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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Registros de mortes por febre amarela aumentam cinco vezes em uma semana

O ministro interino, Antônio  Nardi, atualiza os casos de febre amarela no país Valter Campanato/Agência Brasil

Desde julho de 2017 já foram registradas 20 mortes por febre amarela no Brasil. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde em entrevista coletiva hoje (16). O último boletim epidemiológico, atualizado no dia 8 deste mês, mencionava quatro vítimas da doença. Ou seja, os óbitos registrados aumentaram cinco vezes. Os números foram apresentados pelo ministro interino da Saúde, Antônio Carlos Nardi.

Quando considerados os casos confirmados, o crescimento entre o boletim anterior e o atual também é representativo. No comunicado do dia 8, havia 11 registros. No documento desta terça-feira, o número saltou para 35, uma ampliação de 320%. Os incidentes ocorreram em matas, não havendo notificação até agora em áreas urbanas. Entre julho de 2016 e janeiro de 2017, houve 271 casos e 99 mortes, em um período marcado por um surto da doença.

O número de casos confirmados ainda pode aumentar, pois há 145 episódios em investigação por equipes de secretarias de Saúde. Entre julho de 2017 e janeiro deste ano foram notificados 470 casos suspeitos. Deste total, 290 já foram descartados. Questionados na entrevista coletiva hoje (16), os representantes do Ministério da Saúde evitaram falar em “surto”, mas classificaram o fenômeno  de um “aumento de incidência da doença”.

A situação é mais grave nos estados de São Paulo (20 casos e 11 mortes), Minas Gerais (11 casos e 7 mortes), Rio de Janeiro (3 casos e 1 morte) e DF (1 caso e 1 morte). Em razão do aumento dos casos, a Organização Mundial da Saúde classificou hoje o conjunto do estado de São Paulo de área de risco e recomendou a viajantes internacionais tomar vacina específica e se imunizar contra o vírus.

Vacinação
O Ministério da Saúde informou que vai disponibilizar aos estados lotes de vacina para campanhas junto à população. Qualquer pessoa pode se imunizar, à exceção dos que estão em situações de contraindicação, como pacientes com câncer, indivíduos com imunossupressão e pessoas com hipersensibilidade à proteína do ovo.

A vacina começa a fazer efeito em 10 dias. Quem pretende se dirigir às áreas consideradas de risco deve se vacinar dentro deste prazo para não contrair a doença. Em São Paulo, a campanha será antecipada para o dia 29 e vai abranger 54 cidades e buscar atender 8,3 milhões de pessoas.

No Rio de janeiro, a previsão é que as ações de vacinação sejam realizadas em 15 municípios, com meta de chegar a 10 milhões de pessoas. Já na Bahia, onde também há preocupação com a ocorrência da doença, a campanha focará oito cidades e buscará aplicar o medicamento a 3,3 milhões.

Essas ações serão feitas com vacinas fracionadas. Nesse caso, a imunização envolve a aplicação de uma parte da dose. Segundo o Ministério da Saúde, o efeito dura oito anos. “Nós temos estoque para atender à necessidade da população brasileira. Hoje temos seringas suficientes para vacinar fracionadamente 20 milhões de pessoas e demandamos à Organização Pan-Americana da Saúde mais 20 milhões de doses na semana passada”, informou o secretário executivo do Ministério da Saúde, Antônio Carlos Nardi, que substitui o ministro Ricardo Barros, em viagem ao Haiti.

As doses fracionadas não são indicadas para alguns pessoas, como crianças na faixa de 9 meses a 2 anos, pacientes com câncer ou HIV/aids em fim de tratamento e mulheres grávidas. A  vacina fracionada  também não deve ser tomada pelos que pretendem viajar para o exterior, pois órgãos de saúde de outros países exigem a dose padrão.

Edição: Nádia Franco



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