Bruno C. Dias com informações
do jornal O Estado de S. Paulo e Ministério da Saúde
Após muitos estudos e testes,
protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas autorizadas pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde anunciou em maio de
2017 a adoção pelo Sistema Único de Saúde (SUS) da Profilaxia Pré-Exposição –
também conhecida pela sigla PrEP. No entanto, passados sete meses, a
disponibilidade da medicação ainda é extremamente limitada.
Lígia Formenti, do
jornal O Estado de S. Paulo, apurou que o coquetel preventivo ao
vírus HIV, que deveria ser oferecido por 36 serviços de saúde desde
dezembro, só estava disponível em três locais em todo o país. Na matéria “Nova terapia para conter casos de aids está restrita a 3 postos“,
a repórter detalha que ligou no início de janeiro para serviços em São Paulo,
Manaus, Salvador, Minas, Paraná e Rio Grande do Sul. As justificativas para o atraso
na oferta foram diversas: demora na chegada do medicamento no serviço,
necessidade de organização dos profissionais e até indefinição sobre quantas
pessoas devem ser atendidas por unidade.
Mário Scheffer, professor
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com estudos
dedicados ao tema da Aids/HIV e vice-presidente da Abrasco, criticou a demora e
alerta que, mais do que uma complicação logística, o fato evidencia as
dificuldades de informação sobre os tratamentos para HIV/Aids e as falhas na
divulgação de orientações voltadas para populações minoritárias, como o
universo LGBTI. “É preciso divulgar a informação”, disse Scheffer ao Estadão,
citando que a terapia pós-exposição, estratégia em que antirretrovirais são
ministrados em até 72 horas após alguma situação de risco de contaminação
, também é disponível no SUS e subaproveitada. “Esse é um recurso pouco usado”,
destacou ele.
Em resposta oficial à
reportagem, Tatiana Meireles Alencar, coordenadora de Vigilância de Infecções
Sexualmente Transmissíveis e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, afirmou
que o Truvada, medicamento usado na profilaxia, já foi comprado e
distribuído. A decisão sobre o início da estratégia e a organização da
oferta são de responsabilidade de cada centro. O MS lançou também uma página eletrônica específica para orientação sobre a
PrEP, com informações científicas, centros responsáveis, notícias e
outros conteúdos.
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