”.
 
Temas econômicos e desdobramentos da operação Lava Jato também são abordados.
 
ÉPOCA revela em sua capa que a Procuradoria-Geral da República obtém evidências de que os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá e Edison Lobão receberam propina de empreiteiras pelo contrato da usina de Angra 3.
 
Em reportagem de capaCARTA CAPITAL trata do déficit de 30 bilhões no Orçamento do ano que vem e afirma que o rombo poderia ser coberto pela caça à sonegação.
 
ISTOÉ DINHEIRO analisa na reportagem de capa a ascensão de uma nova classe de empresas digitais. Texto avalia que esses novos serviços estão transformando a economia. “Mas as empresas tradicionais já estão reagindo à nova ordem digital”. 

CNI NA MÍDIA

Avanço do noticiário internacional é destaque nas revistas. Abordagens políticas e econômicas também merecem atenção.

No entanto, menções à Indústria ocupam espaços discretos na cobertura.
 
ISTOÉ DINHEIRO publica entrevista com João Carlos Brega, presidente da multinacional americana Whirlpool na América Latina (dona das marcas Brastemp, Consul e Embraco).
 
Entre outros temas, o executivo comenta sobre a crise econômica que atinge o Brasil. Questionado sobre a perda de participação que a indústria vem tendo na participação do PIB, ele afirma a Whirlpool precisa se posicionar.
 
“Quero valorizar o trabalho do Paulo Skafpresidente da Fiesp, e do Glauco José Côrte, da Força da Indústria Catarinense (Fiesc). Sentimos que estamos muito bem representados por eles, que tentam demonstrar como o setor se sente. Porém, estou preocupado com a posição da CNI.

ANÁLISE SETORIAL

Na agenda setorial, revistas repercutem a divulgação do Orçamento 2016 e questionam a política tributária.
 
Abordagens destacam que o governo fechará as contas no vermelho, com déficit estimado em R$ 30,5 bilhões, o equivalente a 0,5% do PIB, o pior resultado em 21 anos.
 
CARTA CAPITAL, em reportagem coordenada à capa, alerta que as divergências na equipe econômica florescem cada vez mais e que Joaquim Levy converteu-se no “ministro da Fazenda mais fraco em duas décadas e coleciona embates e desgastes com o colega Nelson Barbosa, um ministro do Planejamento forte como há tempos não se via”.
 
Segundo a reportagem, a disputa entre os ministros ficou escancarada na proposta de Orçamento 2016, “tema em que nenhum deles ficou satisfeito”. Texto explica que Levy queria mais arrocho, e Barbosa era simpático a criar novos tributos, entre eles a CPMF.
 
Nesse contexto, ANTONIO DELFIM NETTO, na CARTA CAPITAL, aponta que, com os números das contas nacionais trimestrais publicados na sexta-feira (28), “o quinquênio da presidenta Dilma Rousseff vai provavelmente encerrar-se com um medíocre crescimento total do PIB da ordem de 6%, ou seja, qualquer coisa como 1,2% ao ano”.
 
O ex-ministro lembra que “mesmo antes da posse do segundo mandato, era visível a necessidade de um profundo ‘ajuste fiscal estrutural’”. Segundo ele, a presidente reeleita “reconheceu, intimamente, tal fato e selecionou um competente ministro para fazê-lo. Por que, então, não funcionou?”.
 
“Temos a impressão de que um conjunto de fatores previsíveis, mas não considerados, gerou o sentimento hoje generalizado na sociedade brasileira de que, por mais honesto e bem-intencionado que tenha sido o seu esforço, Dilma conduziu o País a um impasse social, econômico e político”, afirma DELFIM NETTO. “Cada passo mal pensado e mal combinado, que termine em frustração, pode ser o precipício”, adverte.
 
Ainda sobre o déficit orçamentário, ISTOÉ posiciona que a quantia de R$ 30,5 bilhões é um escândalo, mas o rombo pode ser maior. “Os números não mentem: o Estado brasileiro chegou ao fundo do poço financeiro. Ele não tem mais capacidade para administrar suas contas. O nome disso é falência”, afirma, em tom crítico.
 
Reportagem aponta que, em momento de aperto no bolso de trabalhadores e empresários, é uma “insensatez” elevar a carga tributária. “Ela, afinal, vai onerar as empresas, que serão obrigadas a cortar gastos (ou seja, empregos e investimentos). Tudo isso deságua no PIB negativo”, alerta.
 
Em editorialISTOÉ afirma que “abusando da chamada contabilidade criativa, na qual gastar em proveito de um projeto de poder foi regra, Dilma quebrou o Estado. Colocou em colapso as contas públicas e agora quer fazer crer que nada disso foi culpa da tal ‘nova matriz econômica’ que o PT implementou ao longo de anos”.
 
ÉPOCA aponta que, em sua proposta de Orçamento para 2016, a presidente Dilma Rousseff “reconheceu de forma explícita que o governo federal não terá dinheiro suficiente para pagar todos os seus compromissos no ano que vem”.
 
Reportagem avalia que a decisão de Dilma, de apresentar uma proposta de Orçamento deficitário, assustou os analistas. "O governo jogou a toalha no ajuste fiscal", diz à reportagem o economista e consultor Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central (BC).
 
Na mesma reportagem, ÉPOCA aponta que, no mercado financeiro, houve reação imediata à deterioração do quadro fiscal e ao aumento do risco de o Brasil perder o grau de investimento.
 
