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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Vírus da gripe aumenta chances de paciente desenvolver pneumonia, aponta estudo


Pessoas gripadas estão mais propensas a terem pneumonia do que as que não estão, devido à maior quantidade de bactéria pneumococo no nariz
 Infecção pelo vírus da gripe aumenta número de pneumococos no nariz, mostra estudo

Infecção pelo vírus da gripe aumenta número de pneumococos no nariz, mostra estudo
A chance de desenvolver pneumonia é maior para quem foi infectado com o vírus da gripe, de acordo com um estudo feito pelo Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) da Universidade de São Paulo (USP).

A pesquisa, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Faculdade de Medicina Tropical de Liverpool (Reino Unido), mostrou que, por causa do vírus da gripe , o número de bactéria pneumococo, que causa a pneumonia, é maior no organismo de quem está gripado do que no de quem não está.

Os pesquisadores explicam que o pneumococo pode ser encontrado no nariz de uma pessoa, mas ela não necessariamente terá pneumonia . Isso porque a bactéria precisa estar no pulmão para provocar pneumonia.


“O corpo naturalmente mata ou evita que o pneumococo - que está colonizado no nariz - vá para o pulmão e cause pneumonia. Pessoas que estão com sistemas imunológicos normais geralmente não têm pneumonia, apesar de ter essa colonização [da bactéria], ou seja, apesar de expostas ao pneumococo”, afirmou Helder Nakaya, pesquisador e professor da Faculdade de Ciências de Farmacêuticas da USP.

No entanto, por algum motivo, principalmente em pacientes mais vulneráveis, a bactéria sai do nariz e é transportada para o pulmão.

Os mecanismos imunológicos para combater a colonização de pneumococos já tinham sido estudados em camundongos, mas eram ainda pouco conhecidos em humanos.

“Conseguimos mostrar que, quando o vírus da gripe infecta a região nasal, a colonização [de pneumococo] aumenta e a chance de isso virar uma pneumonia também aumenta. Conseguimos mostrar que a gripe realmente torna você mais suscetível a pegar pneumonia”, disse Nakaya.

Segundo ele, a infecção pelo vírus da gripe causa uma supressão do sistema imune, a bactéria da pneumonia se instala em maior número e a chance de ela ir para o pulmão é maior.

O professor ressalta a importância da pesquisa para que se possa pensar em estratégias de tratamento e prevenção da pneumonia.

Devido a essa relação, Nakaya alerta também para os efeitos da vacina contra a gripe se estenderem na prevenção da pneumonia. “Se você evita ter a gripe, você evitar ter pneumonia também. A vacina da gripe é importante justamente para não deixar o vírus da gripe se estabelecer e causar enfraquecimento da imunidade e permitir que o pneumococo colonize”, finalizou.

Leia também: Dieta rica em fibras pode combater a gripe, aponta estudo feito com camundongos

Entenda como o vírus da gripe afeta o organismo

 Vírus da gripe é responsável por causar dores no corpo, febre, tosse e outros sintomas

Vírus da gripe é responsável por causar dores no corpo, febre, tosse e outros sintomas
A influenza, também conhecida como gripe, é uma doença viral febril, aguda, geralmente benigna e autolimitada.

Ela caracteriza-se por sintomas como febre, tremores, dores de cabeça, dor de garganta e rouquidão, além de alterações respiratórias, como tosse seca e coriza. A infecção geralmente dura, aproximadamente, uma semana.

Existem três tipos de vírus Influenza: A, B e C. O vírus Influenza C causa infecções respiratórias brandas, sem causar impactos na saúde pública ou estar relacionado com epidemias. Já os vírus A e B são responsáveis por epidemias sazonais. O vírus Influenza A é classificado ainda em subtipos H1N1 e H3N2, além do H7N9.

A transmissão ocorre pelo contato com pessoas infectadas, ao tossir, espirrar ou falar. Pode ser transmitida ainda indiretamente pelas mãos, após contato com superfícies contaminadas por secreções respiratórias.

Pessoas com gripe podem apresentar febre, tosse ou dor na garganta, além de dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração (cansaço extremo).

Vacinação é o meio de prevenção mais eficaz

 Vacina contra o vírus da gripe é a maneira mais eficiente de prevenir a doença
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Vacina contra o vírus da gripe é a maneira mais eficiente de prevenir a doença
A vacinação contra a gripe é a forma mais eficaz de evitar a doença, mas pequenas ações no dia a dia também podem ajudar. Veja algumas atitudes de prevenção:

Manter as mãos sempre limpas, principalmente antes de consumir algum alimento;
Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
Manter os ambientes bem ventilados;

Evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe.
As vacinas influenza disponíveis no Brasil são todas inativadas, ou seja, feitas com vírus morto, portanto, sem a capacidade de causar doenças. Até 2014, estavam disponíveis no país apenas as vacinas trivalentes - oferecidas pelo SUS -, contendo uma cepa A/H1N1, uma cepa A/H3N2 e uma cepa B (linhagem Yamagata ou Victoria).

As novas vacinas quadrivalentes - que podem ser encontradas na rede privada - são licenciadas desde 2015 e contemplam, além dessas três cepas, uma segunda B, contendo em sua composição, as duas linhagens de Influenza B: Victoria e Yamagata. Em 2018, as vacinas trivalente e quadrivalente terão uma nova cepa A/H3N2 (Singapore), que substituirá a cepa A/H3N2 (Hong Kong) presente no ano anterior.

Os eventos adversos mais frequentes ocorrem no local da aplicação: dor, vermelhidão e endurecimento em 15% a 20% dos vacinados. Essas reações costumam ser leves e desaparecem em até 48 horas.

Manifestações sistêmicas são mais raras, benignas e breves. Febre, mal-estar e dor muscular acometem 1% a 2% dos vacinados de 6 a 12 horas após a vacinação e persistem por um a dois dias, sendo mais comuns na primeira vez em que tomam a vacina.

Leia também: Surto de gripe H1N1 no Distrito Federal é negado pela secretaria de Saúde

Reações anafiláticas causadas pela vacina contra o vírus da gripe são extremamente raras. Em caso de sintomas não esperados (febre muito alta, reação exagerada, irritabilidade extrema, sinais de dor abdominal, recusa alimentar e sangue nas fezes, entre outros), é recomendado procurar imediatamente o médico ou serviço de emergência para atendimento e para que sejam descartadas outras causas.

*Com informações da Agência Brasil

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