O último relato de caso de
febre hemorrágica brasileira foi há mais de 20 anos. Nesse período, foram
quatro casos em humanos, sendo três casos adquiridos em ambiente silvestre no
estado de São Paulo e um por infecção em ambiente laboratorial, no Pará.
A doença é considerada
extremamente rara e de alta letalidade, e o tratamento é de acordo com o quadro
clínico e sintomas do paciente.
O período de incubação da
doença é longo (em média de 7 a 21 dias) e se inicia com febre, mal-estar,
dores musculares, manchas vermelhas no corpo, dor de garganta, no estômago e
atrás dos olhos, dor de cabeça, tonturas, sensibilidade à luz, constipação e
sangramento de mucosas, como boca e nariz. Com a evolução da doença pode haver
comprometimento neurológico (sonolência, confusão mental, alteração de
comportamento e convulsão).
Entre o início dos sintomas
(30/12/2019) e o óbito (11/01/2020), o paciente passou por três diferentes
hospitais, nos municípios de Eldorado, Pariquera-Açu e São Paulo, sendo o
último o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (HCFM USP). Não houve histórico de viagem internacional.
Durante seu atendimento foram
realizados exames para identificação de doenças, como febre amarela, hepatites
virais, leptospirose, dengue e zika. Contudo, os resultados foram negativos
para essas doenças. Foram realizados exames complementares no Laboratório de
Técnicas Especiais do Hospital Albert Einstein que identificou o arenavírus,
causador da febre hemorrágica brasileira. Esse resultado foi confirmado pelo
Laboratório de Investigação Médica do Instituto de Medicina Tropical do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e Instituto Adolfo Lutz.
Além disso, a SVS/MS já
comunicou o fato à Organização Mundial de Saúde e à Organização Pan-americana
de Saúde (OMS/OPAS), conforme protocolos internacionais estabelecidos.
SITUAÇÃO ATUAL
Neste momento, não está
confirmada a origem da contaminação do paciente. O que se sabe é que as pessoas
contraem a doença possivelmente por meio da inalação de partículas formadas a
partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados. A transmissão dos
arenavírus de pessoa a pessoa pode ocorrer quando há contato muito próximo e
prolongado ou em ambientes hospitalares, quando não utilizados equipamentos de
proteção, por meio de contato com sangue, urina, fezes, saliva, vômito, sêmen e
outras secreções ou excreções.
Os funcionários dos hospitais
por onde o paciente passou estão sendo monitorados, e avaliados, assim como os
familiares do caso confirmado em São Paulo.
AÇÕES REALIZADAS
Nesta segunda-feira (20), o
Ministério da Saúde convocou reunião com representantes de todas as partes
envolvidas no caso: Secretaria de São Paulo, Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo, Hospital Israelita Albert Einstein e
os Conselhos Nacional e Estaduais de Saúde (Conass e Conasems). O objetivo da
reunião foi verificar o atual cenário e as ações de busca e monitoramento das
pessoas que tiveram contato direto com o paciente.
O Ministério da Saúde também
ofereceu apoio a Secretaria de Saúde de São Paulo, com o envio de equipe de
técnicos, para realizar a busca ativa de pessoas que tiveram contato com o
paciente e para a investigação ambiental.
Com o objetivo de dar
transparência do caso e das medidas que estão sendo tomadas, o Ministério da
Saúde também publicou, nesta segunda-feira (20), em seu portal, o Boletim Epidemiológico com detalhes sobre o
assunto.
Agência Saúde
Atendimento à imprensa
(61) 3315-3580
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