O Ministério da Saúde contará
com mais uma ferramenta para direcionar e acompanhar ações de saúde para o
cuidado e a prevenção da gravidez em adolescentes. A pasta realiza até o dia 15
de abril, um questionário sobre a quantidade de casos de gravidez nas jovens,
com idades entre 10 e 19 anos, que estudam em escolas públicas e privadas de
todo o país. O levantamento está disponível juntamente com o EducaCenso 2019,
realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP).
“Nosso objetivo é identificar
esses casos, para que ambos os sistemas, saúde e educação, possam realizar
ações de prevenção da gravidez na adolescência e qualificar o cuidado a essas
gestantes, tanto no que se refere à oferta da educação durante toda a gestação
e pós-parto, quanto no que tange às equipes de saúde, para que eles possam
atender com pré-natal, possam orientá-las e apoiá-las em todas as etapas”,
destacou a coordenadora do programa Saúde na Escola, no Ministério da Saúde,
Michele Lessa.
O questionário pode ser
respondido por gestores escolares, como diretor (a), vice-diretor (a),
coordenador (a) ou pessoa designada para tal fim. As perguntas giram em torno
do número de gestantes que engravidaram em 2018, das que já estavam com o
diagnóstico gestacional e se houve interrupção da gravidez durante todo o ano
passado. Com isso, será possível identificar quais escolas possuem maior
prevalência e onde demanda maior atuação dos Ministérios da Saúde e Educação.
Além disso, a expectativa é de que essa ação possa reduzir as vulnerabilidades
que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes na
trajetória escolar.
A proposta do levantamento
ocorre no âmbito do Programa Saúde na Escola (PSE), que já possui ações que
visam contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de medidas de
promoção, prevenção e atenção à saúde. Atualmente, o programa atende um
universo de 20 milhões de estudantes de 85.706 escolas com apoio de mais
de 36 mil equipes da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS). O
investimento anual do Governo Federal no último ciclo do PSE foi de R$ 89
milhões.
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
No Brasil, embora dados
apontem tendência de queda, a taxa de gravidez na adolescência (58,7/1000) está
acima da média das Américas (48,6/1000). Dados do Sistema de Informação sobre
Nascidos Vivos (SINASC) apontam que entre os anos de 2000 a 2016, o número de
casos de gravidez na adolescência (10 a 19 anos) teve queda de 33% no Brasil,
saindo de 750.537 nascimentos e indo para 501.385 nascimentos. Em 2017 e 2018,
dados preliminares do Sinasc, informaram que nasceram, 480.211 crianças filhas
de mães entre 10 e 19 anos em 2017 e 394.717 em 2018.
A queda no número de
adolescentes grávidas está relacionada a vários fatores, como a expansão do
programa Saúde da Família, que aproxima os adolescentes dos profissionais de
saúde, mais acesso a métodos contraceptivos e ao programa Saúde na Escola que
oferece informação de educação em saúde.
Por Victor Maciel, da Agência
Saúde
0 comentários:
Postar um comentário