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sábado, 4 de janeiro de 2020

EVENTO SOBRE INOVAÇÃO BUSCA GERAR PRODUTOS PARA O SUS


A Fiocruz, por meio de sua Coordenação de Gestão Tecnológica (Gestec), promoveu uma nova edição do Café com Inovação - Edição Oferta Interna, Inova Labs/1ª Rodada. O Café com Inovação faz parte do programa Inova Fiocruz, uma das estratégias para prospecção e promoção de inovações geradas a partir do conhecimento gerado na Fundação.

O evento é inspirado no TED-x e constituído por apresentações orais padronizadas que visam oferecer tecnologias previamente selecionadas para potenciais parceiros. Esta edição do evento apresentou as tecnologias que participaram do edital Inova Labs, com o objetivo de buscar parcerias internas (na Fiocruz) para o desenvolvimento de novos produtos para o Sistema Único de  Saúde (SUS).

A coordenadora-geral de Inovação Tecnológica na Saúde do Ministério da Saúde, Luciene Bonan, fez parte da mesa de abertura do evento, que contou também com os vice-presidentes da Fiocruz Marco Krieger (Produção e Inovação em Saúde) e Rodrigo Correia (Pesquisa e Coleções Biológicas), além da coordenadora de Gestão Tecnológica da Fiocruz, Carla Maia.)

O vice-presidente Krieger abriu o Café com Inovação fazendo uma apresentação em que enfatizou as possibilidades de atuação na inovação em saúde. “Há muitas iniciativas de ciência e tecnologia que estão sendo articuladas para que rendam benefícios para a instituição, para os pesquisadores e principalmente para a população”. Segundo o vice-presidente, “estamos criando um ambiente que favoreça o desenvolvimento interno de projetos de inovação tecnológica, sem esquecer de incentivar o caráter empreendedor dos pesquisadores”. De acordo com ele, o plano de inovação da Fiocruz visa reunir todas as vice-presidências para transformar o conhecimento gerado em laboratórios em produtos.

Krieger fez um retrospecto do papel da Fiocruz frente ao enfrentamento das arboviroses ao longo da sua história e lembrou da atuação da instituição no combate à febre amarela, na produção do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e do trabalho realizado no Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). Segundo ele, esse sistema começou a ser elaborado no início do século 20, no então Instituto de Manguinhos, embrião da atual Fiocruz, com o enfrentamento de doenças como varíola, peste bubônica e febre amarela, que grassavam em cidades como o Rio de Janeiro e Santos, matando brasileiros e afugentando estrangeiros. Ele afirmou que o enfrentamento da questão sanitária não foi o início da atividade científica no país, mas foi a primeira vez em que a sociedade percebeu os seus benefícios.

“Naquele momento o Brasil passou a ter conhecimento científico tecnológico em favor da população. Foi um dos grandes legados deixados por nossos Pais Fundadores. A inovação está no DNA desta instituição”, afirmou, em uma alusão a Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e outros imponentes pesquisadores que fizeram parte da gênese do que é atualmente a Fiocruz. Em seguida ele lembrou feitos célebres de pesquisadores da instituição ao longo das décadas até chegar ao Marco Legal de C&T&I e à Política de Inovação, que contaram, em seu desenvolvimento, com a participação intensa de representantes da Fundação.

Sobre o Sistema Fiocruz de Inovação, Krieger listou as principais ações, entre elas a avaliação crítica e busca do aprimoramento das ferramentas de apoio aos projetos de C&T&I; o compromisso com investimento continuo e sustentado; a elaboração de Plano Institucional de CT&I  de longo prazo, com base em prospecção tecnológica e nas prioridades do SUS; e a consolidação das cadeias de inovação, com aumento da cooperação entre os institutos de pesquisa e os institutos tecnológicos da Fiocruz. O vice-presidente sublinhou que os exemplos ao longo da trajetória da Fundação são fundamentais para se fortalecer uma cultura de inovação que se adapte às peculiaridades da Fiocruz, na busca de soluções para os desafios da saúde pública.

“A Fiocruz, aliás, é única no mundo, por ser uma instituição que reúne hospitais, vigilância, ensino, produção, inovação, pesquisa, historiografia, informação e comunicação, ambiente, planejamento e outras áreas. A riqueza e a variedade do ecossistema Fiocruz impressionam”. Krieger frisou que a Fiocruz faz muito com pouco dinheiro. “Temos um orçamento de cerca de US$ 1,5 bilhão, bem distante, por exemplo, daquele do sistema formado por NIH, CDC e FDA nos Estados Unidos, que está em torno de US$ 51 bilhões. E estamos entre as dez maiores farmacêuticas do mundo, somos uma potência. Com a conclusão da implementação da Política de Inovação, e desenvolvendo produtos que poderão ser feitos em nossas fábricas, teremos ainda mais capacidade para fazer entregas ao SUS, que é a nossa meta. E não teremos o risco de ver bons produtos se perdendo por falta de investimento, estrutura e apoio”.

A coordenadora-geral de Inovação Tecnológica na Saúde do Ministério da Saúde, Luciene Bonan, disse que o objetivo é ampliar o trabalho em parceria com a Fiocruz, no campo da inovação, nos próximos anos. “Vamos nos juntar à Gestec para desenhar um projeto de cooperação que envolva inovação, patentes e transferência de tecnologia em produtos relevantes”.

O vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Rodrigo Correia, se disse impressionado com a qualidade dos projetos que estão sendo gestados e desenvolvidos nos laboratórios da instituição. Ele também agradeceu o apoio da Biominas nesse processo. Em seguida, a coordenadora de Gestão Tecnológica da Fiocruz, Carla Maia, explicou a dinâmica do evento, que consistiu em apresentações de tecnologias, das mais diversas áreas do conhecimento, com a duração de quatro minutos cada, com seis minutos para comentários dos convidados. À tarde foram organizadas reuniões presenciais entre as equipes e unidades interessadas para conversas iniciais sobre possíveis parcerias

Ricardo Valverde/Agência Fiocruz de Notícias


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