Vacina já é aplicada desde
agosto do ano passado
A Organização Mundial da Saúde
(OMS) está comemorando a recente aprovação, por reguladores europeus de
medicamentos, da primeira vacina contra o vírus ebola. Trata-se de “um triunfo
para a saúde pública e um testemunho da colaboração sem precedentes entre dezenas
de especialistas em todo o mundo,” segundo a agência das Nações Unidas.
A Agência Europeia de
Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) liberou, pela primeira vez, uma vacina
testada contra o ebola na Guiné-Conacri (África), país que tem a maior epidemia
da história causada pelo vírus. O produto autorizado pela EMA foi inicialmente
desenvolvido com a marca pela empresa norte-americana Merck & Co.
Mais de 236 mil pessoas já
foram vacinadas. O número inclui mais de 60 mil profissionais de saúde de linha
de frente em território congolês e nos países vizinhos Uganda, Sudão do
Sul, Ruanda e Burundi.
Regulamentos
A nova vacina já é aplicada
com as diretrizes de emergência da OMS para proteger as pessoas contra a
propagação do vírus ebola, que desde agosto do ano passado já matou mais de 2,1
mil pessoas em território congolês.
Para o diretor-geral da OMS,
Tedros Ghebreyesus, o produto já “salvou muitas vidas no atual surto de ebola,
e a decisão do regulador europeu vai, finalmente, ajudar a salvar muitas mais.”
Apoio à pesquisa
O chefe da agência da ONU
disse estar orgulhoso do papel que a OMS desempenhou no processo de
desenvolvimento da vacina, “desde o apoio dado à pesquisa, até a realização dos
testes” na Guiné-Conacri em 2015. O atual surto de ebola é o segundo maior da
história, após a epidemia que matou mais de 11,3 mil pessoas na África
Ocidental entre 2013 e 2016.
A OMS anunciou que atua com a
Aliança Global para as Vacinas e o Fundo das Nações Unidas para a Infância
(Unicef) nesta área, antevendo que nos próximos anos haverá maior demanda de
vacinas contra o ebola durante e entre surtos.
Plano Global de Segurança
A meta é criar um Plano Global
de Segurança de Vacinas contra a doença, porque “será necessária uma maior
capacidade de oferta e vários fabricantes a curto e médio prazos para atender a
essa demanda e garantir a segurança do medicamento”, diz a agência da ONU.
Atualmente existem oito
vacinas contra o ebola em processo de avaliação clínica. A OMS trabalha com
parceiros para criar um mecanismo governamental coordenado em nível
internacional para garantir o acesso ao produto de acordo com os critérios de
risco.
A OMS também deverá gerenciar
as reservas “porque o fornecimento permanecerá limitado até que seja criada uma
maior capacidade de fabricação ou outras vacinas sejam licenciadas.”
* Com informações da ONU News
Edição: Augusto Queiroz
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