ISTOÉ DINHEIRO também repercute a proposta de Orçamento e afirma que, “com o envio ao Congresso do primeiro orçamento negativo da história, o Brasil passou a ser tratado pelos investidores como um país sem grau de investimento. Nesse cenário, o horizonte de planejamento para empresas ficou ainda mais nebuloso”.
 
Segundo a revista, “a revelação de que o Brasil pode fechar o terceiro ano consecutivo com as contas no vermelho acentuou a confusão dos empresários sobre o que esperar dos próximos meses. A percepção predominante é de que o País está à deriva, sem direção, o que dificulta o planejamento”.

De volta à ÉPOCA, revista aponta o ministro Joaquim Levy como PERSONAGEM DA SEMANA. Texto relata que ele “foi derrotado não só no Orçamento, mas também quando se colocou contra a recriação da CPMF, o anúncio antecipado da redução da meta de superávit primário deste ano e o pagamento de metade do 13º dos aposentados. Em todos os casos, Dilma preferiu saídas defendidas por Nelson Barbosa”.
 
“Levy sabe que, a cada dia, está mais sozinho com suas ideias que exigem sacrifícios”, posiciona a revista. Segundo a revista, os rumores de uma possível saída de Levy se espalharam pelo mercado e a cotação do dólar disparou.
 
“Não era uma reação a uma situação concreta, já que até o penúltimo dia de agosto o fluxo cambial era positivo em mais de US$ 2 bilhões. Era especulação diante da perspectiva negativa de um governo Dilma sem Levy”, aponta o texto.
 
EXPRESSO, na ÉPOCA, assinala que “Dilma não pode ficar no meio do tiroteio e precisa escolher um lado. Alguns de seus assessores apostam que será o de Levy e de Temer e que, para abafar de vez os boatos sobre substituição na Fazenda, ela terá de enquadrar Barbosa”.
 
EXPRESSO registra que “o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, estará em campanha nas próximas semanas contra o aumento de impostos - e ficará ainda mais próximo dos manifestantes pró-impeachment Falar mal de Levy? Vai deixar para outra hora. Tem dedo de Temer nisso”.
 
Abordagens com foco na disparada do dólar também chama a atenção. VEJA registra que a moeda americana chegou a R$ 3,86, um preço não visto desde a crise de 2002, e nas casas de câmbio, o valor pago pelos turistas passou de R$ 4.
 
“É o sinal mais evidente da crise de credibilidade em que o governo jogou o Brasil por ter sido irresponsável com as contas públicas”, avalia a reportagem. Texto assinala que, desde o início do ano, o dólar valorizou-se 46% em relação ao real - a cotação era de R$ 2,65 na passagem do ano.

Mesma reportagem compara que, no Brasil, a alta tem sido mais acentuada do que em outros países. “A razão disso é a crise política e econômica, que eleva o grau de incerteza sobre as perspectivas do país e afugenta os investidores. Os dólares migram para praças mais seguras e promissoras”, adverte.
 
“Na falta de reformas que reduzam o custo Brasil e incentivem a indústria, o enfraquecimento do real cumpre o papel de dar mais competitividade às empresas. Assim, ocorre um processo de substituição de importações e diminuição dos gastos externos”, explica o texto.
 
Nos sete primeiros meses do ano, o país alcançou um saldo comercial de 4,6 bilhões de dólares, revertendo um déficit de 1 bilhão de dólares no mesmo período de 2014. “Mas trata-se de um ajuste vicioso, recessivo, e não virtuoso, feito por meio das reformas”, pondera VEJA.
 
ISTOÉ também analisa a proposta de Orçamento, que prevê um acréscimo de R$ 11,2 bilhões em impostos em 2016. “É tanto dinheiro que equivale ao lucro de um ano inteiro de uma empresa como a Ambev, a maior cervejaria do mundo”, afirma a reportagem.
 
Segundo o texto, a política tributária da presidente Dilma terá forte oposição da sociedade. “O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirmou que qualquer governo ou ministro que defender o aumento de impostos terá a entidade como adversária. Os impostos vão disparar, mas Dilma não terá trégua”, afirma a reportagem.
 
LEONARDO ATTUCH, na ISTOÉ, defende que “mais importante do que a própria permanência ou não de Levy é a manutenção desse selo de bom pagador, que garante ao País e às empresas nacionais mais créditos e investimentos”.
 
Para ele, não será surpresa se “o Executivo e o Legislativo voltarem a discutir possibilidades no campo fiscal, como a própria volta da CPMF, ainda que revestida de outro nome, ou a elevação de tributos como a Cide, que incide sobre os combustíveis e poderia dar competitividade ao setor sucroalcooleiro”.
 
O drama dos refugiados na Europa também está em destaque nas revistas.
 
Reportagem diferenciada da ISTOÉ DINHEIRO aponta que sociólogos, antropólogos e historiadores são unânimes em afirmar que só houve uma consolidação social e econômica da sociedade brasileira graças à acolhida e ao trabalho dos refugiados que aqui chegaram.
 
Texto detalha exemplos de “imigrantes que chegaram sem nada e construíram impérios empresariais”. “É impossível pensar na industrialização sem o sucesso dos estrangeiros que aqui aportaram”, defende.
 
Em outra frente, ISTOÉ DINHEIRO registra que a indústria automotiva “continua demitindo, deteriorando o clima econômico, o que deixa as instituições financeiras e os consumidores mais cautelosos, num interminável círculo vicioso”.
 
Revista aponta que os principais executivos da cadeia automotiva, incluindo o setor financeiro, realizaram um primeiro encontro para discutir medidas. “É a união contra a crise”, resume.

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