Fonte: Fiocruz Mato Grosso doSul
Desde o mês de maio do
presente ano, a Fiocruz Mato Grosso do Sul, em parceria com a Embrapa Gado
de Corte, vem apoiando as ações de enfrentamento à pandemia pelo Sars-CoV-2 no
estado. A unidade da Fundação tem realizado o diagnóstico molecular da
Covid-19 em amostras coletadas no município de Corumbá pelo sistema Drive
Thru coronavírus, implantado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES)
de Mato Grosso do Sul.
“A partir dessa ação de apoio,
surgiu o interesse de conhecer as características genéticas do vírus Sars-CoV-2
que está circulando no município de Corumbá, e nos municípios próximos, podendo
fornecer informações importantes sobre a possível origem da transmissão, as
diferentes linhagens encontradas na região e, suas mutações, contribuindo dessa
forma para as tomadas de decisão nas ações de vigilância em saúde”, disse Zoraida
Fernandez, pesquisadora da Fiocruz Mato Grosso do Sul.
Segundo Alexsandra Favacho,
pesquisadora da Fiocruz MS, duas linhagens do novo coronavírus foram
identificadas, o que sugere ao menos duas introduções do Sars-CoV-2 na região
de tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia. “Essas foram as
primeiras sequencias do genoma das linhagens do Sars-CoV-2 circulando em Mato
Grosso do Sul a serem identificadas e que estarão disponíveis a comunidade
cientifica mundial por bancos de dados internacionais”, explicou.
O sequenciamento genético das
amostras coletadas em Corumbá foi feito pelo pesquisador Felipe Naveca, do
Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), em ação
colaborativa entre as duas unidades da Fiocruz. O pesquisador ressalta a
importância do sequenciamento para tentar entender o comportamento do vírus ao
longo do tempo, não só as mutações, que são naturais e que vão ocorrer, mas
também suas consequências, que podem levar a uma alteração e afetar ensaios
diagnósticos.
Sequenciamento
Nesse primeiro momento, foram
sequenciadas seis amostras coletadas no mês de agosto, nas quais foram
identificadas as linhagens de Sars-CoV-2 B.1.1.28 e B.1.1.33, sendo uma mais
frequentemente encontrada na Europa e que se espalhou por todos os continentes
e, a outra, encontrada no continente americano, principalmente no Brasil, USA e
Argentina.
O estudo está sendo continuado
para o mapeamento genético de uma maior quantidade de amostras coletadas desde
o início das atividades do Drive Thru Coronavírus até o último mês de coleta, o
que permitirá entender a dispersão do vírus nessa região e esclarecer a
evolução viral ao longo do tempo, no Mato Grosso do Sul.
Parcerias
Os diretores das unidades Fiocruz Mato Grosso do Sul (Jislaine Guilhermino) e Fiocruz Amazônia (Sérgio Luz) ressaltam a importância das parcerias institucionais e entre unidades da Fiocruz para ampliar a capacidade de trabalho na área da genética, especialmente para os estados que fazem fronteiras internacionais, uma vez que essa relação permite além da trocas de experiências entre as equipes, a utilização de infraestruturas de pesquisa, para realizar a caracterização genética do novo coronavírus e testagem metagenômica. “O fortalecimento da vigilância das doenças emergentes e reemergentes nas regiões fronteiriças do Brasil, é um dos objetivos da Vigilância epidemiológica”, enfatiza Rivaldo Venâncio Cunha, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz.
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