As
seis unidades hospitalares no Rio de Janeiro realizaram 15,2 mil cirurgias de
média e alta complexidade e quase 273 mil consultas pelo SUS
Os
seis hospitais do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro reduziram este ano em
27% a espera cirúrgica, uma consequência direta do mutirão de consultas e
cirurgias realizado nas especialidades mais demandadas pelo sistema municipal
de regulação (Sisreg). Por 90 dias, de 1º de fevereiro a 30 de abril, os
hospitais federais do Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e dos
Servidores do Estado intensificaram o atendimento cirúrgico nas seguintes
áreas: pediátrica, oftalmológica de catarata, de hérnia, de vesícula, além de
procedimentos cirúrgicos de dermatologia (como biopsias).
A
espera nos seis hospitais foi reduzida de 16.924 para 12.372 cirurgias nos
quatro primeiros meses do ano – ou seja, uma redução real de 4.552
procedimentos cirúrgicos. A redução só não é maior porque a fila é dinâmica –
enquanto pacientes entraram em cirurgia no primeiro quadrimestre, milhares de
outras consultas de pacientes cirúrgicos foram encaminhadas à rede federal via
Sisreg e via sistema estadual de regulação (SER).
“Eu
fiquei realmente na expectativa de que me chamassem para a cirurgia. Chegaram a
marcar e, para minha surpresa, anteciparam em um mês a data”, conta o
comerciário Sérgio Cosme Alves Valente, 75 anos, paciente de câncer de pele,
que retirou no Hospital Federal do Andaraí (HFA) múltiplos tumores em março. No
setor de cirurgia plástica do HFA, os 11 médicos chegaram a realizar cirurgias
extras aos sábados para reduzir a espera formada por pacientes de dermatologia
encaminhados pelo município. “Eu estava muito preocupado, mas me chamaram
rápido. Na cirurgia, o médico colocou uma música, me acalmou”, elogia o
motorista aposentado Domingos Pereira de Oliveira, 66, que também se recupera
de câncer de pele.
AUMENTO
DOS ATENDIMENTOS – Nos quatro primeiros meses do ano, os seis hospitais
federais aumentaram em 16% as consultas ambulatoriais, em comparação ao mesmo
período do ano passado – chegaram, ao todo, a 272.994 consultas. Houve aumento,
também, de 10% nos atendimentos de emergência (39.940, ao todo) e de 9% nas
cirurgias (15.227, ao todo).
“Já
começamos o processo de especialização dos seis hospitais, com a consultoria do
hospital Sírio Libanês, hospital de excelência de São Paulo, para qualificar os
serviços e tornar mais eficiente o atendimento à população. Esse processo
implica em uma redefinição dos perfis assistenciais das unidades federais.
Queremos otimizar os serviços e suprir carências específicas”, afirma o
coordenador assistencial do Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da
Saúde (DGH), Marcus Vinicius Dias.
O
objetivo é que a otimização dos serviços cirúrgicos e assistenciais resulte na
redução de custos e reorganização de recursos humanos. Novos mutirões são
previstos no decorrer do ano na rede federal para reduzir a espera cirúrgica.
“Pra mim, é uma felicidade ter feito parte deste mutirão”!, comemora Lindalva
Severino da Silva, cozinheira aposentada de 65 anos, que retirou cálculos da
vesícula em cirurgia ainda no começo da ação, em fevereiro, no Hospital Federal
dos Servidores do Estado.
Por
Géssica Trindade, com colaboração de Geiza Araújo- Ascom/RJ
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