O
diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom
Ghebreyesus, disse nesta quarta-feira (21) que a saúde universal deve ser um
tema priorizado pelos países. Em sua primeira visita ao Brasil desde que
assumiu o cargo, em agosto de 2017, Tedros discursou na Comissão de Seguridade
Social e Família da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Tedros
declarou que o Brasil possui um sistema de saúde capaz não apenas de garantir
as necessidades cotidianas da população, mas também de se defender contra surtos.
“Vimos isso muito claramente no recente surto de febre amarela. Felicito o
governo brasileiro por sua rápida resposta, que salvou muitas vidas”, pontuou,
destacando o importante papel do país na produção de vacinas contra a
doença.
De
acordo com o diretor-geral da OMS, a saúde é um direito de todas as pessoas e
não um privilégio de alguns. Argumentou também que a cobertura de saúde
universal, além de melhorar a saúde da população, gera impactos positivos na
economia dos países. “Pode tirar as pessoas da pobreza, removendo uma de suas
causas; criar empregos para trabalhadores de saúde e cuidados; impulsionar o
crescimento econômico inclusivo, assegurando que as pessoas sejam saudáveis e
capazes de trabalhar; e promover a igualdade de gênero.”
O
diretor-geral da OMS afirmou aos parlamentares brasileiros que o Sistema Único
de Saúde (SUS) é uma poderosa força para alcançar a equidade. “O fato de todos
os serviços e produtos, incluindo medicamentos e vacinas, serem fornecidos
gratuitamente é uma base sólida não só para uma saúde melhor, mas também para o
desenvolvimento”. Reconheceu também que o Brasil está dando grandes passos na
distribuição equitativa de profissionais de saúde em seu território.
Além
disso, Tedros apresentou aos parlamentares brasileiros três ambiciosas metas
incluídas no plano estratégico da OMS para os próximos cinco anos: “ver um
bilhão de pessoas aproveitando os benefícios da cobertura de saúde universal”;
“ver um bilhão de pessoas protegidas contra emergências de saúde”; e, por fim,
“ver um bilhão de pessoas vivendo com mais saúde e bem-estar”.
O
desafio do Brasil, segundo ele, é “tomar decisões difíceis sobre prioridades,
com base nas evidências mais atualizadas”. Na ocasião, reafirmou o compromisso
da OMS em trabalhar junto ao país para garantir que o acesso à saúde seja um
direito de toda a população.
Dia
Mundial da Saúde
Com
o lema “Saúde universal: para todos, em todos os lugares”, a campanha do Dia
Mundial da Saúde deste ano tem o objetivo de aumentar a conscientização sobre a
necessidade de cobertura e acesso à saúde universal e os benefícios que isso
pode trazer.
A
OMS foi fundada sob o princípio de que todas as pessoas podem realizar o seu
direito ao mais alto padrão possível de saúde. Há mais de 70 anos,
"Saúde para todos" tem sido a visão orientadora da organização. No
entanto, pelo menos metade da população mundial ainda não tem acesso aos
serviços de saúde dos quais necessitam, o que leva milhões de pessoas à pobreza
enquanto lutam para pagar seus gastos com saúde.
"Saúde
para todos" também é a força motriz da iniciativa da OPAS/OMS para apoiar
os países de todo o mundo em sua busca pela saúde universal.
Neste
ano, as Américas marcam o 40º aniversário da Declaração de Alma-Ata. Embora
grandes avanços tenham sido alcançados na saúde, a região continua a ser uma
das mais desiguais. Em resposta a isso, um movimento coletivo de transparência,
responsabilidade e advocacy evoluiu em um impulso para a saúde
universal.
Fonte: OPAS/OMS Brasil
0 comentários:
Postar um comentário