No Sistema Único de Saúde, 35,79%
marcaram com antecedência o parto cesáreo e no sistema privado, 74,16%
Mais da metade dos partos
cesáreos realizados no país são agendados, enquanto a grávida ainda está na
fase do pré-natal. Pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em parceria com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 53,5% dos
partos foram marcados com antecedência, ainda durante o pré-natal, e que mais
da metade (55,3%) foram cirurgias cesarianas. No Sistema Único de Saúde (SUS),
35,79% agendaram o parto cesáreo e no sistema privado, 74,16%. Mais da metade
dessas mulheres (56,1%) têm ensino fundamental completo, e 38,3% sem instrução
e fundamental incompleto. Para quem fez o parto vaginal, 65,3% não tinham
instrução e ou nível fundamental incompleto e 39,3%, tinham nível escolar
fundamental completo.
O ministro da
Saúde, Arthur Chioro, ressaltar que “as cirurgias cesarianas agendadas, feitas
sem a indicação técnica adequada, sem que a mulher sequer entre em trabalho de
parto, aumentam a probabilidade de surgimento de problemas respiratórios para o
recém-nascido, em 25% os óbitos infantis neonatais e triplicam o risco de morte
materna”. De acordo com o ministro, o Ministério da Saúde recomenda que a
forma de nascimento seja decidida, de forma conjunta, entre a mulher e o
profissional de saúde (médico, enfermeira obstetra, obstetriz).
Por meio da
estratégia Rede Cegonha, lançada em 2011, o governo federal tem incentivado o
parto normal humanizado e intensificado a assistência integral à saúde de
mulheres e crianças, desde o planejamento reprodutivo, passando pela
confirmação da gravidez, pré-natal, parto, pós-parto, até o segundo ano de vida
do filho. Atualmente integra a estratégia 5.488 municípios aderidos das 27
Unidades Federativas. Dos 2.905.789 partos no Brasil em 2012, 55,6% foram por
cesarianas. Já dos 1.877.505 partos no SUS, 40% foram por cesarianas. Dos
502.812 partos realizados na saúde suplementar, 84,6% foram por cesarianas. O
Ministério da Saúde já destinou R$ 3,1 bilhões para o desenvolvimento de ações
do Rede Cegonha (do total de R$ 9,4 bilhões).
A Pesquisa estimou
em 13 anos a idade média da primeira menstruação, sem distinção entre as
Grandes Regiões do País. Contatou-se que do total de mulheres de 18 a 49 anos,
sexualmente ativas nos últimos 12 meses, 61,1% fez uso de métodos anticoncepcionais,
69,2% ficaram grávidas alguma vez na vida e a idade média da primeira gravidez
foi de 21 anos. O SUS garante o acesso a vasectomias e a laqueaduras, além da
compra e distribuição gratuita de diversos métodos contraceptivos. De 2011 a
2015, foram distribuídos 2,4 bilhões de preservativos masculinos, 77,6 milhões
de cartelas de pílulas combinadas, 1,4 milhão de unidades de DIU, entre outros
métodos.
PRÉ-NATAL – A
realização do pré-natal também foi diagnosticada pela Pesquisa Nacional de
Saúde. Essencial para garantir uma gestação saudável e um parto seguro, o
acompanhamento foi realizado por 97,4% das mulheres que tiveram o último parto
no período de 28.07.2011 a 27.07.2013. Do total, 83,7% o iniciaram com menos de
13 semanas de gestação e 87,8% tiveram seis ou mais consultas. E ainda 69,2%
declararam ter recebido orientação sobre sinais de risco na gravidez; 82,4%
tiveram orientação sobre aleitamento materno; 74,9% foram informadas sobre o
serviço de saúde a que deveriam ir ao momento do parto e 97,9% tiveram o último
parto em hospital ou maternidade (menor percentual na região Norte 75,6% e
maior na Sul 99,7%).
Questionadas pelos
exames realizados durante o pré-natal, 97,3% das gestantes declararam ter feito
exame de sangue; 88,8% informaram que foi solicitado exame de HIV; 98,1%
realizaram exame de urina e 97,7% fizeram ao menos um exame de
ultrassonografia.
Em 2014 foram
realizadas mais de 20 milhões de consultas de pré-natal pelo SUS, o que
representa aumento de 105% em relação a 2003 (9,7 milhões de consultas). Em
2013, foram 18.971.888 consultas. Em 2012, 18.096.326. Para fazer o pré-natal, a mulher deve se
dirigir a Unidade Básica de Saúde (UBS) Mais próxima da sua residência.
Atualmente, o Brasil possui 40.749 UBS.
PROMOÇÃO DA SAÚDE
– “Da saúde se cuida todos os dias”, esse é o tema da campanha do
Ministério da Saúde lançada em abril deste ano. Ao todo, 90 municípios estão
promovendo uma série de atividades com o objetivo de chamar a atenção da
população para a importância da prática regular de exercícios, como forma
eficaz de evitar doenças e mortes. O sedentarismo está fortemente relacionado
ao aparecimento de doenças como o excesso de peso, obesidade, diabetes e
hipertensão.
PREVENÇÃO – Os cuidados
com a saúde e a realização de exames preventivos também estiveram no
diagnóstico da PNS. Estima-se que 79,4% das mulheres de 25 a 64 anos fizeram
exame preventivo para câncer de colo de útero nos últimos três anos, com maior
proporção na região Sul (83,0%) e menor a Nordeste (75,1%). Dentre as que não
fizeram o exame, 45,6% declarou não achar necessário, 20,7% nunca haviam sido
orientadas nesse sentido, e 9,7% declararam ter vergonha de fazê-lo.
O exame preventivo,
conhecido como Papanicolau, favorece o diagnostico precoce do câncer do colo do
útero, além de outras infecções que precisam ser tratadas. Se diagnosticado na
fase inicial, as chances de cura podem atingir resultados muito satisfatórios.
A recomendação do Ministério da Saúde é de que toda mulher que tem ou já teve
atividade sexual deve submeter-se a exame preventivo periódico. Em 2014 foram
realizados 9,3 milhões de exames Papanicolau. Para isso, o Ministério da Saúde
repassou R$ 65,5 milhões aos estados e municípios.
Segundo a PNS, 60%
das mulheres de 50 a 69 anos fizeram mamografia nos últimos dois anos
anteriores à pesquisa, com maior proporção na região Sudeste (67,9%), entre
brancas (66,2%) e com ensino superior completo (80,9%). As menores proporções
foram em mulheres pretas (54,2%), pardas (52,9%) e sem instrução ou com
fundamental incompleto (50,9%). Em 2014, no geral, foram realizadas 4,3 milhões
de mamografias, 41,8% a mais em relação a 2010, quando foram registradas 3
milhões de exames. Considerando a faixa prioritária o aumento foi 61,9%,
passando de 1,5 milhão para 2,5 milhões de mamografias. Em 2014, foram
investidos R$ 194 milhões.
PNS – Todos os dados
integram o terceiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) feita em 64 mil
domicílios em 1.600 municípios de todo o país entre agosto de 2013 e fevereiro
de 2014. O estudo é considerado o mais completo inquérito de saúde do Brasil. A
pesquisa serve de base para que o Ministério da Saúde possa traçar suas
políticas públicas para os próximos anos. Durante o levantamento, foram
coletadas informações sobre toda a família a partir de entrevistas válidas para
205 mil indivíduos em domicílio, escolhidos por meio de sorteio entre os
moradores da residência para responder ao questionário.
Por Patrícia de Paula, da Agência Saúde
Por Patrícia de Paula, da Agência Saúde
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