Um portal que reúne livros
em formato digital, oferecendo aos internautas acesso livre a centenas de
títulos com temáticas que interligam comunicação, informação, saúde pública e
ciências sociais. Um acervo online que seleciona, organiza e disponibiliza
obras que colaborem para o fortalecimento da ciência e do pensamento social no
Brasil — e que possam ser compartilhadas, debatidas e lidas livremente, de
forma gratuita. Assim é a Porto Livre, plataforma de livros em acesso aberto que
será lançada pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde
(Icict/Fiocruz), nesta quarta-feira (23/10), às 9h30. O evento será no
auditório do INCQS, no campus de Manguinhos da Fiocruz, e vai
contar com palestras que abordam a importância da preservação digital no
Movimento do Acesso Aberto.
“A Porto Livre se integra a um
rol de iniciativas muito maior, que chamamos de Ciência Aberta, e está alinhada
às políticas de acesso aberto e de memória da Fiocruz”, destaca Rodrigo
Murtinho, diretor do Icict/Fiocruz e coordenador da plataforma. “Já há anos, a
Fundação se debruça sobre a importância de criar estratégias para ampliar o
acesso à ciência. Temos, por exemplo, o Arca,
repositório institucional onde são depositadas teses, dissertações e trabalhos
acadêmicos de nossos alunos. A Porto Livre nasceu com o objetivo de facilitar o
acesso a livros importantes para nossas áreas de ensino e pesquisa”.
O diretor destaca que o novo
portal reúne livros editados em open access não apenas pela Fiocruz,
mas por diferentes instituições. Universidades, centros de pesquisa, editoras,
movimentos sociais e ONGs, por exemplo. Como explica a apresentação da
plataforma, “seu objetivo é reunir títulos de interesse científico e social,
agrupando-os num acervo que funcione como porto seguro — mas também livre —
para os leitores. Torna disponíveis, de forma gratuita, obras relevantes para a
ciência e para o pensamento social, criando uma coleção online que apoie as
atividades de ensino e pesquisa da Fiocruz e de outros centros de produção
de conhecimento”.
Autores e leitores podem
sugerir livros
Atualmente, a Porto Livre já
dispõe de mais de 400 títulos. Mas seu acervo está em construção e expansão
permanentes. Instituições e autores podem submeter suas obras à plataforma,
para que sejam avaliadas pelo Conselho Curador, que irá determinar se estão de
acordo com a política editorial. Leitores também podem sugerir títulos. Mas só
serão aprovados, claro, livros licenciados para livre circulação na internet.
A Porto Livre é coordenada
pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), e fruto do
projeto Acesso aberto e uso da literatura científica no ensino, financiado
pelo Programa de Apoio à Pesquisa Estratégica em Saúde (Papes VII/Jovem
Cientista, da Fiocruz/CNPq), e pelo Programa de Indução à Pesquisa e
Desenvolvimento Tecnológico (PIPDT, do Icict/Fiocruz).
Os primeiros títulos
disponíveis na plataforma foram selecionados por meio de pesquisa feita com
professores e alunos do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação
em Saúde (PPGICS), do Icict/Fiocruz. Agora, porém, a Porto Livre convida
autores, editores e leitores a colaborarem na construção de seu acervo.
Coleção Memória Vivae
Junto à Porto Livre, serão
lançados novos volumes da Coleção Memória Viva, que resgata e reedita livros
esgotados, indisponíveis nas livrarias físicas e virtuais, além de dissertações
e teses acadêmicas que ainda não integram acervos online. O primeiro título da
coleção foi O
Massacre de Manguinhos, livro publicado originalmente em 1978, em que o
entomologista Herman Lent narra a perseguição da ditadura militar à ciência
brasileira.
No dia 23, serão relançados,
em versão digital, Saúde: promessas e limites da Constituição, de
Eleutério Rodriguez Neto; Natural, Racional, Social: Razão Médica e
Racionalidade Científica Moderna, de Madel Therezinha Luz; e A batalha
invisível da Constituinte: Interesses privados versus caráter público da
radiodifusão no Brasil, de Paulino Motter. Os dois primeiros são obras de muita
relevância para as dimensões política e social da saúde em nosso país, mas se
encontravam esgotados há anos. O terceiro é fruto de uma dissertação de
mestrado, defendida na UnB em 1994, que se tornou uma obra de referência,
apesar do acesso estar limitado a consultas na Biblioteca Central da
universidade. Agora, estarão disponíveis para qualquer internauta.
“A Memória Viva é uma coleção
integrada à plataforma Porto Livre: seu papel é fazer uma curadoria de livros
que já se encontram fora de catálogo, imprimindo sobre eles todo um processo de
edição que culmine em seu resgate e em sua reapresentação para o público”,
destaca Murtinho. “São obras que investigam episódios e aspectos do passado que
têm muito a dizer sobre os impasses do presente em nosso país.”
O lançamento da plataforma
digital Porto Livre integra a Semana Internacional de Acesso Aberto (21 a
27/10) e a 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que ocorre na Fiocruz e
em todo o território nacional de 21 a 26 de outubro, com entrada franca.
Para assistir o lançamento da
plataforma Porto Livre e participar do Seminário GT Preservo Preservação
Digital e Acesso Aberto: possibilidades e desafio, que acontece a seguir,
clique aqui.
Confira também a programação completa do evento.
Para acessar a plataforma
Porto Livre, clique aqui.
Agência Fiocruz de notícias
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