Com
o aumento do nível de alerta global, Ministério da Saúde pedirá a atualização
de planos de contingência aos estados. No momento, um caso suspeito do
novo coronavírus é monitorado no município de Belo Horizonte
Foto: Renata Momoe / ASCOM MS
Itens
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Com
o aumento do nível de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alto
em relação ao risco global do novo coronavírus, o Ministério da Saúde orienta
que viagens para a China devem ser realizadas em casos de extrema necessidade.
A recomendação faz parte das diretrizes publicadas no novo boletim epidemiológico
do Ministério da Saúde, atualizado nesta terça-feira (28), com informações para
vigilância e assistência da rede pública de saúde. Com quase três mil casos
confirmados, segundo o último boletim da OMS, todo o território chinês passa a
ser considerado área de transmissão ativa da doença. Com isso, as pessoas
vindas desta localidade nos últimos 14 dias e que apresentem febre e sintomas
respiratórios podem ser consideradas casos suspeitos.
Em
coletiva de imprensa realizada em Brasília (DF), nesta terça-feira (28), o
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou a orientação da pasta para
que as pessoas tenham precaução na hora de viajar. “Nós desaconselhamos e não
proibimos as viagens para a China. Não se sabe, ainda, qual é a característica
desse vírus que é novo; sabemos que ele tem alta letalidade. Não é recomendável
que a pessoa se exponha a uma situação dessas e depois retorne ao Brasil e
exponha mais pessoas. Recomendamos que, não sendo necessário, que não se faça
viagens, até que o quadro todo esteja bem definido”, destacou o ministro da
Saúde.
Até
a publicação do boletim, nesta terça-feira (28), um caso suspeito do novo
coronavírus da China está sendo monitorado pelo Ministério da Saúde, em Belo
Horizonte (MG). A paciente, uma estudante, apresentou sintomas da doença e tem
histórico de viagem para Wuhan, na China, epicentro dos casos. Desta forma, o
quadro se encaixa na definição de caso suspeito para o novo coronavírus. A
paciente está sendo tratada em isolamento e apresenta boas condições de saúde.
Exames laboratoriais estão sendo realizados para identificar ou não o vírus.
O
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou que o Brasil está preparado
para prestar a melhor assistência necessária para a população. “Temos um sistema
de vigilância robusto, reconhecidamente robusto, que já passou por três
momentos de muita intensidade: SARS, Influenza e zika. Em todas as ocasiões
nosso sistema de saúde respondeu muito bem”, destacou o ministro. “Vamos
aguardar o que a ciência vai trazer. Não adianta nos antecipar, a realidade da
China é uma, mas temos que observar como esse vírus vai se comportar em outros
países, em outras culturas, porque isso ainda não está claro”, finalizou o
ministro da Saúde.
O
Brasil tem capacidade para realizar teste genético para a confirmação do novo
coronavírus. O diagnóstico laboratorial específico para a doença inclui
técnicas de detecção do genoma viral e, no Brasil, os testes serão realizados
por laboratórios referência do Ministério da Saúde, como a Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz-RJ), o Instituto Adolfo Lutz e o Instituto Evandro Chagas (IEC).
O
secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de
Oliveira, reforçou que a pasta, em conjunto com estados e municípios tem
capacidade para atuar na possibilidade de um caso suspeito da doença. “O
protocolo está sendo seguido, usando como experiência um legado do nosso
sistema de saúde que é robusto. Temos testes para influenza, para outros vírus
respiratórios. O Brasil é o único país do hemisfério sul com fábrica de vacina
para influenza. Monitoramos todos os vírus respiratórios, que chamamos de
vigilância sentinela de síndrome gripal, além de avaliarmos as mutações. O
Brasil dispõe de laboratórios centrais em todos os estados do Brasil que estão
capacitados”, destacou o secretário.
Para
subsidiar os profissionais de saúde, o boletim epidemiológico traz, ainda,
orientações em todas as áreas de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), além
de deixar clara a definição de casos suspeitos, prováveis, confirmados e
descartados.
O
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, desatacou, ainda quais ações de
higiene a população pode seguir, como medida de prevenção. “Lavar as mãos,
evitar espirrar e tossir sem proteger a pessoa que está na sua frente, evitar
tocar nos olhos, nariz, boca e evitar tocar pessoas que estejam doentes, pode
prevenir. Além disso, é sempre bom ficar em casa se estiver doente para não
expor outras pessoas. São orientações típicas de prevenção de vírus”, destacou
o ministro da Saúde.
COMITÊ DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIA (COE)
No
dia 22 de janeiro, o Ministério da Saúde ativou o Comitê de Operações de
Emergência (COE), com objetivo de preparar a rede pública de saúde para o
atendimento de possíveis casos no Brasil. Diante dos casos do novo coronavírus
na China, o Ministério da Saúde realiza monitoramento diário da situação junto
à OMS, que acompanha o assunto desde as primeiras notificações de casos em
Wuhan, na China, no dia 31 de dezembro de 2019.
O
COE é composto por técnicos especializados em resposta às emergências de saúde
pública. Além do Ministério da Saúde, compõe o grupo a Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS/OMS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o
Instituto Evandro Chagas (IEC), além de outros órgãos. Desta forma, o país
poderá responder de forma unificada e imediata à entrada do vírus em território
brasileiro.
AÇÕES
COMPLEMENTARES
O
Ministério da Saúde também solicitou a atualização de planos de contingência
aos estados, que têm sete dias para atualizarem os protocolos e medidas de
prevenção, de acordo com a realidade local. A implementação de plano de
contingência permite a atuação conjunta do Ministério da Saúde, Estados e
Municípios, em situações de epidemias e desastres que demandem a ação urgente
de medidas de prevenção, com protocolos e procedimentos específicos. O objetivo
é conter situações de risco à saúde pública.
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