O Senado aprovou nesta
terça-feira (12) o PLC 133/2017, que cria a Política Nacional de Prevenção do
Diabetes, a ser adotada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Aprovado com
emendas, o texto retorna à análise da Câmara dos Deputados.
O projeto, originalmente da
Câmara, havia sido retirado da pauta de votações de 19 de fevereiro e foi
inserido como “extra-pauta” na votação desta terça-feira. Relator do PLC
133/2017 em Plenário, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) defendeu sua
aprovação, relatando sua experiência pessoal como diabético. Ele lembrou que
perdeu grande parte de sua visão por causa da doença. E relatou a articulação
que fez junto ao ministro da saúde, Luis Henrique Mandetta, para a aprovação do
projeto.
— Conversamos com o ministro
da Saúde no sentido de retirar certos pontos do projeto, que iam contra a
técnica médica, para negociarmos a sua aprovação. O ministro também defendeu
que, em função da crise orçamentária, não ocorresse a obrigatoriedade do exame
de glicose no protocolo dos pacientes que fossem fazer o exame de sangue
inicial, se não houvesse sintomas da doença — disse o senador.
A senadora Eliziane Gama
(PPS-MA) relatou ter um sobrinho diabético e declarou entender perfeitamente a
necessidade de uma política de apoio à prevenção da doença e ao atendimento dos
diabéticos.
— Os dados apontam um aumento
vertiginoso do diagnóstico da doença. De 5,5% da população, em poucos anos
quase 10% agora têm diabetes. Não adianta pensarmos políticas públicas se
tivermos reduções nas políticas orçamentárias — afirmou Eliziane.
A senadora Zenaide Maia
(Pros-RN) afirmou que há mais gente morrendo de diabetes do que em guerras. E
lamentou a extinção de órgãos do governo que poderiam se juntar à prevenção da
doença.
— O Conselho de Segurança
Alimentar foi extinto e poderia estar trabalhando para ensinar aos brasileiros
como se alimentar corretamente e não desenvolver a doença — lamentou.
O senador Vanderlan Cardoso
(PP-GO) também disse ser diabético e que a doença vem de família.
— A diabetes mata
silenciosamente. Eu perdi meu pai e sei como é caro tratar uma doença. E temos
um médico goiano — Áureo Ludovico — que desenvolveu uma técnica de reversão da
diabetes tipo 2. É muito importante que trabalhos como o dele sejam
incentivados e divulgados — declarou.
A senadora Rose de Freitas
(Pode-ES) elogiou o trabalho de Kajuru, que mesmo não sendo o relator original
do projeto — que foi o ex-senador Ronaldo Caiado, na legislatura passada —
"apadrinhou o projeto" até conseguir sua aprovação.
— Em nome da bancada feminina,
nós mulheres somos gratas pelo seu apoio. Muitas pessoas passam pelo Senado e
não justificam seu mandato. Com sua iniciativa de trabalhar por essa causa, já
justificou a sua passagem por aqui — afirmou a senadora.
O senador Lucas Barreto
(PSD-AP) frisou a necessidade de campanhas para prevenir e tratar a diabetes.
— Eu também sou insulina-dependente.
A única coisa que abre corretamente a porta da célula para o açúcar é a
insulina. Os governos têm de explicar às pessoas humildes que a diabetes não se
cura com chá, mas com insulina acompanhada de uma mudança na alimentação.
A votação da Política Nacional
de Prevenção do Diabetes foi presidida pela senadora Leila Barros
(PSB-DF), após uma deferência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Carlos Penna Brescianini |
Jefferson Rudy/Agência Senado
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