A unidade é fruto de acordo
entre Libbs e Biomanguinhos/Fiocruz para ampliar capacidade de produção do
insumo em 48 milhões de doses
O ministro da Saúde, Ricardo
Barros, inaugurou, nesta quinta-feira (25/01), a linha final de produção da
vacina contra febre amarela na unidade da Libbs Farmacêutica, em São Paulo. A
medida faz parte de um acordo de transferência tecnológica entre a empresa
privada e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-manguinhos) da
Fiocruz para aumentar a capacidade de produção do insumo em 48 milhões de doses
por ano. A etapa final consiste na preparação do produto, envase, liofilização
e embalagem das doses.
"Com a inauguração dessa
linha de produção, conseguiremos dobrar a produção nacional de vacina contra
febre amarela. Hoje temos em estoque vacina suficiente para imunizar toda a
população brasileira que ainda não tomou a vacina", destacou o ministro da
Saúde, Ricardo Barros.
Desde o segundo semestre de
2016, Bio-Manguinhos vem trabalhando para viabilizar esse acordo, transferindo
à parceira todos os conhecimentos necessários para a parte final da produção. O
cronograma atual do projeto prevê, em fevereiro, o envio dos primeiros dados
dos testes de qualidade do produto para a Anvisa. Após isso, será necessário
aguardar a continuidade dos estudos de estabilidade encaminhados pelos
laboratórios e nova autorização da agência reguladora, prevista para março. A
expectativa é de que até o início de junho seja iniciado o fornecimento ao
Ministério da Saúde.
A Fiocruz ainda trabalha na
conclusão da construção do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde em
Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro, que teria capacidade para atender às
demandas atuais e futuras de produção da vacina de febre amarela, bem como de
outros imunobiológicos. A linha atual de processamento final da Fiocruz para a
vacina contra a febre amarela inclui também outros produtos estratégicos para o
Ministério da Saúde, como a tríplice viral, que é a vacina que imuniza contra
rubéola, sarampo e caxumba.
No ano passado, o Ministério
da Saúde adquiriu 65 milhões de doses da vacina de febre amarela do Instituto
Biomanguinhos/Fiocruz para distribuição a todos os estados do país e imunização
da população. Para este ano, está prevista a compra de mais 48 milhões de
doses. Além disso, o Ministério da Saúde possui estoque estratégico como medida
de segurança. Desde janeiro de 2017 até o momento, foram encaminhadas 57,4
milhões de doses da vacina à todas as Unidades Federadas.
CAMPANHA –
Nesta quinta-feira (25/01), começa a campanha para vacinação contra febre
amarela em municípios dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, em que será
utilizada dose fracionada. Ao todo, 23,8 milhões de pessoas deverão ser
vacinadas nos 77 municípios que adotarão a estratégia de fracionamento. No
estado de São Paulo, a expectativa é vacinar cerca de 10,3 milhões de pessoas,
e no Rio de Janeiro um total de 10 milhões. O estado da Bahia terá público-alvo
de 3,3 milhões de pessoas.
Para auxiliar os estados e
municípios na vacinação, o Ministério da Saúde destinou R$ 54 milhões para
serem utilizados na estruturação das campanhas. Desse total, já foram enviados
R$ 15,8 milhões para São Paulo e R$ 30 milhões para Rio de Janeiro. Está em
trâmite a portaria que autorizará o repasse no valor de R$ 8,2 milhões para o
estado da Bahia.
A adoção do fracionamento das
vacinas é uma medida preventiva e recomendada pela OMS quando há aumento de
epizootias (morte de macacos) e casos de febre amarela silvestre de forma
intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice
populacional. A dose fracionada tem apresentado a mesma proteção que a dose
padrão. Estudos em andamento já demonstraram proteção por pelo menos oito anos
e novas pesquisas continuarão a avaliar após esse período.
A
expectativa é de que até o início de junho seja iniciado o fornecimento de
vacinas ao @minsaude. Entenda: http://goo.gl/dDHHyd #FebreAmarela
CASOS –
O Ministério da Saúde atualizou, nesta terça-feira (23), as informações
repassadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre a situação da febre
amarela no país. No período de monitoramento (de 1º de julho/2017 a 23 de
janeiro de 2018), foram confirmados 130 casos de febre amarela no país, sendo
que 53 vieram a óbito. Ao todo, foram notificados 601 casos suspeitos, sendo
que 162 permanecem em investigação e 309 foram descartados, neste período.
No ano passado, de julho de
2016 até 23 janeiro de 2017, eram 381 casos confirmados e 127 óbitos
confirmados. Os informes de febre amarela seguem, desde o ano passado, a
sazonalidade da doença, que acontece, em sua maioria, no verão. Dessa forma, o
período para a análise considera de 1º de julho a 30 de junho de cada ano.
O Ministério da Saúde, de 2017
até o momento, encaminhou às Unidades da Federação aproximadamente 57,4 milhões
de doses da vacina. Para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro,
Espírito Santo e Bahia foram enviados cerca de 48,4 milhões de doses da vacina
febre amarela, com objetivo de intensificar as estratégias de vacinação de
forma seletiva, sendo 18,3 milhões (SP), 10,7 milhões (MG), 12 milhões (RJ),
3,7 milhões (ES) e 3,7 milhões (BA).
É importante informar que a
febre amarela é transmitida por meio de vetor (mosquitos dos gêneros Haemagogus
e Sabethes no ambiente silvestre). O último caso de febre amarela urbana foi
registrado no Brasil em 1942, e todos os casos confirmados desde então decorrem
do ciclo silvestre de transmissão.
Por Victor Maciel, da Agência Saúde
Foto: Rodrigo Nunes/MS
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