POR MARCELO DE VALÉCIO.
POSTADO EM INDÚSTRIA
FARMACÊUTICA
A companhia alemã Bayer repassou sua unidade paulistana que produz anticoncepcionais para o laboratório brasileiro União Química. Negócio envolveu também nove hormônios femininos e ficou entre R$ 400 milhões e R$ 600 milhões, segundo apurou o Valor.
De acordo com o presidente da
União Química, Fernando de Castro Marques, pelo acordo a indústria brasileira
irá produzir, por mais seis anos, oito produtos para a Bayer. “Somente no
primeiro ano de operação, devemos obter um faturamento de R$ 300 milhões. Isso
porque são medicamentos maduros. Vamos intensificar as ações de marketing dos
produtos”, afirmou o executivo ao jornal.
A fábrica, que ocupa área de
15 mil metros quadrados, produz hormônios femininos, como contraceptivos e
pílulas de reposição hormonal, e tem capacidade de produção de aproximadamente
70 milhões de blisters por ano. Atualmente, ocupa 59% da capacidade instalada.
O plano da União Química é aumentar essa parcela de utilização gradualmente e,
em 2022, quando estiver já operando sob o comando da brasileira, chegar a 73%
da capacidade.
Segundo Marques, o plano da
União Química é, além dos medicamentos Bayer produzidos em São Paulo, fabricar
hormônios que constam do portfólio da companhia e produtos de terceiros.
“Teremos capacidade instalada para isso”.
“A negociação contempla também
o repasse de algumas marcas estabelecidas de contraceptivos femininos para a
União Química, vendidas tanto no Brasil como em países da América Latina, o que
deverá acontecer apenas após aprovação dos órgãos reguladores”, acrescentou a
Bayer em comunicado.
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Os produtos agora adquiridos
pela União Química são exportados para 27 países, sendo que Brasil, México e
Argentina respondem por cerca de 80% das vendas. O mais vendido é o Microvilar,
que detém 47,2% de participação no faturamento da unidade.
Conforme Marques, o portfólio
de saúde feminina representa atualmente 7% do faturamento da União Química. Com
a compra de parte do portfólio da Bayer, essa área poderá ser responsável por
14% da receita. No ano passado, o faturamento bruto da empresa foi de R$ 2,8
bilhões, alta de 28% no comparativo com 2019.
“A nossa meta é crescer mais
de 20% em 2021, isso sem contar o portfólio recém-adquirido da Bayer e os
possíveis contratos de venda da (vacina) Sputnik V”, afirmou o executivo.
Segundo a Bayer, a transação – realizada pela matriz – vai garantir a continuidade do funcionamento da fábrica e a manutenção dos 190 empregos da unidade. Ela faz parte da estratégia global da divisão farmacêutica de focar o seu negócio no desenvolvimento de soluções e produtos inovadores.
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