Evento reúne os cinco países
que compõem o bloco para buscar colaborações inovadoras para promoção da saúde
e prevenção de doenças. Juntos, os países emergentes concentram 42% da
população mundial
A inovação no tratamento da
tuberculose, a necessidade de ampliação das coberturas vacinais, o
fortalecimento da rede de Banco de Leite Humano no cuidado a bebês prematuros e
a qualificação no cuidado à saúde da população na Atenção Primária. Estes são
alguns dos temas discutidos durante a IX Reunião de Ministros da Saúde do
BRICS, grupo de países com economias emergentes formado por Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul. O evento, realizado em Curitiba (PR), foi
encerrado nesta sexta-feira (25) com a adoção, pelos Ministros de Estado da
Saúde, da “Declaração da IX Reunião de Ministros da Saúde do BRICS”, que prevê
compromissos a serem seguidos pelos países.
Durante o encontro, cada um
dos ministros apresentou um tópico de discussão a partir de ações já executadas
em seus países que podem inspirar os demais integrantes do grupo, além de
indicarem sugestões de cooperações no âmbito do BRICS.
Hoje,
nosso país recebeu ministros de Saúde do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul) para, juntos, discutirem colaborações inovadoras em prevenção de
doenças, tratamentos e promoção da saúde.
Saiba mais: http://bit.ly/31KEgfp
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O
ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, garantiu que o
fortalecimento da Atenção Primária é prioridade no país e pediu esforço dos
países do BRICS para a adoção de ações voltadas à promoção de saúde e não
apenas ao tratamento de doenças. “No Brasil, criamos uma secretaria focada na
Atenção Primária. Lançamos o programa Saúde na Hora, que chega a dobrar os
repasses federais para unidades de saúde que ampliarem o horário de atendimento
ao cidadão.
Credenciamos mais de 10 mil
novas equipes e serviços. Lançamos o programa Médicos pelo Brasil para levar
médicos para as áreas mais carentes do país. Estamos desenvolvendo ainda um
novo modelo de financiamento da Atenção Primária, que privilegia bons
indicadores de efetividade e desempenho”, destacou.
BRASIL LIDERA AÇÕES
O ministro Luiz Henrique
Mandetta compartilhou ainda a experiência brasileira com a rede de Banco de
Leite Humano, que alia baixo custo com alta qualidade no cuidado ao
recém-nascido, o que aumenta a eficácia da iniciativa para reduzir a
mortalidade neonatal. O Brasil possui a maior e mais complexa rede de banco de
leite do mundo, sendo referência internacional para mais de 20 países por
utilizar estratégias que aliam baixo custo e alta tecnologia. Há 225 Bancos de
Leite Humano no Brasil, sendo que cada um dos 26 estados e o Distrito Federal
possui pelo menos um.
“Neste ano, em agosto, o
Brasil organizou o 1º Workshop do BRICS sobre Bancos de Leite Humano. Lá demos
um passo muito importante quando assinamos a declaração em que nos
comprometemos a unir esforços para criar a primeira Rede de Bancos de Leite
Humano do BRICS”, lembrou Mandetta.
Neste ano, o Brasil lidera a estratégia de luta global contra a tuberculose.
O país também está na Presidência Pro-Tempore dos BRICS e, até o final do
mandato brasileiro, o Ministério da Saúde busca fortalecer a atuação dos
pesquisadores e dos países para o avanço e desenvolvimento de iniciativas
inovadoras em tuberculose. Os BRICS concentram 40% dos óbitos por tuberculose
no mundo e, por isso, o empenho do bloco é fundamental para eliminação da
doença como problema de saúde pública.
Em julho, o Ministério da
Saúde se comprometeu a investir R$ 16 milhões para financiar o desenvolvimento
de pesquisas sobre tuberculose no âmbito do BRICS. A ideia é fomentar novas
intervenções, esquemas terapêuticos e medicamentos, além de novos métodos de
diagnóstico e acesso ao tratamento da doença. A chamada pública deve ser
lançada até o final do ano e contemplará instituições brasileiras que atuarão
em parceria com outros pesquisadores dos países que integram o bloco.
Outra iniciativa do Brasil
para a Presidência Pro-Tempore do BRICS foi realização, na última quarta-feira
(23), do 5º Encontro de Agências Reguladoras do BRICS, em Brasília. Na ocasião,
foi concluída o Memorando de Entendimento (MoU) sobre Cooperação no Campo da
Regulação de Produtos Médicos para Uso Humano. A iniciativa reafirma o
compromisso do grupo de países com o fortalecimento do sistema regulatório de
medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde.
AUMENTO DA COBERTURA VACINAL
Durante o encontro, os
ministros reafirmaram à vontade de alcançar a cobertura universal de saúde.
Neste ano, pela primeira vez, o Governo do Brasil estabeleceu a cobertura
vacinal como meta prioritária para a gestão de saúde no país. Por isso, lançou
o “Movimento Vacina Brasil - É mais proteção para todos”, que visa reverter o
quadro de queda das coberturas vacinais no país registrado nos últimos anos.
Durante a 72ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, na Suíça, o ministro da
Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em nome do Brasil, defendeu que a ampliação da
cobertura vacinal deve ser prioridade para o mundo devido ao atual cenário de
intenso fluxo de pessoas.
O Ministério da Saúde também
lançou o Movimento Vacina Brasil nas Fronteiras para vacinação contra a febre
amarela e sarampo em cinco cidades que fazem fronteira com o Brasil na
Argentina, Paraguai e Uruguai. Neste mês, o Governo do Brasil já liberou R$ 103
milhões, metade do bônus de R$ 206 milhões criado para incentivar os municípios
a vacinar em massa crianças entre seis meses e cinco anos de idade. Também
garantiu a maior distribuição de vacina contra o sarampo dos últimos dez anos:
serão 60,2 milhões de doses para 2019 e 65,4 milhões em 2020.
VISITA A UNIDADES DE SAÚDE
Em Curitiba, o ministro Luiz
Henrique Mandetta e os demais ministros do BRICS visitarão ainda o Hospital
Infantil Pequeno Príncipe, que é referência no atendimento a crianças e
adolescentes em mais de 30 especialidades, entre elas transplante de medula
óssea, ortopedia, cardiologia e doenças raras. A unidade hospitalar, que
completa 100 anos neste mês, é filantrópica e destina 70% da sua capacidade de
atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda na capital paranaense, a
delegação do BRICS visitará o Hospital do Idoso Zilda Arns, especializado no
atendimento a idosos. No ano passado, a maior parte dos atendimentos foram na
faixa-etária de 81 a 90 anos.
Por Natália Monteiro, da
Agência Saúde
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