A Associação Brasileira das
Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI) tem um novo
presidente. Com a saída de Claudio Violato, em virtude de mudanças internas no
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), o cargo passa
agora para Júlio Cézar Martorano. O Estatuto da ABIPTI estabelece que os
mandatos são das instituições e, por isso, o posto será ocupado por um membro
do CPqD até junho do ano que vem. A cerimônia de posse aconteceu na manhã desta
quarta-feira (2), na sede da ABIPTI, em Brasília (DF).
Pesquisador do CPqD desde 1993, Júlio Cézar possui
graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade de São Paulo (SP) e
graduação em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em
junho deste ano, Martorano tomou posse como presidente do Instituto Atlântico,
uma entidade civil sem fins lucrativos de pesquisa e desenvolvimento (P&D)
que provê soluções tecnológicas que geram valor em forma de inovação. Fundada
em 2001 pelo CPqD, a instituição atua em P&D e em inovação, projetos de
desenvolvimento e consultoria, atendendo principalmente a indústria, o governo
e o setor financeiro.
Qual o principal
desafio à frente da ABIPTI?
É, conjuntamente
com todos os seus associados, construir mais pontes para se integrar. Buscar
fortalecer o próprio papel da ABIPTI como representante desses associados.
Também buscarmos uma interlocução mais forte, criar base para que, no futuro, a
ABIPTI tenha uma representatividade muito maior junto aos atores do Sistema
Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI), como o Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação [MCTI], a Finep [Financiadora de Estudos e
Projetos], as Comissões de Ciência e Tecnologia da Câmara e do Senado, a Frente
Parlamentar de Ciência e Tecnologia.
Como será sua
atuação nesse primeiro momento?
Vamos dar
continuidade ao trabalho que já vem sendo feito por essa mesma gestão. É um
mandato que termina ano que vem, então não vamos fazer grandes alterações. Tem
muita coisa que está sendo construída, que já está sendo preparada, e nós vamos
dar continuidade a esse processo.
Na sua avaliação,
como está o cenário da CT&I no País e o que precisa ser feito para que ele
melhore?
Um trabalho
publicado recentemente pela MEI [Mobilização Empresarial Pela Inovação, da
Confederação Nacional da Indústria] mostra que o governo tem investido
consistentemente na área de ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Mas o
setor privado, principalmente os empresários, ainda têm uma grande dificuldade
de entender a inovação como um fator de aumento de competitividade, aumento de
produtividade, principalmente competitividade em nível nacional para
internacional. Então, na minha avaliação, neste contexto, nós temos um trabalho
muito grande de mobilização dos diversos setores que compõe o Sistema Nacional
de Ciência, Tecnologia e Inovação. Empresários e instituições de pesquisa e
desenvolvimento. É certo também que, pela fase de contenção de despesas que
hoje os governos federal, estaduais e municipais estão passando, nós vamos ter,
sim, uma dificuldade nos investimentos públicos. Então, é um momento também
para a gente se renovar. E outra coisa, que talvez seja mais importante que
isso, principalmente quando se tem escassez de recursos, é você focar. É você
concentrar ação em áreas que são estratégicas para o País.
Como a ABIPTI pode
construir essa mobilização pela inovação, vinda tanto do setor privado como
público?
A ABIPTI tem um
conjunto de associados com uma capacidade de formulação muito forte. O que nós
ainda precisamos melhorar é nossa capacidade de vender esse conhecimento que os
associados tem para o setor privado. Fazer a demonstração clara e inequívoca
que isso é um investimento que melhora a vida das organizações, que melhora a
produtividade e competitividade. É preciso dar foco nisso também.
Qual recado o
senhor daria para os associados da ABIPTI?
Vamos fazer um
trabalho de fortalecimento institucional da ABIPTI. Vamos fazer um trabalho que
transforme a Associação, que melhore a sua capacidade de representação e que também
aproxime cada vez mais os associados, o que é muito importante. Nós queremos
que a ABIPTI continue sendo vista como uma grande instituição que representa as
entidades de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
(Agência Gestão CT&I)
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