*escrito com
Wilson Andrade
Um hospital em
Xangai usou tecnologia 5G para transmitir ao vivo uma cirurgia feita com
avançado sistema robótico que facilita cirurgias complexas ao usar método
minimamente invasivo. No caso foi realizada uma cirurgia em paciente com
diagnóstico de câncer de intestino, em Ningbo, na província de Zhejiang. A área
da saúde é uma das mais importantes para qualquer país. Por isso, a China está
investindo, pesadamente, em inovação, novas patentes, produtos com qualidade, e
já é exportadora na área de equipamentos hospitalares e médicos, sendo o
Brasil um dos principais importadores. Os produtos médicos são classificados
em: “produtos convencionais” e “de alta tecnologia agregada”. A segunda
categoria engloba aqueles produtos que requerem maiores pesquisas e tecnologia,
pois são mais sofisticados. Foi o caminho escolhido pela China para escapar da
dependência tecnológica, inovar e competir globalmente na área da saúde. Na
saúde, a China também foi capaz de realizar o “catching up”, ou seja, um país
emergente tentando alcançar os países desenvolvidos. A China passou a produzir
equipamentos médicos com qualidade, valor agregado e tecnologia associada aos
que os países ricos vendem (Mescollotto, 2018).
Para isso, o
governo chinês lançou o “Healthy China 2030”. Programa lançado por Xi Jinping,
que promete uma China saudável nos próximos anos. Esta iniciativa governamental
visa aumentar os cuidados da população chinesa com a saúde. Na esteira desta
preocupação, o crescimento para o mercado da saúde na China deverá ser de 12%
ao ano, com mercado de U$S 1 trilhão até 2020 e U$S 2,3 trilhões até 2030,
segundo a consultora McKinsey & Co. Algumas empresas chinesas têm se
destacado na produção destes equipamentos que envolvem a simbiose
indústria/universidade. Na província de Shandong, no litoral leste da China, surgiu
a empresa Biobase, que em conjunto com a Acadêmia de Ciências de Shandong,
focam na produção de equipamentos médicos e dispositivos experimentais. Seus
produtos já são vendidos para mais de 190 países. A empresa colabora com
cientistas na criação de máquinas para o desenvolvimento de células-tronco.
Além disso, possui 186 patentes com certificações na Europa e EUA.
As gigantes
China Medical, a Alibaba com a sua fintech Ant Financial e a Tencent com a
WeDoctor (chamada de “Amazon” da saúde na China) também entraram neste mercado
de trilhões de dólares. A Alibaba lançou um software de Inteligência Artificial
que pode ajudar a interpretar uma tomografia computadorizada e um laboratório
médico IA para ajudar os médicos nos diagnósticos dos pacientes. A Tencent
lançou o Miying, programa de imagens médicas que ajuda a detectar sinais
precoces de câncer, na região sudoeste de Guangxi. Este programa já é usado em
cerca de 100 hospitais em toda a China. Além destas gigantes, centenas de
startups de saúde surgem como desenvolvedoras de IA para melhorar a eficiência
do sistema de saúde da China.
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