Ricardo Barros criticou abuso
de autoridade do Judiciário e elogiou a 'serenidade' e a 'ousadia' do
presidente Michel Temer
GENEBRA – Em viagem pela
Europa, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, garantiu que o governo está em uma
“absoluta normalidade” e que o governo está “funcionando”. Barros falou com
o Estado durante sua passagem nesta segunda-feira por Genebra. Na
sede da ONU, ele foi o primeiro a discursar na Assembleia Mundial da Saúde e
prevê permanecer na Suíça para reuniões bilaterais até quinta-feira.
“Acabei de mandar uma foto
minha na tribuna aqui (da ONU) ao presidente Michel Temer e disse: To aqui.
Tamo junto. Estamos trabalhando”, disse, em entrevista ao Estado.
“O Blairo (Maggi, ministro da
Agricultura) está na Ásia. O governo está funcionando”, garantiu. “Eu não tenho
nenhuma dúvida de que o Brasil precisa avançar e nós estamos na absoluta
normalidade, dentro, evidentemente, das naturais turbulências políticas”,
afirmou.
“Mas estou tranquilo que o
Brasil precisa é de trabalho. E é isso que estamos fazendo para sair da crise e
retomar a oportunidade de emprego para aqueles 14 milhões de brasileiros que
não tem condição de sustentar suas famílias”, disse, numa referência ao volume
de desempregados.
Ele ainda elogiou a
“serenidade, tranquilidade e a ousadia do presidente”. “Ele fez a primeira
coletiva sem saber do que ele estava sendo acusado. Aliás, essa é uma prática
deplorável do nosso judiciário e do Ministério Público, com vazamentos
seletivos, sem que a pessoa possa se defender”, criticou.
“Nenhum advogado recomenda que
seu cliente fale sem saber o que está no processo. Mas como quem cala consente,
a versão plantada fica sendo a verdadeira. Esse episódio foi útil para mostrar
que muitas versões foram plantadas e lamentavelmente nem todos tiveram a
coragem de enfrentar como o presidente fez, chamando a atenção do Supremo de
que tinha de liberar o sigilo da delação e vimos o que vimos”, disse o
ministro.
“Já na primeira fala, juízes,
promotores, procuradores envolvidos. Achei que muito muito didático e útil aos
brasileiros entenderem do que se trata o processo de especuladores, na bolsa e
outros interesses”, atacou.
Barros também criticou o
acordo de delação que foi oferecido aos donos da JBS. “O acordo é de nem serem
acusados. Não é reduzir pena. A lei da delação é para a mudança de conduta e
redução de pena. Acredito que está ocorrendo abuso de autoridade e isso precisa
ser combatido”, completou
Jamil Chade, Correspondente O
Estado
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