POR VAN MARTINS. POSTADO
EM INDÚSTRIAFARMACÊUTICA
A farmacêutica Biolab levou à
Justiça uma contestação contra a concorrente Blau. O motivo pela ação se deu
porque a Blau poderia estar comercializando um produto similar ao Vonau Flash,
com a mesma finalidade, e o classificando como genérico do medicamento para
enjoo desenvolvido pela Biolab.
Em entrevista ao Valor
Econômico, o presidente da Biolab, Cleiton de Castro Marques, afirmou que a
empresa tem a patente do Vonau até 2028. E, além disso, o produto concorrente
não possui o mesmo mecanismo de absorção que o original. Marques ressalta que
essa é uma inovação incremental que a Biolab desenvolveu com a Universidade de
São Paulo (USP).
“O produto da Blau é um
genérico do Zofram, que é usado para controle de náuseas e vômitos após
quimioterapias e radioterapias, o nosso é um Zofram modificado. Investimos na
inovação incremental desse medicamento e por isso temos a patente até 2028”,
disse Marques.
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De acordo com o presidente, a
Biolab enviou quatro notificações extrajudiciais à Blau questionando essa
estratégia. Além disso, a companhia entrou com uma petição na Justiça
requerendo esclarecimentos da concorrente.
O caso está na 1ª Vara Cível
de Cotia (SP). O juiz Seung Chul Kim estipulou o prazo de 15 dias para a Blau
se manifestar e apresentar provas de que a sua estratégia está dentro das
regras comerciais.
Blau não se posiciona sobre o
caso
Em nota, a Blau Farmacêutica
se limitou a dizer que não conhece qualquer notificação judicial envolvendo o
caso, e, por isso, não tem como se manifestar. No entanto, ressaltou que sua
conduta está alinhada com as normas e leis do mercado.
“A empresa atua no segmento
farmacêutico nacional há mais de 33 anos, seguindo rigorosamente a legislação e
os princípios de ética, compliance e governança corporativa. As comunicações e
estratégias de marketing da companhia para todos os nossos produtos seguem
estritamente a vinculação ao registro sanitário perante a Anvisa e às normas e
regulações vigentes.”
Segundo a Biolab, o próximo
passo da companhia seria entrar com uma ação indenizatória após os
esclarecimentos da Blau à Justiça.
O Vonau é o segundo maior
produto para a Biolab. De acordo com Marques, mensalmente, a farmacêutica
comercializa 500 mil caixas do medicamento no Brasil.
Além disso, o produto é a
porta de entrada do laboratório na América Latina.
Atualmente, a companhia já
exporta o medicamento para o Equador e, ainda em 2021, entrará na Colômbia e
Peru. Além disso, países da América Central e até mesmo árabes já estão no
radar da Biolab e fazem parte de uma estratégia ambiciosa de expansão em um
curto e breve período.
“Estamos no processo de
registro no México, América Central e países árabes. Hoje, a exportação do
Vonau representa de 2% a 3% da nossa produção e a meta é chegar em até 30% em
dois anos. É um produto muito importante para a Biolab e também para a USP”,
explicou o executivo.
Quanto à USP, cabe destacar que, atualmente, 90% dos royalties que a universidade recebe vem do Vonau.
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