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quarta-feira, 13 de março de 2019

SENADO APROVA A POLÍTICA NACIONAL DE PREVENÇÃO DE DIABETES


O Senado aprovou nesta terça-feira (12) o PLC 133/2017, que cria a Política Nacional de Prevenção do Diabetes, a ser adotada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Aprovado com emendas, o texto retorna à análise da Câmara dos Deputados.

O projeto, originalmente da Câmara, havia sido retirado da pauta de votações de 19 de fevereiro e foi inserido como “extra-pauta” na votação desta terça-feira. Relator do PLC 133/2017 em Plenário, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) defendeu sua aprovação, relatando sua experiência pessoal como diabético. Ele lembrou que perdeu grande parte de sua visão por causa da doença. E relatou a articulação que fez junto ao ministro da saúde, Luis Henrique Mandetta, para a aprovação do projeto.

— Conversamos com o ministro da Saúde no sentido de retirar certos pontos do projeto, que iam contra a técnica médica, para negociarmos a sua aprovação. O ministro também defendeu que, em função da crise orçamentária, não ocorresse a obrigatoriedade do exame de glicose no protocolo dos pacientes que fossem fazer o exame de sangue inicial, se não houvesse sintomas da doença — disse o senador.

A senadora Eliziane Gama (PPS-MA) relatou ter um sobrinho diabético e declarou entender perfeitamente a necessidade de uma política de apoio à prevenção da doença e ao atendimento dos diabéticos.

— Os dados apontam um aumento vertiginoso do diagnóstico da doença. De 5,5% da população, em poucos anos quase 10% agora têm diabetes. Não adianta pensarmos políticas públicas se tivermos reduções nas políticas orçamentárias — afirmou Eliziane.

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) afirmou que há mais gente morrendo de diabetes do que em guerras. E lamentou a extinção de órgãos do governo que poderiam se juntar à prevenção da doença.

— O Conselho de Segurança Alimentar foi extinto e poderia estar trabalhando para ensinar aos brasileiros como se alimentar corretamente e não desenvolver a doença — lamentou.
O senador Vanderlan Cardoso (PP-GO) também disse ser diabético e que a doença vem de família.

— A diabetes mata silenciosamente. Eu perdi meu pai e sei como é caro tratar uma doença. E temos um médico goiano — Áureo Ludovico — que desenvolveu uma técnica de reversão da diabetes tipo 2. É muito importante que trabalhos como o dele sejam incentivados e divulgados — declarou.

A senadora Rose de Freitas (Pode-ES) elogiou o trabalho de Kajuru, que mesmo não sendo o relator original do projeto — que foi o ex-senador Ronaldo Caiado, na legislatura passada — "apadrinhou o projeto" até conseguir sua aprovação.

— Em nome da bancada feminina, nós mulheres somos gratas pelo seu apoio. Muitas pessoas passam pelo Senado e não justificam seu mandato. Com sua iniciativa de trabalhar por essa causa, já justificou a sua passagem por aqui — afirmou a senadora.

O senador Lucas Barreto (PSD-AP) frisou a necessidade de campanhas para prevenir e tratar a diabetes.

— Eu também sou insulina-dependente. A única coisa que abre corretamente a porta da célula para o açúcar é a insulina. Os governos têm de explicar às pessoas humildes que a diabetes não se cura com chá, mas com insulina acompanhada de uma mudança na alimentação.

A votação da Política Nacional de Prevenção do Diabetes foi presidida pela senadora Leila Barros (PSB-DF), após uma deferência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

Carlos Penna Brescianini | Jefferson Rudy/Agência Senado

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