Mobilização nacional visa
garantir cobertura vacinal de aldeias em todo o país. A meta é vacinar, entre
22 de abril a 21 de maio, 114 mil indígenas aldeados em todas as regiões do
país
O Ministério da Saúde lança
neste sábado (6) o Mês de Vacinação dos Povos Indígenas (MVPI) 2017. A ação,
que teve início no sábado, 22 de abril, se estenderá até o dia 21 de maio e tem
como objetivo reforçar a imunização dessas populações, alcançando aldeias,
áreas de difícil acesso e com baixa cobertura vacinal. Serão ofertadas 180 mil
doses de vacina contra diversas doenças, como hepatite B, paralisia infantil,
difteria, tétano, coqueluche, meningite, influenza, caxumba, febre amarela, HPV
entre outras. Para realizar a mobilização, que acontece em lugares de difícil
acesso, o Ministério da Saúde está investindo mais de R$ 4,5 milhões, incluindo
despesas com logística, transporte e imunobiológicos.
A cerimônia de abertura
ocorrerá concomitantemente ao lançamento do 15º Mês de Vacinação das Américas,
evento coordenado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em diversos
países da América Latina. Para este ano, o local escolhido foi a Aldeia Linha 9
Amaral, localizada no DSEI Vilhena, município de Cacoal (RO), no Brasil. Está
confirmada a participação das lideranças indígenas das etnias Suruí,
Cinta-Larga e Rikbatsa, além do secretário Especial de Saúde Indígena, Marco
Toccolini, corpo técnico da Secretaria de Vigilância em Saúde, o oficial de
família, gênero e curso de vida, da OPAS/OMS, Bernardino Vitoy.
Os 34 Distritos Sanitários
Especiais Indígenas (DSEIs) do país receberão uma força-tarefa, com a missão de
imunizar 114 mil indígenas aldeados em todas as regiões do país, abrangendo 82
Polos Base, 1.012 aldeias e 138 etnias. O Mês de Vacinação dos Povos Indígenas
é uma ação organizada anualmente pela Secretaria Especial de Saúde Indígena,
que visa fortalecer a vigilância epidemiológica das doenças imunopreveníveis
nas aldeias e intensificar atividades de rotina para completar esquemas de
vacinação.
Mais de 3 mil profissionais já
estão envolvidos na ação e mais da metade (50,5%) são Agentes Indígenas de
Saúde (AIS) e de Saneamento (AISAN). Também compõem a equipe médicos,
enfermeiros, auxiliares de enfermagem, cirurgiões dentistas e auxiliares de
saúde bucal, que integram as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena
(EMSI). A logística dessa vacinação é diferenciada, levando em consideração as
especificidades dessa população e as necessidades de transporte das equipes e
insumos até as aldeias, seja por carro, barco, helicóptero ou avião.
Para realizar a mobilização em
lugares distantes dos grandes centros e muitas vezes isolados, o Ministério da
Saúde está investindo mais de R$ 4,5 milhões, incluindo despesas com logística,
transporte e imunobiológicos. O Mês de Vacinação dos Povos Indígenas teve
início em 2005 e faz parte da Semana de Vacinação nas Américas, liderada pela
OPAS. No Brasil, a ação acontece no mesmo período da campanha de vacinação
contra a gripe, realizada nos meses de abril e maio.
IMUNIZAÇÃO - A vacinação
indígena é uma ação universal, tendo em vista que abrange toda a população e
está disponível em todos os DSEIs. Sua operacionalização nas áreas de difícil
acesso é complexa, não apenas devido a fatores como diversidade cultural e
dispersão geográfica, mas também à necessidade de acondicionamento, conservação
e transporte, em condições especiais, dos imunobiológicos. Com duração de
um mês, a ação ofertará doses de vacinas contra infecções bacterianas graves
que fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas.
A ideia é intensificar a
imunização da população mais vulnerável, como crianças de até quatro anos,
mulheres em idade fértil e idosos, que vivem em áreas de difícil acesso e onde
há baixa cobertura vacinal. Os Distritos Sanitários Especiais Indígenas também
definirão quais as áreas prioritárias de suas regiões. Além da imunização, os
DSEIs aproveitarão a oportunidade para realizar várias atividades durante a
ação, estre elas: avaliação nutricional, atendimento odontológico, testes
rápidos de HIV/Hepatites/Sífilis, consultas de pré-natal e exames laboratoriais
e clínicos, aplicação de vitamina A, palestras educativas, entre outras coisas.
DSEIs - Parte da
estrutura da Sesai e do Ministério da Saúde, os Distritos Sanitários Especiais
Indígenas (DSEIs) são unidades gestoras descentralizadas do Subsistema de
Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Os Distritos respondem regionalmente
pela execução de ações de atenção à saúde nas aldeias, de saneamento ambiental
e edificações de saúde em áreas indígenas. Essas unidades estão divididas por
critérios territoriais, tendo como base a ocupação geográfica das comunidades
indígenas, muitas vezes abrangendo mais de um município e, em alguns casos,
mais de um estado. Cada distrito abriga um grupo de Polos-Base, unidades de
apoio aos DSEIs e às Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) que
atuam nas aldeias.
Por Amanda Mendes
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