Mais que um ombro amigo em meio à
crise política, a presidente Dilma Rousseff encontrou no governador do Rio de
Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), um interlocutor junto ao presidente da
Câmara, Eduardo Cunha. Pezão trabalha para tentar acalmar o clima de
animosidade entre o Planalto e o líder da Casa. Na última segunda-feira, 17,
pouco antes de um encontro com a bancada fluminense, Pezão se reuniu com Cunha
para pedir cautela nas pautas que aumentam as despesas dos Estados. Além disso,
Pezão iniciou nessa conversa um movimento para ser um elo entre Dilma e Cunha.
O movimento é feito com discrição e
mantido sob sigilo. Tanto que nesta quarta-feira, 19, no fim da tarde, Pezão
foi à Brasília encontrar a presidente, mas a reunião não foi anunciada em sua
agenda. Além de Pezão, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro
(Alerj), Jorge Picciani, também está auxiliando na tentativa de conciliação
entre o Planalto e Cunha. Na quinta-feira da semana passada, Picciani também
esteve em uma reunião reservada com a presidente Dilma.
O efeito da ação ainda é incerto.
Aliados de Cunha contam que não há previsão de votação de outros projetos com
impacto financeiro nas contas. Na semana que vem, os deputados podem votar a
Proposta de Emenda Constitucional 172. O projeto atende aos anseios de Pezão ao
estabelecer que o aumento da despesa dos Estados e municípios não seja
realizado sem a previsão orçamentária necessária para o seu custeio. Com
informações do Estadão Conteúdo.
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