A
diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne,
apresentou nesta segunda-feira (12) um breve panorama sobre a medicina
tradicional na Região das Américas, durante a abertura do 1º Congresso
Internacional de Práticas Integrativas e Saúde Pública.
“Países
como a Bolívia, o Equador e o México prometeram em suas constituições respeitar
e incluir essas tradições em seus sistemas nacionais de saúde. Outros,
incluindo Brasil, Chile, Cuba, Guatemala, Panamá, Peru e Nicarágua promulgaram
legislações, políticas nacionais ou desenvolveram modelos de cuidados que
reconhecem, protegem, promovem e clamam por estudos sobre medicamentos
tradicionais e outros sistemas de cura frequentemente referidos como medicina
complementar, alternativa ou integrativa”, disse Etienne.
Segundo
ela, os países e territórios das Américas estão também ampliando sua
compreensão sobre a força de trabalho na área de saúde. “Cuba reconheceu a
medicina natural e tradicional como uma especialidade médica. Nos Estados
Unidos e no Canadá, médicos agora podem ser board-certified[certificado
que demonstra experiência em uma especialidade] em medicina integrativa. No
Brasil, Chile, Colômbia, Bolívia, México, Nicarágua, Peru, entre outros, o
papel dos profissionais de saúde treinados em medicina tradicional e
complementar, ou setores emergentes dentro dessas áreas, estão sendo
reconhecidos ou reconsiderados como parte das equipes de saúde”.
A
diretora da OPAS lembrou ainda que a Declaração de Alma-Ata, de 1978, já
reconhecia a importância da medicina tradicional para a saúde e o bem-estar das
pessoas. “Nas Américas, expressamos nosso contínuo compromisso com os valores e
princípios de Alma-Ata. E eu estou convencida de que a saúde universal é a
expressão de Alma-Ata no século XXI”, destacou.
Após
a abertura, Etienne lançou, junto ao Centro Latino-Americano e do Caribe de
Informação em Ciências da Saúde (BIREME), a Biblioteca Virtual de Saúde de
Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrais das Américas. “Essa
iniciativa é um manifesto do compromisso da OPAS/OMS com os países”, disse
Diego González, diretor da BIREME. A plataforma surge como uma forma de suprir
a necessidade de melhorar a disponibilidade e o acesso à informação científica
e relevante em relação ao tema.
O
ministro da Saúde do Brasil, Ricardo Barros, anunciou a incorporação de 10
novas práticas integrativas e complementares ao Sistema Único de Saúde (SUS):
apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia,
geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de
florais. “Hoje, temos 29 práticas integrativas e complementares à disposição
dos brasileiros. Elas são milenares e têm resultados efetivos e eficácia
comprovada”, afirmou.
Alma-Ata
Há
quarenta anos, os países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS),
reunidos em Alma-Ata, no Cazaquistão, definiram um conjunto de princípios para
proteger e promover a saúde de todas as pessoas, enunciando a atenção primária
à saúde como orientadora de um sistema de saúde integral. Desde a Declaração de
Alma-Ata, os países das Américas vêm testemunhando progresso, crescimento
econômico e melhoria de seus sistemas de saúde. Permanecem, contudo, muitos
desafios na região, entre eles a pobreza e a desigualdade, as barreiras ao
acesso à saúde e modelos de atenção ineficientes.
Saúde
universal
Saúde
universal é o tema deste ano do Dia Mundial da Saúde (7 de abril de 2018) e
significa que todas as pessoas, sobretudo as que estão em situação de
vulnerabilidade – não importa onde estejam –, tenham acesso a cuidados de saúde
efetivos e de qualidade e sejam protegidas de dificuldades financeiras no
momento em que necessitam de assistência. Abrange toda a gama de serviços de
saúde, desde a promoção até prevenção, tratamento, reabilitação e cuidados
paliativos.
Crédito da foto: Erasmo
Salomão
Fonte: Portal OPAS/OMS Brasil
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