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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Composto de casca de frutas cítricas pode desenvolver tratamento contra leishmaniose


Substância diminuiu carga parasitária em até 99%, mesmo na resistência ao medicamento padrão

Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que um composto natural presente na casca de frutas cítricas é um potencial candidato para o desenvolvimento de um novo tratamento contra a leishmaniose cutânea. Em testes, a 2-hidroxiflavanona foi capaz de inibir a proliferação de Leishmania amazonenses, com eficácia semelhante sobre microrganismos sensíveis e resistentes ao principal medicamento usado no tratamento da doença.

Coordenador do estudo, o pesquisador Elmo Amaral ressalta que o composto natural apresentou desempenho superior ao medicamento de referência mesmo nos testes com parasitos sensíveis. “O tratamento com 2-hidroxiflavanona, administrado por via oral, reduziu o tamanho da lesão cutânea e diminuiu a carga parasitária em cerca de 99%, tanto na infecção causada por parasitos sensíveis como resistentes. Isso aponta potencial para o desenvolvimento de uma terapia que poderia se tornar a primeira opção de tratamento”, afirma.

De acordo com os pesquisadores, o desenvolvimento de novos tratamentos para a leishmaniose cutânea pode ter um alto impacto na qualidade de vida dos pacientes. Há mais de 70 anos, os antimoniais pentavalentes constituem a primeira opção para terapia. Com alta toxicidade, esses medicamentos podem provocar reações adversas que vão de dores articulares, musculares e náusea até alterações cardíacas, pancreáticas e renais. Nos casos de resistência, as alternativas são anfotericina B e pentadimina, que também apresentam efeitos colaterais.

As análises realizadas são apenas a primeira etapa para desenvolver um novo tratamento. “É um processo longo e caro, mas necessário para garantir a segurança e a eficácia dos tratamentos”, esclarece Amaral.

Fonte:UNIVADIS

Referências
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