Gotículas de lipídios são as
principais organelas de armazenamento dos lipídios, que desempenham importantes
funções no organismo dos seres vivos. Parasitas comuns como bactérias, vírus e
protozoários induzem e têm como alvo essas estruturas durante seus ciclos de
vida. Há um entendimento comum entre os cientistas de que as gotículas
lipídicas suportam a infecção, fornecendo aos invasores substratos para a
sobrevivência ou crescimento. No entanto, estudos apontam que as respostas
imunes do hospedeiro coevoluíram com os patógenos, desenvolvendo uma infinidade
de mecanismos de defesa.
Recentemente, pesquisadores
encontraram evidências de que as gotículas de lipídios participam ativamente da
defesa inata. Fruto de uma colaboração internacional, o estudo, que conta com a
participação de pesquisadores do Laboratório de Imunofarmacologia do Instituto
Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), foi publicado na revista Science.
A pesquisa revelou que as
gotículas lipídicas dos mamíferos possuem uma capacidade antimicrobiana mediada
por proteínas. Com a utilização de técnicas de microscopia de luz e eletrônica,
os especialistas verificaram uma associação específica das organelas e as
bactérias nos macrófagos (células do sistema imune), sugerindo a existência de
mecanismos que facilitam o envolvimento de proteínas antibacterianas, das
gotículas lipídicas, com a bactéria.
Os resultados demonstram que as organelas formam uma defesa intracelular de primeira linha, ou seja, agem como interruptores moleculares na imunidade inata, respondendo a sinais de perigo por meio da reprogramação do metabolismo celular e desencadeando mecanismos antimicrobianos mediados por proteínas.
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