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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

OMS atualiza informações sobre febre amarela no Brasil em comunicado para outros países

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira (22) um novo informativo Disease Outbreak News sobre a situação da febre amarela no Brasil. De acordo com o comunicado, espera-se que a decisão das autoridades brasileiras de realizar uma campanha de vacinação em massa contra a febre amarela, incluindo doses padrão (0,5 ml) e fracionadas (0,1 ml), possa efetivamente limitar a transmissão da febre amarela.

É importante notar que, devido à sua escala e alcance, essa campanha de vacinação em massa provavelmente será caracterizada por desafios logísticos significativos.

O texto diz que, embora as medidas implementadas pelas autoridades brasileiras tenham contribuído para a ocorrência de menos casos, a quantidade de pessoas ainda não vacinadas que continuam a viver em áreas com ecossistemas favoráveis à transmissão do vírus da febre amarela representa um risco elevado para a mudança no padrão atual de transmissão.

Atualmente, o Brasil é afetado apenas pela febre amarela silvestre – transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Até o momento, não há qualquer evidência de que o mosquito Aedes aegypti, presente em zonas urbanas, esteja envolvido na transmissão.

Ainda de acordo com o comunicado, o número de epizootias (mortes de macacos) registrado desde julho de 2017 no país continua a ser uma preocupação, especialmente perto das áreas urbanas das grandes cidades, como São Paulo, e em municípios que anteriormente não eram considerados áreas de risco de transmissão da doença.

O informativo menciona também que em 11 de janeiro de 2018 um caso de febre amarela foi confirmado na Holanda em uma pessoa que esteve nos municípios de Mairiporã e Atibaia (área onde o vírus causador da doença circula atualmente), no Estado de São Paulo, de 19 de dezembro de 2017 a 8 de janeiro deste ano. O paciente, que não tinha histórico de vacinação, apresentou sintomas de febre alta, dor de cabeça, mialgia, náuseas, vômitos e diarreia.

Vacinação
O comunicado ressalta que a ocorrência recente desse caso confirmado de febre amarela em um viajante não vacinado revela a necessidade de os Estados Membros da OMS reforçarem a disseminação de recomendações para viajantes internacionais.

Para a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), a medida mais importante para prevenir a febre amarela é a imunização. Quem vive ou se desloca para as áreas de risco deve estar com as vacinas em dia e se proteger de picadas de mosquitos. Apenas uma dose da vacina é suficiente para garantir imunidade e proteção ao longo da vida. Efeitos secundários graves são extremamente raros.

Os viajantes com contraindicações para a vacina contra a febre amarela (crianças abaixo de 9 meses, mulheres grávidas ou amamentando, pessoas com hipersensibilidade grave à proteína do ovo e imunodeficiência grave) ou com mais de 60 anos devem consultar um profissional de saúde para avaliação cuidadosa de risco-benefício.A OMS recomenda também procurar assistência à saúde em caso de sintomas e sinais de febre amarela, durante a viagem e após o retorno de áreas com risco de transmissão da doença.

Disease Outbreak News
O objetivo dos informativos Disease Outbreak News é deixar os Estados Membros da OMS informados sobre surtos que estão ocorrendo em várias localidades do mundo. Os três comunicados anteriores da Organização diziam respeito a surtos de Hepatite E na Namíbia, de cólera na República Unida da Tanzânia e de Síndrome Respiratória Coronavírus do Oriente Médio (MERS-CoV) na Malásia.

Doses fracionadas
O Brasil anunciou que vai realizar, entre 25 de janeiro e março deste ano, uma campanha de fracionamento da vacina contra a febre amarela em três estados: Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Essa medida é recomendada pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) como uma das estratégias de imunização que podem ser usadas em resposta a necessidades eventuais de campanhas de larga escala. O fracionamento não tem a intenção de servir como estratégia de longo prazo nem de substituir as rotinas estabelecidas nas práticas de imunização.




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