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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Código de Ciência e Tecnologia deve ser regulamentado por medida provisória, dizem parlamentares

Para deputados e senadores, que discutiram o tema durante seminário, tramitação por meio de projeto de lei atrasa o processo

Deputados e senadores querem medida provisória (MP) que restabeleça artigos vetados do Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Em seminário promovido nesta terça-feira (2) pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, pela Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação da Câmara dos Deputados e pelas comissões de Ciência e Tecnologia da Câmara e do Senado, parlamentares defenderam que a solução mais rápida para o impasse seria a edição de uma medida provisória com efeitos imediatos.

Leonardo Prado/Câmara dos Deputados


Para debatedores, a edição de uma medida provisória seria a solução mais rápida
Sancionado em janeiro, o novo marco legal (Lei 13.243/16) incentiva as atividades de pesquisa científica; prevê isenção e redução de impostos para importação de insumos nas empresas do setor; facilita processos licitatórios; e amplia o tempo máximo que os professores universitários poderão se dedicar a projetos de pesquisa e extensão.

A lei, entretanto, foi sancionada com vetos que, segundo os parlamentares, impedem sua efetiva implantação.

O coordenador da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, deputado Izalci (PSDB-DF) afirmou que, apesar de uma proposta (PLS 226/16) de autoria do senador Jorge Viana (PT-AC), retomar os pontos vetados, uma medida provisória seria a solução mais rápida.

"No caso do projeto que está tramitando, o processo é longo. Se for aprovado no Senado vai pra Câmara, volta pro Senado, vai para a sanção do presidente da República, que pode vetar, e vai mais um ano nisso. Então não dá pra trabalhar só com o projeto, temos que brigar muito pra que saia uma medida provisória, que tenha força de lei imediata. Em ciência e tecnologia tem que ser rápido porque já perdemos seis meses desde a vigência da lei" , avaliou.

Dispositivos vetados
Entre os vetos ao marco legal da Ciência e Tecnologia, está o artigo que isentava o recolhimento de impostos previdenciários sobre bolsas de pesquisa e compra de produtos.

Houve veto também ao trecho que dispensava a realização de licitação nas contratações de empresas com faturamento de até R$ 90 milhões anuais para prestação de serviços ou fornecimento de bens elaborados com aplicação sistemática de conhecimentos científicos e tecnológicos.

O deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), que era ministro da Ciência e Tecnologia à época da sanção da lei, avaliou que os vetos causaram insegurança jurídica ao setor.
"Como ela [a lei] mexe com tributo, particularmente a parte previdenciária, gera insegurança às empresas, particularmente às que incentivam pesquisadores, fazem acordos com universidades, incentivam alunos em estágio. Isso acaba provocando uma insegurança sobre a geração de vínculo empregatício e o pagamento de imposto previdenciário, o que é é muito ruim. E no contexto, pelo tamanho da Previdência, os valores são pequenos."

Compromisso
Durante o seminário, o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, assumiu compromisso de trabalhar para a edição da medida provisória, mas advertiu sobre as dificuldades.

"Não tem sentido não caminharmos pelos dois caminhos: a MP e o projeto. Aquele que chegar a bom termo mais rápido, será melhor. Estou muito preocupado com a intransigência da Receita Federal. Quero deixar claro porque tivemos reunião até com o próprio presidente da República. Ele, do ponto de vista político, já está convencido."
Além da retomada dos os artigos vetados, uma subcomissão da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, presidida pelo deputado Celso Pansera, vai acompanhar os trabalhos do governo federal sobre a regulamentação do marco legal da ciência, tecnologia e inovação.

Reportagem - Geórgia Moraes
Edição - Adriana Resende


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