Oito
países das Américas notificaram 185 casos confirmados de sarampo nos primeiros
três meses deste ano: Antígua e Barbuda (1 caso), Brasil (8), Canadá (3),
Estados Unidos (11), Guatemala (1), México (1), Peru (1) e Venezuela (159). Os
dados são da atualização epidemiológica publicada na noite desta sexta-feira
(9) pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde
(OPAS/OMS).
Os
casos em Antígua e Barbuda e na Guatemala foram importados, respectivamente, do
Reino Unido e da Alemanha. Os casos no Canadá e nos Estados Unidos também são
importados ou associados à importação.
No
México, foi identificado um caso provavelmente importado, em uma mulher de 38
anos, e no Peru está sendo investigado o lugar onde ocorreu a infecção de um
homem de 46 anos de idade. Ambos os países estão intensificando a vigilância
epidemiológica e as atividades de vacinação. O último caso autóctone (infectado
localmente) registrado no México ocorreu em 1995 e, no Peru, em 2000.
Na
Venezuela, 82% dos casos confirmados foram registrados no estado de Bolívar,
com o epicentro do surto no município de Caroni. A propagação do vírus para
outras áreas geográficas é explicada, entre outros fatores, pelo alto movimento
migratório da população devido à atividade econômica em torno da mineração e do
comércio.
Para
interromper a transmissão do vírus, foi elaborado um Plano Nacional de Resposta
Rápida, que inclui estratégias e atividades de vacinação, vigilância
epidemiológica, busca e investigação de casos, além de capacitação de
profissionais de saúde.
No
Brasil, todos os oito casos ocorreram no estado de Roraima e em venezuelanos.
Nenhuma das pessoas tinha histórico de vacinação. Para enfrentar o surto, o
Ministério da Saúde, em coordenação com o governo estadual e com os governos
municipais de Roraima, realizou neste sábado (10) o Dia “D” de vacinação contra
o sarampo, das 8h às 18h. Com um total de 124 equipes de vacinação,
distribuídas em todo território do Estado, a campanha ocorre até 10 de abril. O
público-alvo é a população não vacinada, na faixa etária de 6 meses a 49 anos
de idade, que vive atualmente no estado. O plano emergencial de contenção do
surto de sarampo em Roraima conta com a colaboração da OPAS/OMS.
O
organismo internacional, a pedido do Ministério da Saúde do Brasil, está
apoiando a montagem de um posto de vacinação em Pacaraima, município brasileiro
localizado na fronteira com a Venezuela. Além disso, está ajudando o governo
federal brasileiro no fornecimento de seringas, na compra de materiais para
manter a temperatura adequada das vacinas, na contratação de profissionais (por
exemplo, vacinadores) e no envio de especialistas para apoiar as autoridades
nacionais e locais, entre outros.
Recomendações
às autoridades
A
região das Américas foi a primeira do mundo a ser declarada livre de sarampo,
uma doença viral que pode causar graves problemas de saúde, inclusive
pneumonia, cegueira, inflamação do cérebro e até mesmo a morte. A principal
medida para prevenir a introdução e disseminação do vírus do sarampo é a
vacinação da população suscetível, juntamente com a implementação de um sistema
de vigilância de alta qualidade e sensível o suficiente para detectar de forma
oportuna quaisquer casos suspeitos.
Tendo
em vista as contínuas importações do vírus de outras regiões do mundo e os
surtos em curso nas Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização
Mundial da Saúde (OPAS/OMS) insta os países e territórios a:
- Vacinar a
população para manter uma cobertura homogênea de 95% com a primeira e a
segunda dose da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola em todos os
municípios.
- Fortalecer a
vigilância epidemiológica do sarampo para alcançar a detecção oportuna de
todos os casos suspeitos de sarampo e garantir que as amostras sejam
recebidas por laboratórios dentro de 5 dias após serem tomadas.
- Estabelecer
mecanismos padronizados para fornecer uma resposta rápida frente aos casos
importados de sarampo, com o objetivo de evitar o restabelecimento da
transmissão endêmica (ou seja, que existe de forma contínua e constante
dentro de uma determinada região). Uma vez ativada a equipe de resposta
rápida, deve-se assegurar uma coordenação permanente entre os níveis
nacionais e locais, com canais de comunicação permanentes e fluidos.
Fonte: Portal OPAS/OMS Brasil
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