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terça-feira, 23 de novembro de 2021

Conselho de Ética da Câmara arquiva processo sobre Ricardo Barros no caso Covaxin

PSOL apresentou representação após deputado Luís Miranda ter relacionado Barros, líder do governo na Câmara, a supostas irregularidades na compra, agora cancelada, do lote de vacinas.

Por Luiz Felipe Barbiéri,g1 — Brasília

O Conselho de Ética da Câmara decidiu nesta terça-feira (23), por 13 votos a 6, arquivar um procedimento disciplinar sobre supostas condutas do líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR).

A representação protocolada pelo PSOL tem como base uma afirmação do deputado Luis Miranda (DEM-DF) dada à CPI da Covid em 25 de junho.

Segundo Miranda, ele e o irmão levaram ao presidente Jair Bolsonaro denúncia de supostas irregularidades envolvendo as negociações para compra da vacina Covaxin. Ao ouvir essas denúncias, Bolsonaro teria citado o nome de Ricardo Barros como um provável envolvido no tema.

O PSOL se baseou nesse depoimento para acusar Ricardo Barros de ter quebrado o decoro parlamentar – e defender que fosse declarada a perda do mandato.

Desde então, Ricardo Barros tem negado irregularidades e afirmado que não tem relação pessoal com a empresa que intermediou as negociações da Covaxin. Veja no vídeo abaixo:

Ricardo Barros: 'Bolsonaro nunca afirmou que eu estava no caso Covaxin'

No relatório final da CPI, aprovado em outubro, a comissão decidiu pedir o indiciamento do deputado.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já autorizou inquérito para apurar se Bolsonaro cometeu crime de prevaricação ao, supostamente, ter ignorado ou demorado para agir após receber as denúncias sobre a Covaxin. Nesta terça, a ministra Rosa Weber deu prazo extra para as investigações.

A sessão na Comissão de Ética

O relator, Cezinha Madureira (PSD-SP), havia apresentado relatório favorável ao arquivamento do processo na reunião de 3 de novembro, mas um pedido de vista adiou a votação.

Na reunião desta terça, Barros reproduziu, durante o tempo reservado para se defender, uma compilação de depoimentos de testemunhas à CPI da Covid negando envolvimento do líder do governo na compra da vacina.

“Meu nome foi mais citado que o do presidente Bolsonaro na CPI. Criaram uma verdadeira fixação na minha pessoa. Depois eu fui lá e no meu depoimento eu destruí todos os argumentos da CPI com documentos, tanto que suspenderam a minha fala e não me chamaram mais”, afirmou Barros.

Retrospectiva CPI da Covid:relembre o caso Covaxin, que resultou em recuo após as investigações

Voto do relator

No relatório aprovado pela maioria do conselho nesta terça, Madureira disse não haver "indícios suficientes para a continuidade do procedimento disciplinar".

"No que diz respeito à existência de indícios suficientes, o suporte probatório que acompanha a representação não constitui suporte indiciário suficiente a permitir o prosseguimento do feito", argumentou o relator.

Segundo Cezinha, a representação "não traz qualquer elemento mínimo comprobatório" da efetiva ocorrência de ilegalidade no processo de compras da vacina.

"Diante dessa análise preliminar na esteira dos precedentes conclui-se pela inaptidão e pela falta de justa causa da representação devendo ser arquivada a representação", concluiu.

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