“A norma da Anvisa traz quatro
pontos sensíveis que, se mantidos, impactarão negativamente"
O pesquisador do setor de soja
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Fernando Storniolo
Adegas, em entrevista para o portal cet-agro.com.br, afirma que as restrições ao uso do
glifosato terão consequências desastrosas para a agricultura brasileira. De
acordo com ele, as novas diretrizes da Consulta Pública da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) estão gerando preocupações.
Segundo o pesquisador, “a
norma da Anvisa traz quatro pontos sensíveis que, se mantidos, impactarão
negativamente a agricultura e o controle de plantas daninhas no país”. Isso
porque, o primeiro ponto da medida da Anvisa diz respeito aos longos períodos
de reentrada nas lavouras tratadas com glifosato.
Nesse contexto, a norma que se
encontra vigente estabelece o prazo mínimo para reentrada na lavoura de 24
horas, sendo que esse prazo deve mudar drasticamente para 39 dias para algodão,
soja, milho, azevém e pastagens. Para Adegas, estes intervalos são
excessivamente longos dentro do sistema de manejo das culturas, além de que o
tempo mínimo de um dia é usado em vários grandes produtores, como nos Estados
Unidos e no Canadá.
Para o pesquisador da EMBRAPA,
o segundo ponto crítico é a exigência de bordadura de até 500 metros distante
de residências para aplicação do glifosato. “Diversos produtores, especialmente
os pequenos, tem suas habitações dentro da propriedade, em distâncias menores
que a sugerida na resolução”, alerta Adegas.
“É sabido que na quase
totalidade das pequenas propriedades e em grande parte das médias, as
atividades de manipulação, preparo, abastecimento e aplicação de agrotóxicos
são realizadas pelo mesmo individuo, pois não existe, e nem se contrata, uma
pessoa especifica para realizar tais operações, muitas vezes é o próprio
proprietário que as executa”, conclui.
AGROLINK -Leonardo Gottems
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