A farmacêutica Farmoquímica
(grupo FQM), controlada pela argentina Roemmers, e a Divcom, do Recife,
uniram seus negócios para criar uma nova companhia, com receita estimada em R$
1,2 bilhão, apurou o Estado. Na transação, que inclui troca de ações, a
Farmoquímica ficará com 80% da nova empresa e a Divcom com os 20% restantes.
A união das duas empresas tem
como estratégia reforçar a posição da Farmoquímica em dermocosméticos, uma
divisão de negócio que tem crescido acima de dois dígitos nos últimos anos. A
operação também prevê que a Divcom deverá receber R$ 400 milhões pela venda das
marcas de medicamentos, que são voltadas para a classe média baixa.
O acordo foi fechado ontem,
depois de meses de negociações. Fontes de mercado afirmaram que a Divcom, que é
especializada em medicamentos de apelo mais popular, como o Imecap, para
tratamento capilar, já tinha sido sondada por multinacionais no passado.
Com sede no Rio de Janeiro, a
Farmoquímica está entre as maiores empresas do setor farmacêutico no País e tem
importante atuação no segmento pediátrico – um dos carros-chefes é o xarope
Abrilar –, e também tem uma linha de antibióticos.
A farmacêutica também tem
produto capilar no seu portfólio – o Exímia Fortalize e outros produtos
vitamínicos. Procuradas, as duas companhias não retornaram os pedidos de
entrevista.
Fundada nos anos 1930 no Rio,
o controle do grupo FQM foi adquirido pelo grupo argentino em 2001. Desde
então, a empresa foi crescendo por aquisições. Em 2009, a FQM comprou a
companhia paranaense Herbarium Laboratório Botânico e, em 2013, adquiriu a SKL
Pharma, de produtos funcionais, expandindo sua atuação. “A Roemmers é uma das
maiores empresas da América Latina e está atenta a aquisições”, disse uma fonte
a par do assunto.
Concentração
O setor farmacêutico no País,
que viveu um boom de investimentos e alvo de grupos internacionais entre 2009 e
2013, deverá voltar a ser atrativo, diz Nelson Mussolini, presidente executivo
do Sindicato da Indústria Farmacêutica do Estado de São Paulo (Sindusfarma).
“Há espaço para novos negócios e os fundos de investimentos voltaram a olhar o
setor novamente”, disse.
No ano passado, o faturamento
do setor somou cerca de R$ 55 bilhões, um crescimento de 11% em relação ao ano
anterior. Neste ano, Mussolini espera um crescimento menor, de cerca de 8%.
O setor de saúde é um dos que
mais crescem no País e está mais alheio à crise econômica. Segundo fontes, a
farmacêutica Biotoscana, que tem o fundo Advent como principal acionista, está
se preparando para abrir seu capital na Bolsa.
O Advent também é apontado
como o favorito para comprar a Teuto, divisão de genéricos que pertence ao
grupo americano Pfizer e que foi colocada à venda, conforme informou o Estado
em janeiro.
A farmacêutica nacional
Theraskin, especializada em dermocosméticos, também tem sido alvo de
multinacionais, mas as negociações ainda não avançaram, segundo fontes.
0 comentários:
Postar um comentário