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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Mário Scheffer fala à imprensa sobre a demora na oferta da PrEP

Bruno C. Dias com informações do jornal O Estado de S. Paulo e Ministério da Saúde

Após muitos estudos e testes, protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde anunciou em maio de 2017 a adoção pelo Sistema Único de Saúde (SUS) da Profilaxia Pré-Exposição – também conhecida pela sigla PrEP. No entanto, passados sete meses, a disponibilidade da medicação ainda é extremamente limitada.

Lígia Formenti, do jornal O Estado de S. Paulo, apurou que o coquetel preventivo ao vírus HIV, que deveria ser oferecido por 36 serviços de saúde desde dezembro, só estava disponível em três locais em todo o país. Na matéria “Nova terapia para conter casos de aids está restrita a 3 postos“, a repórter detalha que ligou no início de janeiro para serviços em São Paulo, Manaus, Salvador, Minas, Paraná e Rio Grande do Sul. As justificativas para o atraso na oferta foram diversas: demora na chegada do medicamento no serviço, necessidade de organização dos profissionais e até indefinição sobre quantas pessoas devem ser atendidas por unidade.


Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com estudos dedicados ao tema da Aids/HIV e vice-presidente da Abrasco, criticou a demora e alerta que, mais do que uma complicação logística, o fato evidencia as dificuldades de informação sobre os tratamentos para HIV/Aids e as falhas na divulgação de orientações voltadas para populações minoritárias, como o universo LGBTI. “É preciso divulgar a informação”, disse Scheffer ao Estadão, citando que a terapia pós-exposição, estratégia em que antirretrovirais são ministrados em até 72 horas após alguma situação de risco de contaminação , também é disponível no SUS e subaproveitada. “Esse é um recurso pouco usado”, destacou ele.

Em resposta oficial à reportagem, Tatiana Meireles Alencar, coordenadora de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, afirmou que o Truvada, medicamento usado na profilaxia,  já foi comprado e distribuído. A decisão sobre o início da estratégia e a organização da oferta são de responsabilidade de cada centro. O MS lançou também uma página eletrônica específica para orientação sobre a PrEP, com informações científicas, centros responsáveis, notícias e outros conteúdos.



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