Em edição especial, o Boletim
do Observatório Fiocruz Covid-19 publica nota técnica com um alerta de
que, pela primeira vez desde o início da pandemia, verifica-se em todo o país o
agravamento simultâneo de diversos indicadores, como o crescimento do número de
casos e de óbitos, a manutenção de níveis altos de incidência de SRAG, a alta
positividade de testes e a sobrecarga dos hospitais. No momento, 19
unidades da Federação apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI acima de
80% – no Boletim anterior eram 12. O cenário alarmante,
segundo a análise, representa apenas a ponta do iceberg de um patamar de
intensa transmissão no país. Diante disso, os pesquisadores acreditam ser
necessária a adoção de medidas não-farmacológicas mais
rigorosas. Acesse aqui o Boletim.
O Boletim
Extraordinário apresenta um conjunto de dados sobre casos, óbitos e
taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no país – relativos ao
Sistema Único de Saúde – verificados em 1º de março, em contraponto aos
observados em 22 de fevereiro, e divulgados no último Boletim do
Observatório Fiocruz Covid-19. Este crescimento rápido a partir de
janeiro, de acordo com a investigação, é o pior cenário em relação às taxas de
ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos em vários estados e capitais,
que concentram a maior parte dos recursos de saúde e as maiores pressões
populacionais e sanitárias que envolvem suas regiões metropolitanas.
Diante desse quadro, os
pesquisadores do Observatório Fiocruz Covid-19 ressaltam a necessidade de
adoção de medidas mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades
não essenciais, de acordo com a situação epidemiológica e capacidade de
atendimento de cada região, avaliadas semanalmente a partir de critérios
técnicos como taxas de ocupação de leitos e tendência de elevação no número de
casos e óbitos.
A edição chama atenção ainda que a atual conjuntura – que combina uma crise sanitária e social simultaneamente – exige medidas que envolvam o sistema de saúde brasileiro nas áreas de vigilância e atenção à saúde, com o reforço de ações de atenção primária (APS) e vigilância em saúde, além de ações para mitigar os impactos sociais da pandemia, principalmente para os mais vulneráveis.
0 comentários:
Postar um comentário