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sábado, 20 de janeiro de 2018

Projeto de lei visa a restabelecer o Farmácia Popular

O Projeto de Lei 8301/17, que restabelece o Programa Farmácia Popular,  está em análise na Câmara dos Deputados.

Criado em 2004 pelo decreto 5.090/04 do Poder Executivo, o programa oferece gratuitamente medicamentos para diabetes e hipertensão e subsidia outros remédios de uso contínuo ou abaixo do custo em rede própria ou farmácias conveniadas. Em 2017, a rede própria deixou de ser financiada pelo governo federal, que manteve apenas a parceria com as farmácias privadas, com uma variedade menor de medicamentos.

O Ministério da Saúde divulgou amplamente a realidade dos custos que envolviam a rede própria, de menos de 300 pontos de venda que chegaram a funcionar, efetivamente. De um orçamento de 100 Milhões de Reais/ano, menos de 20% eram gastos com os medicamentos. Com a reorganização do Programa mais de 80 Milhões de Reais/ano foram repassados para a ampliação da Assistência Farmacêutica, recursos que anteriormente eram gastos com logística e manutenção das farmácias da rede própria.

O projeto apresentado inclui as duas modalidades (rede própria e conveniada), uma vez que o receio, segundo Maia, é de que até mesmo o convênio com as farmácias privadas, o Aqui tem Farmácia Popular, seja extinto pelo governo federal. O deputado afirma que, no auge do programa, a rede de conveniadas chegava a 34.583 farmácias, em 4.487 municípios.

O programa já consagrado e consolidado precisa ser sim, melhor estruturado e ampliado, não faz sentido que o SUS continue sendo onerado com os impostos embutidos nos preços da cadeia de distribuição, por outro lado o governo estuda a utilização da cadeia logística privada para distribuir os produtos objeto de PDPs e outros de compras centralizadas, como as insulinas.

Retomar a rede própria é um claro retrocesso, segue a linha da estatização de serviços para os quais o governo não tem a menor aptidão, só onera os custos para a própria população. Comparar a capilaridade do programa, disponibilizado em mais de 30.000 farmácias, em 4.487 municípios, com menos de 300 unidades da rede própria, que chegaram a funcionar, em algumas capitais, é equivalente a querer inverter a entropia. Podemos e devemos aplicar melhor os recursos públicos, sem protecionismos setoriais, sem proselitismos partidários e eleitoreiros, as emendas parlamentares, também, poderiam ser melhor aplicadas em prol da saúde pública do povo brasileiro.

A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família, de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania

Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados



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