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quinta-feira, 25 de março de 2021

BIOLAB ACUSA BLAU FARMACÊUTICA DE COMERCIALIZAR INDEVIDAMENTE GENÉRICO PARA ENJOO

POR VAN MARTINS. POSTADO EM INDÚSTRIAFARMACÊUTICA 

A farmacêutica Biolab levou à Justiça uma contestação contra a concorrente Blau. O motivo pela ação se deu porque a Blau poderia estar comercializando um produto similar ao Vonau Flash, com a mesma finalidade, e o classificando como genérico do medicamento para enjoo desenvolvido pela Biolab.

Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente da Biolab, Cleiton de Castro Marques, afirmou que a empresa tem a patente do Vonau até 2028. E, além disso, o produto concorrente não possui o mesmo mecanismo de absorção que o original. Marques ressalta que essa é uma inovação incremental que a Biolab desenvolveu com a Universidade de São Paulo (USP).

“O produto da Blau é um genérico do Zofram, que é usado para controle de náuseas e vômitos após quimioterapias e radioterapias, o nosso é um Zofram modificado. Investimos na inovação incremental desse medicamento e por isso temos a patente até 2028”, disse Marques.

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De acordo com o presidente, a Biolab enviou quatro notificações extrajudiciais à Blau questionando essa estratégia. Além disso, a companhia entrou com uma petição na Justiça requerendo esclarecimentos da concorrente.

O caso está na 1ª Vara Cível de Cotia (SP). O juiz Seung Chul Kim estipulou o prazo de 15 dias para a Blau se manifestar e apresentar provas de que a sua estratégia está dentro das regras comerciais.

Blau não se posiciona sobre o caso

Em nota, a Blau Farmacêutica se limitou a dizer que não conhece qualquer notificação judicial envolvendo o caso, e, por isso, não tem como se manifestar. No entanto, ressaltou que sua conduta está alinhada com as normas e leis do mercado.

“A empresa atua no segmento farmacêutico nacional há mais de 33 anos, seguindo rigorosamente a legislação e os princípios de ética, compliance e governança corporativa. As comunicações e estratégias de marketing da companhia para todos os nossos produtos seguem estritamente a vinculação ao registro sanitário perante a Anvisa e às normas e regulações vigentes.”

Segundo a Biolab, o próximo passo da companhia seria entrar com uma ação indenizatória após os esclarecimentos da Blau à Justiça.

O Vonau é o segundo maior produto para a Biolab. De acordo com Marques, mensalmente, a farmacêutica comercializa 500 mil caixas do medicamento no Brasil.

Além disso, o produto é a porta de entrada do laboratório na América Latina.

Atualmente, a companhia já exporta o medicamento para o Equador e, ainda em 2021, entrará na Colômbia e Peru. Além disso, países da América Central e até mesmo árabes já estão no radar da Biolab e fazem parte de uma estratégia ambiciosa de expansão em um curto e breve período.

“Estamos no processo de registro no México, América Central e países árabes. Hoje, a exportação do Vonau representa de 2% a 3% da nossa produção e a meta é chegar em até 30% em dois anos. É um produto muito importante para a Biolab e também para a USP”, explicou o executivo.

Quanto à USP, cabe destacar que, atualmente, 90% dos royalties que a universidade recebe vem do Vonau.

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