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sexta-feira, 12 de março de 2021

Senadores pedem ajuda do CNS para instalação da CPI da Covid-19



O objetivo é investigar as negligências do governo federal. “Mais de 270 mil brasileiros já perderam a vida diante de tanto descaso”, disse o ex-ministro da Saúde, Humberto Costa

Representantes da Mesa Diretora do Conselho Nacional de Saúde (CNS) participaram nesta quarta (10/3) de uma reunião virtual com senadores que pediram ajuda do controle social para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado Federal. O objetivo é investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus o país.

O presidente do CNS, Fernando Pigatto, a conselheira Priscilla Viégas e o conselheiro Moysés Toniolo relataram aos parlamentares o trabalho do conselho desde janeiro de 2020. Foram mais de 230 encontros remotos, estudos, pareceres técnicos, 12 resoluções, 62 recomendações e 6 moções, sempre pautados em deliberar intervenções para atenuar a crise sanitária no Brasil.

“Diante do que está acontecendo em nosso país, é dever do CNS apoiar essa iniciativa no Senado, agir para que a CPI seja instalada e disponibilizar toda colaboração necessária durante seus trabalhos”, afirmou Pigatto.


O requerimento para instalação da CPI da Covid-19, de autoria do senador Randolfe Rodrigues, destaca que o Brasil é um dos focos da pandemia no mundo, mais de 270 mil mortes pela doença em pouco mais de um ano. O dado evidencia a falta de controle da crise sanitária, devido à negligência do governo ao ausentar-se de uma coordenação nacional.

O senador Tasso Jereissati defendeu a instalação de uma CPI após visita do presidente Jair Bolsonaro ao Ceará, onde promoveu aglomeração, não usou máscara e fez declarações polêmicas no momento de agravamento da pandemia por todo o país.

O número de parlamentares dispostos a assinarem o requerimento aumentou com a sequência de recordes de mortes por Covid. “Já foram recolhidas as 27 assinaturas suficientes para instalar a CPI que investigará todas as barbaridades ilegais cometidas pelo governo Bolsonaro durante a pandemia. Cobraremos do Senado responsabilidade para um tema tão importante”, disse o senador Paulo Rocha no Senado.

O senador Paulo Rocha ressaltou que o diálogo com o CNS vai alavancar a força e a ação dos senadores. “Estamos à disposição para ouvir o conselho, contribuir, denunciar e responsabilizar os culpados”, afirmou. O senador explicou ainda que não se trata de uma “CPI genérica”. “O objetivo é ser uma CPI direcionada à questão da saúde. O que governo está fazendo reafirma nossa força para instalá-la”, disse.

Para o senador Humberto Costa, ex-ministro da saúde, é preciso que os responsáveis por tamanho descaso sejam devidamente responsabilizados e punidos por terem colocado em risco a vida dos cidadãos. “Esses criminosos têm de pagar por tudo que fizeram. Mais de 270 mil brasileiros já perderam a vida no país diante de tanto descaso e omissão”, salientou.

“Nunca foi tão difícil defender o Sistema Único da Saúde. Há um ano sabíamos que era uma pandemia e que tínhamos que estruturar o Sistema com mais recursos financeiros. Temos que saber quem errou e quem são os responsáveis, nesse caso o presidente da república e o ministério da saúde. O presidente desmereceu chamando a covid de gripizinha, disse que não era coveiro e se transformou num grande charlatão. E ainda criou uma falsa esperança com um tratamento precoce mentiroso”, Zenaide Maia.

 A CPI pode ser criada no âmbito de cada uma das Casas (Câmara dos Deputados e Senado), por requerimento de um terço dos parlamentares, ou do Congresso Nacional, por requerimento de um terço dos senadores e um terço dos deputados. Alcançado o número mínimo de assinaturas, cabe ao presidente instalar o colegiado.

Pressione parlamentares

Um conjunto de instituições organiza uma campanha para pressionar parlamentares para implementação da “CPI da Pandemia Já!”. Qualquer pessoa pode participar. Por meio da plataforma é possível enviar e-mails aos deputados e senadores, além de compartilhar conteúdos sobre o tema nas redes sociais. Também participaram da reunião assessores dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede/AP), Jaques Wagner (PT/BA) e Paulo Paim (PT/RS).

Foto: ilustrativa/Jornal O Povo

Ascom CNS com informações do PT Senado

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