A Fiocruz, por meio de sua
Coordenação de Gestão Tecnológica (Gestec), promoveu uma nova edição do Café
com Inovação - Edição Oferta Interna, Inova Labs/1ª Rodada. O Café
com Inovação faz parte do programa Inova Fiocruz, uma das estratégias
para prospecção e promoção de inovações geradas a partir do conhecimento gerado
na Fundação.
O evento é inspirado no TED-x
e constituído por apresentações orais padronizadas que visam oferecer
tecnologias previamente selecionadas para potenciais parceiros. Esta edição do
evento apresentou as tecnologias que participaram do edital Inova Labs, com o
objetivo de buscar parcerias internas (na Fiocruz) para o desenvolvimento de
novos produtos para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A coordenadora-geral de
Inovação Tecnológica na Saúde do Ministério da Saúde, Luciene Bonan, fez parte
da mesa de abertura do evento, que contou também com os vice-presidentes da
Fiocruz Marco Krieger (Produção e Inovação em Saúde) e Rodrigo Correia
(Pesquisa e Coleções Biológicas), além da coordenadora de Gestão Tecnológica da
Fiocruz, Carla Maia.)
O vice-presidente Krieger
abriu o Café com Inovação fazendo uma apresentação em que
enfatizou as possibilidades de atuação na inovação em saúde. “Há muitas
iniciativas de ciência e tecnologia que estão sendo articuladas para que rendam
benefícios para a instituição, para os pesquisadores e principalmente para a
população”. Segundo o vice-presidente, “estamos criando um ambiente que
favoreça o desenvolvimento interno de projetos de inovação tecnológica, sem
esquecer de incentivar o caráter empreendedor dos pesquisadores”. De acordo com
ele, o plano de inovação da Fiocruz visa reunir todas as vice-presidências para
transformar o conhecimento gerado em laboratórios em produtos.
Krieger fez um retrospecto do
papel da Fiocruz frente ao enfrentamento das arboviroses ao longo da sua história
e lembrou da atuação da instituição no combate à febre amarela, na produção do
Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e do
trabalho realizado no Instituto de Tecnologia em Fármacos
(Farmanguinhos/Fiocruz). Segundo ele, esse sistema começou a ser elaborado no
início do século 20, no então Instituto de Manguinhos, embrião da atual
Fiocruz, com o enfrentamento de doenças como varíola, peste bubônica e febre
amarela, que grassavam em cidades como o Rio de Janeiro e Santos, matando
brasileiros e afugentando estrangeiros. Ele afirmou que o enfrentamento da
questão sanitária não foi o início da atividade científica no país, mas foi a
primeira vez em que a sociedade percebeu os seus benefícios.
“Naquele momento o Brasil
passou a ter conhecimento científico tecnológico em favor da população. Foi um
dos grandes legados deixados por nossos Pais Fundadores. A inovação está no DNA
desta instituição”, afirmou, em uma alusão a Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e
outros imponentes pesquisadores que fizeram parte da gênese do que é atualmente
a Fiocruz. Em seguida ele lembrou feitos célebres de pesquisadores da
instituição ao longo das décadas até chegar ao Marco Legal de C&T&I e à
Política de Inovação, que contaram, em seu desenvolvimento, com a participação
intensa de representantes da Fundação.
Sobre o Sistema Fiocruz de
Inovação, Krieger listou as principais ações, entre elas a avaliação crítica e
busca do aprimoramento das ferramentas de apoio aos projetos de C&T&I;
o compromisso com investimento continuo e sustentado; a elaboração de Plano
Institucional de CT&I de longo prazo, com base em prospecção
tecnológica e nas prioridades do SUS; e a consolidação das cadeias de inovação,
com aumento da cooperação entre os institutos de pesquisa e os institutos
tecnológicos da Fiocruz. O vice-presidente sublinhou que os exemplos ao longo
da trajetória da Fundação são fundamentais para se fortalecer uma cultura de
inovação que se adapte às peculiaridades da Fiocruz, na busca de soluções para
os desafios da saúde pública.
“A Fiocruz, aliás, é única no
mundo, por ser uma instituição que reúne hospitais, vigilância, ensino,
produção, inovação, pesquisa, historiografia, informação e comunicação,
ambiente, planejamento e outras áreas. A riqueza e a variedade do ecossistema
Fiocruz impressionam”. Krieger frisou que a Fiocruz faz muito com pouco
dinheiro. “Temos um orçamento de cerca de US$ 1,5 bilhão, bem distante, por
exemplo, daquele do sistema formado por NIH, CDC e FDA nos Estados Unidos, que
está em torno de US$ 51 bilhões. E estamos entre as dez maiores farmacêuticas
do mundo, somos uma potência. Com a conclusão da implementação da Política de
Inovação, e desenvolvendo produtos que poderão ser feitos em nossas fábricas,
teremos ainda mais capacidade para fazer entregas ao SUS, que é a nossa meta. E
não teremos o risco de ver bons produtos se perdendo por falta de investimento,
estrutura e apoio”.
A coordenadora-geral de
Inovação Tecnológica na Saúde do Ministério da Saúde, Luciene Bonan, disse que
o objetivo é ampliar o trabalho em parceria com a Fiocruz, no campo da
inovação, nos próximos anos. “Vamos nos juntar à Gestec para desenhar um
projeto de cooperação que envolva inovação, patentes e transferência de
tecnologia em produtos relevantes”.
O vice-presidente de Pesquisa
e Coleções Biológicas da Fiocruz, Rodrigo Correia, se disse impressionado com a
qualidade dos projetos que estão sendo gestados e desenvolvidos nos
laboratórios da instituição. Ele também agradeceu o apoio da Biominas nesse
processo. Em seguida, a coordenadora de Gestão Tecnológica da Fiocruz, Carla
Maia, explicou a dinâmica do evento, que consistiu em apresentações de tecnologias,
das mais diversas áreas do conhecimento, com a duração de quatro minutos cada,
com seis minutos para comentários dos convidados. À tarde foram organizadas
reuniões presenciais entre as equipes e unidades interessadas para conversas
iniciais sobre possíveis parcerias
Ricardo Valverde/Agência
Fiocruz de Notícias
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