Estudo
realizado em 2017 indica que prevalência estimada do HPV nas capitais do Brasil
é de 54,3%. Campanha visa aumentar a cobertura vacinal dos adolescentes
de 9 a 14 anos contra o HPV e Meningite C
Itens
relacionados
O
Ministério da Saúde está convocando 10 milhões de jovens e adolescentes para se
vacinar contra meningite e HPV (Papiloma Vírus Humano). Nesta terça-feira (13),
o ministro Ricardo Barros lançou, em Brasília, a Campanha de Mobilização e
Comunicação para a Vacinação do Adolescente contra HPV e Meningites. Deverão
ser vacinadas contra o HPV, meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.
Neste ano, o Ministério da Saúde está ampliando a faixa etária da vacina
meningite C, que agora passa a ser 11 a 14 anos de idade. No ano passado,
estavam sendo vacinados contra a doença meninas e meninas de 12 a 13 anos.
“Esta
campanha está completamente de acordo com a mudança de foco que estamos
implantando no Ministério da Saúde, que é priorizar a prevenção. Estamos investindo
na prevenção para evitar que as pessoas fiquem doentes. O recente lançamento
das novas práticas integrativas no SUS vai na mesma direção, nossos foco é o
processo de saúde e não a doença”, explicou o ministro Ricardo Barros, durante
o lançamento da campanha.
A
campanha será veiculada no período de 13 a 30 de março. No filme, dois jovens,
um menino e uma menina, fogem do vírus em um cenário com inspiração nos
seriados famosos que são de identificação do público jovem e dos pais. A fuga
termina no momento em que os jovens entram em uma unidade de saúde e se
vacinam. O filme mistura imagens reais e animação.
Com
o slogan “Não perca a nova temporada de Vacinação contra a meningite C e o
HPV”, a campanha conta ainda com peças publicitárias como: jingle para rádios,
outdoor, envelopamento em metrô e ônibus, peças digitais e conteúdos para redes
sociais, cartaz, folders. O público da campanha é formato por adolescentes
(homens e mulheres) e responsáveis.
A
coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde,
Carla Domingues, enfatiza que as vacinas contra o HPV e a meningocócica C fazem
parte do calendário de rotina disponível nas unidades do SUS, durante todo o
ano e que esta é uma campanha de mobilização. “É importante ressaltar que esta
é uma campanha informativa e de esclarecimento e não uma campanha de vacinas. A
campanha é importante para alertar as pessoas sobre a necessidade da vacinação,
esclarecendo o que é mito e boato, e informações verdadeiras, baseadas em
estudos científicos”, observou a coordenadora.
HPV
Desde
a incorporação da vacina HPV no Calendário Nacional de Vacinação, 4,9 milhões
de meninas procuraram as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) para
completar o esquema com a segunda dose, totalizando 48,7% na faixa etária de 9
a 14 anos. Já com a primeira dose, foram vacinadas 8 milhões de meninas nesta
mesma faixa, o que corresponde a 79,2%. No entanto, o Ministério da Saúde
alerta que a cobertura vacinal só está completa com as duas doses. Entre os
meninos, 1,6 milhões foram vacinados com a primeira dose, o que representa
43,8% do público alvo. Desde 2014, início da vacinação para o HPV no SUS, foram
distribuídas 32,9 milhões de doses.
No
Brasil, são estimados 16 mil casos de câncer de colo do útero por ano e 5 mil
óbitos de mulheres devido à doença. Mais de 90% dos casos de câncer anal e 63%
dos cânceres de pênis são atribuíveis à infecção pelo HPV, principalmente pelo
subtipo 16.
Estima-se
que em 3 a 10% dos casos, especialmente entre as pessoas com um sistema imune
comprometido (por exemplo, aqueles que vivem com HIV/aids), o vírus HPV pode
persistir, levando a graves problemas de saúde.
PREVALÊNCIA
HPV
Segundo
estudo realizado pelo projeto POP-Brasil em 2017, a prevalência estimada do HPV
no Brasil é de 54,3 %. O estudo entrevistou 7.586 pessoas nas capitais do país.
Os dados da pesquisa mostram que 37,6 % dos participantes apresentaram HPV de
alto risco para o desenvolvimento de câncer.
O
estudo indica ainda que 16,1% dos jovens tem uma Infecção Sexualmente
Transmissível (IST) prévia ou apresentaram resultado positivo no teste rápido
para HIV ou sífilis. Os dados finais deste projeto serão disponibilizados no
relatório a ser apresentado ao Ministério da Saúde até o final do ano.
O
projeto POP-Brasil é uma parceria do Ministério da Saúde, o Hospital Moinhos de
Vento (RS), a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
(UFCSPA), Universidade de São Paulo (Faculdade de Medicina (FMUSP) – Centro de
Investigação Translacional em Oncologia), Grupo Hospitalar Conceição (GHC),
Secretarias Municipais de Saúde das capitais brasileiras e Secretaria de Estado
de Saúde do Distrito Federal.
MENINGOCÓCICA
C
Desde
ano passado, já foram vacinados 32% do público-alvo, restando ainda 10 milhões
de adolescentes. A meta é vacinar 80% do público-alvo. Além de proporcionar
proteção, a ampliação alcançará o efeito da imunidade de rebanho, ou seja, a
proteção indireta das pessoas não vacinadas. O esquema vacinal para esse
público será de um reforço ou uma dose única, conforme a situação vacinal.
Dados
recentes enfatizam a necessidade da vacinação de adolescentes, com o intuito de
reduzir o número de portadores da bactéria em nasofaringe. Recentes pesquisas
constatam a ausência de anticorpos protetores poucos anos após a vacinação de
lactentes e crianças mais novas. A vacinação de adolescentes proporcionará
proteção direta impedindo o deslocamento do risco de doença para esses grupos
etários.
VACINAÇÃO
NAS ESCOLAS
O
Ministério da Saúde considera de fundamental importância participação das
escolas para reforçar a adesão dos jovens à vacinação e, consequentemente
atingir o objetivo de redução futura do câncer de colo de útero, terceiro tipo
de câncer mais comum em mulheres e a quarta causa de óbito por câncer no país.
“Vamos
insistir para ampliar a cobertura vacinal e insistir na escola, onde podemos
fazer uma potencialização da imunização e assim diminuir a prevalência do HPV,
que hoje está muito alta, acima de 50% nos jovens brasileiros”, ressaltou o
Ministro da Saúde.
O
Ministério da Saúde enviou ao Ministério da Educação material informativo sobre
as doenças. A ideia é estimular os professores a conversem com os alunos e
familiares sobre o tema. O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o
sétimo do mundo a oferecer a vacina HPV para meninos em programas nacionais de
imunizações.
“Com
a publicação da portaria que incluiu a vacinação no Programa Saúde na Escola,
agora temos os marcos legais e a garantia institucional para levar a prevenção
e à saúde às escolas brasileiras. Nesta campanha, vamos pedir ao MEC que
solicite às escolas o envio ao Ministério da Saúde da programação de vacinação
em cada unidade escolar”, explicou o ministro.
Nivaldo Coelho, da Agência Saúde
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